terça-feira, 4 de outubro de 2016

Eugene Ionesco



Eugène Ionesco (Slatina, Romênia, 26 de Novembro de 1909 - Paris, 28 de Março de 1994) foi um dos maiores patafísicos e dramaturgos do teatro do absurdo. Para lá de ridicularizar as situações mais banais, as peças de Ionesco retratam de uma forma tangível a solidão do ser humano e a insignificância da sua existência.

Filho de pai romeno e mãe francesa, Ionesco passou a maior parte da infância na França, mas no princípio da adolescência regressou à Romênia onde se formou como professor de francês e casou em 1936. Em 1928, na Universidade de Bucareste, conheceu Emile Cioran e Mircea Eliade, e os três tornaram-se amigos de toda a vida.

Regressou à França em 1938 para concluir a sua tese de doutoramento. Apanhado pela eclosão da guerra, em 1939, Ionesco permaneceu em França, acabando por revelar-se escritor de talento. Foi eleito membro da Académie Française em 1970.

Morreu aos 81 anos e está sepultado no Cemitério do Montparnasse, em Paris.

Pensamentos de Ionesco

“Pensar contra a corrente de seu tempo é heroico; dizê-lo é uma loucura.”

“Querermos ser do nosso tempo é estarmos já ultrapassados.”

“O fato de sermos habitados por uma nostalgia incompreensível seria mesmo assim o sinal de que existe um além.”

“O homem superior é aquele que cumpre sempre o seu dever.”

“São os inimigos da história que acabam por fazê-la.”

“As ideologias nos separam; os sonhos e as angústias nos reúnem.”



O teatrólogo

Eugênio Ionesco é considerado, com o Irlandês Samuel Beckett, o pai do teatro do absurdo, segundo o qual é preciso “para um texto burlesco, uma interpretação dramática; para um texto dramático, uma interpretação burlesca’’. Porém, além do ridículo das situações mais banais, o teatro de Ionesco representa de maneira palpável, a solidão do homem e a insignificância de sua existência. Ele não queria que suas obras fossem categorizadas como Teatro do absurdo, preferindo em vez de absurdo, a palavra insólito. Ele percebeu no termo insólito um aspecto ao mesmo tempo pavoroso e maravilhoso diante da estranheza do mundo, enquanto a palavra absurdo seria sinônimo de insensato, de incompreensão. «Não é porque não compreendemos uma coisa que ela é absurda» , resumiu seu biógrafo André Le Gall.


Um comentário:

  1. Última frase do personagem Berengher em O Rinoceronte, peça de Ionesco:"Sou o último homem, hei de sê-lo até o fim.Não me rendo!"

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