25 de janeiro - dia do carteiro
A figura do mensageiro sempre esteve
presente na história do País. No início eram tropeiros e escravos que faziam
esse papel. Em 1663, foi inaugurado o Correio-Mor, serviço responsável pela
troca de correspondências entre a Colônia e Portugal. Mais de 150 anos depois
entraria em cena
Paulo Bregaro , um coadjuvante fundamental para a história do
Brasil.
Em 1822, a relação entre dom
Pedro I e a Coroa Portuguesa estava estremecida. Nesse clima, chegou uma
mensagem com ordens de Portugal, entre elas, a volta imediata do príncipe para
a Europa. Como Pedro estava em
São Paulo , a futura imperatriz Leopoldina e o ministro José
Bonifácio receberam a carta. Bonifácio convocou o mensageiro Bregaro e
determinou: “Arrebate e estafe quantos cavalos necessários, mas entregue a
carta com toda a urgência”.
O rapaz rumou a São Paulo a todo
vapor – de fato, trocando de cavalo várias vezes. O encontro com o príncipe se
deu em 7 de setembro, próximo ao riacho Ipiranga. Ao ler os escritos, dom Pedro
reuniu a guarda e, arrancando os laços de cores portuguesas, ordenou: “Laços
fora, soldados! Camaradas, as cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o
Brasil: cumpre, portanto, declarar a sua independência. Estamos definitivamente
separados de Portugal”. E bradou a famosa frase: “Independência ou morte seja a
nossa divisa!”. Pelo menos foi o que ficou registrado na história oficial do
Império. Seja precisa ou não a descrição, o fato é que Paulo Bregaro, o
carteiro, tornou-se patrono dos Correios.
Íntegra do “telegrama do nego”, de João
Pessoa
Leia a íntegra do
telegrama que inspirou a bandeira da Paraíba.
Deputado Tavares
Cavalcanti - Câmara Federal - Rio:
Reunido o Diretório do Partido,
sob a minha presidência, depois de consultados os amigos de maior representação
política, resolveu unanimemente não apoiar a candidatura do eminente dr. Júlio
Prestes à sucessão presidencial da República. Peço comunicar esta solução ao
“leader” da maioria em resposta à sua consulta sobre a atitude da Parahyba.
Queira transmitir aos demais membros da bancada esta deliberação do Partido, que,
conto, todos apoiarão com a solidariedade sempre assegurada.
Saudações.
(a) - JOÃO PESSOA.
Cartas de princesa Isabel a dom Pedro 2º
Íntegra das cartas
escritas por princesa Isabel a seus pais, relatando a repercussão da assinatura
da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
13 de maio de 1888 —
Petrópolis
Meus queridos e bons
pais.
Não sabendo por qual começar hoje: mamãe por ter tanto sofrido estes dias;
papai pelo dia que é, escrevo a ambos juntamente.
É de minha cama que o faço, sentindo necessidade de esticar-me depois
de muitas noites curtas, dias aziagos e excitações de todos os gêneros. O dia
de trás-ontem foi um dia de amargura para mim e direi para todos os brasileiros
e outras pessoas que os amam. Graças a Deus, desde ontem respiramos um pouco e
hoje de manhã as notícias sobre papai eram muito tranquilizadoras. Também foi com
o coração mais aliviado que perto de uma hora da tarde partimos para o Rio a
fim de eu assinar a grande lei, cuja maior glória cabe a papai, que há tantos
anos esforça-se para um tal fim. Eu também fiz alguma coisa e confesso que
estou bem contente de também ter trabalhado para ideia tão humanitária e
grandiosa.
A maneira pela qual tudo se passou honra nossa pátria e tanto maior
júbilo me causa. Os nossos autógrafos da lei e o decreto foram assinados às
três e meia, em público, na sala que precede a grande do trono, passada a
arranjar depois de sua partida. O Paço (mesmo as salas) e o Largo estavam
cheios de gente, e havia grande entusiasmo, foi uma festa grandiosa, mas o
coração apertava-se me lembrando que papai aí não se achava! Discursos, vivas, flores,
nada faltou, só a todos faltava saber papai bom e poder tributar-lhe todo o
nosso amor e gratidão. Às quatro e meia embarcávamos de novo e em Petrópolis
novas demonstrações nos esperavam, todos estando também contentes com as
notícias de manhã de papai. Chuvas de flores, senhoras e cavalheiros armados de
lanternas chinesas, foguetes, vivas. Queriam puxar meu carro, mas eu não quis e
propus antes vir a pé com todos da estação. Assim o fizemos, entramos no Paço
para abraçarmos os meninos e continuamos até a igreja do mesmo feitio que
viemos da estação. Um bando de ex-escravos fazia parte do préstito, armados de
archotes. Chuviscava e mesmo choveu, mas nessas ocasiões não se faz caso de
nada. Na igreja tivemos nosso mês de Maria sempre precedido do terço dito em
intenção de papai e de mamãe. Não são as orações que têm faltado; por toda a
parte se reza e se manda rezar, e esta manhã, nas Irmãs, tivemos uma comunhão
por intenção de papai. Comungamos nós dois e umas quarenta senhoras.
Boas noites, queridos,
queridíssimos!!!
Saudades e mais saudades!!!
Saudades e mais saudades!!!
110 anos depois, Brasil devolveu espada roubada do
Paraguai
“O povo paraguaio
queria ver, apalpar e sentir a sua própria história”.
Solano López
Entre 1864 e 1870, Brasil,
Uruguai e Argentina uniram-se para combater um inimigo comum: o Paraguai, então
a nação mais desenvolvida da América do Sul. Com três contra um, o resultado da
Guerra do Paraguai foi a devastação econômica e social do país vizinho. Para
completar, o exército brasileiro tratou de confiscar documentos e objetos
pessoais do líder paraguaio Solano López, entre os quais a espada do militar.
Os objetos ficaram guardados na
Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, durante décadas. Foram necessários 110
anos e alguma boa vontade de dois controversos militares para que os bens
históricos fossem devolvidos ao seu lugar de direito. A restituição aconteceu
em 9 de abril de 1980, num encontro em Assunção entre os presidentes João
Baptista Figueiredo e Alfredo Stroessner. Durante a cerimônia, o ditador
paraguaio pediu a palavra e agradeceu: “O povo paraguaio queria ver, apalpar e
sentir a sua própria história”.
Almanaque Brasil da TAM
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