quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Cavalaria Baiana



Corria o ano de 1822 e a produção de cana de açúcar, no Recôncavo baiano, ia de vento em popa, mas determinava o uso de poucos cavalos na produção do entorno de Salvador ‒ as unidades de produção contavam com mão de obra escrava e os portugueses viviam em pleno conforto. Lá na região sudeste, no caminho de Santos para o Rio de Janeiro, o nobre D. Pedro I já havia proclamado a independência do Brasil, porém a Cisplatina e a província da Bahia se negavam a reconhecer o ato do imperador...

Partindo de cidades combativas, como Santo Amaro e Cachoeira, um exército popular começou a infernizar as forças lusitanas que ocupavam Salvador. Os conflitos duraram mais de ano e, na vitória final, em 2 de Julho de 1823, os portugueses foram colocados para correr. Nas refregas, os brasileiros, em combate, contaram com o apoio decisivo de homens da região do semiárido, acostumados a viver montados e que trajavam resistentes roupas de couro, únicas vestimentas capazes de se manterem íntegras nas perseguições feitas aos bois extraviados, dentre a vegetação rala e espinhosa da caatinga.

O município de Pedrão era a sede dos denominados encourados. E, orgulhosamente, todos os anos seus descendentes se trajam a caráter e se unem aos demais compatriotas que recordam os combates e os heróis e heroínas de nossa independência política.


No imaginário baiano, há uma outra figura, a do decidido, ou atrapalhado, corneteiro Lopes... Mas esta e a independência da província Cisplatina já são outras histórias...

Feliciano Tavares Monteiro - SSA - 20 de outubro de 2016




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