quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

O humor de Jorge Murad



Frases soltas

Ter pai pobre, vá lá, mas sogro?!...

Prometeu, cumpriu?!...

Herrar é umano...

Você tem bom papo ou boa tireoide?!...

Afinal de contas, a Glória é ou não é passageira?!...

Se tamanho fosse documento, elefante seria o dono do circo...

Quem encobre erro médico é a terra...

Viúvo que casa duas vezes não merece ficar viúvo...

Homem de voz fina, mulher de fala grossa e gente cortês – fuja dos três...

Um homem só é velho quando o seu caderninho de telefones só tem endereços de médicos...

A vida é curta, curta a vida...

Não há homem impotente. Há mulher incompetente...

Antes à tarde do que nunca...

A melhor hora de um homem: uma e um quarto...

Se você pensa que a mulher não sabe guardar segredo, pergunte a idade dela?!...

A pessoa que escreveu essa maravilhosa frase: “Lar, doce lar”, será que tinha sogra?!...

A mulher moderna, hoje vai à praia, usa no corpo justamente o que faz no mar: nada...

De espetáculos

O ator cômico, indeciso, para o público:
‒ Estão realmente aplaudindo ou matando mosquitos?!...

O palhaço para a senhora que ria desbragadamente:
‒ Cuidado, madame, tem alguém que vai se sentar aí depois da senhora!...

O ator, em cena, um tanto quanto inquieto, para uma senhora em pé na plateia:
‒ A senhora pode se sentar agora. Todos já viram a sua capa de pele!...

Uma atriz para a rival:
‒ É verdade que você, para subir tanto, deixou o vestido descer outro tanto?!...

O crítico para a atriz:
‒ Eu soube que você comemorou o seu 21° aniversário. Muito bem, antes tarde do que nunca!...

O cômico, vendo que o espectador vai saindo antes da hora – naturalmente por não estar gostando do espetáculo – saiu-se com esta:
‒ É por aí mesmo. Procure a porta da esquerda onde está a letra H!...

O crítico para a cantora:
‒ Você, realmente, tem um bom ouvido para a música. Mas, infelizmente, não tem uma boa garganta!...

O cômico, para a plateia da boate onde não havia quase ninguém:
‒ Boa noite, mesas e garçons!...

E aquele ator, furioso, para o crítico:
‒ Se você tivesse, ainda, os seus próprios dentes, eu o faria engolir as suas palavras...

Estava tão frio naquela noite que a atriz que faz o “stripease”, fez o contrário: veio nua e foi se vestindo...

Estrearam o filme num Drive-In. Ninguém viu!...

‒ Você não acha que está numa linda noite para se desperdiçá-la vendo televisão? Vamos a um cinema?!...

Frases feitas e contrafeitas

A árvore que dá sombra a uma pessoa cansada – quebra um galho...

O piloto que ganha uma corrida de automóvel, não completa o circuito – corta uma volta para ganhar.

O mendigo é imortal – não tem onde cair morto.

O escafandrista desistiu de mergulhar – tirou o corpo fora.

O coveiro disse que exumar cadáveres faz parte do seu trabalho – são ossos do ofício...

O menino não foi ao aniversário do amigo – deu bolo.

O dono do armazém ficou rico – está por cima da carne seca!...

A girafa brigou com o elefante – deu-lhe um pescoção...

O camarada perdeu a última barca – ficou a ver navios...

O jogador disse que aquele filme – era um chute...

Existem pessoas que só brigam nas ruas – vão às vias de fato...

Há vendedor que, às vezes, para vender uma cueca – sua a camisa...

À vezes a entrada dos fundos – é a única saída...

O macaco, naquele dia, - estava com a macaca...

O bicheiro, machucado, disse – que deu galo na cabeça...

O alfaiate arranjou uma namorada – sob medida.

A garota, de peruca, – estava com cabelinho na venta...

Aquele cabeçudo disse que – não lhe cabe a carapuça...

O oculista, despedido, ‒ foi para o olho da rua...

Gostou tanto da operação plástica no rosto – que ficou de queixo caído...

O dentista, entusiasmado, disse que o cliente – ficou de boca aberta...

O oculista disse à garota, que foi – amor à primeira vista...

Na peça, o ator que tinha o menor papel – fez um papelão...

O jardineiro, quando briga, ‒ planta a mão na cara...

A florista comentou que aquele freguês – não era flor que se cheire...

O boxer, delicado, ‒ beijou a lona.

O centroavante assassino – matou a bola no peito...

O goleiro, esfomeado, – engoliu um frango...

Já vi padeiro – pão-duro...
Mulher – com pé-de-galinha...
Já vi fruteiro – maduro...
e costureira – sem linha...

(Do livro “Jorge Murad – Piadas e Trovas”)

P.S. O citado livro de Jorge Murad, capa abaixo, foi conseguido em um Sebo no centro do Rio de Janeiro, na Rua do Lavradio, quase na Praça Tiradentes.


Jorge Murad nasceu em 13 de abril de 1910, no Rio de Janeiro. Radialista, humorista consagrado, trovador, autor de livros e de peças teatrais, além de produtor de televisão e compositor de sambas e marchinhas, iniciou sua carreira em 1929, apresentando-se no Programa Casé.

Animador de programas na Rádio Clube e na Rádio Phillips, recebeu o apelido de O Sultão da Alegria, por seu repertório de anedotas, em programas que se tornaram famosos como Fala meu louro e Pensão do Salomão, líder de audiência na época. Autor das peças teatrais Carioca da gema, Rumo à Turquia e Dois boêmios do outro mundo, escreveu também vários livros humorísticos como Salada de risos, Salomão a varejo e Anedotas de guerra, tendo sido, por esse último, laureado com a Cruz de Guerra, durante a Segunda Guerra Mundial. No cinema nacional atuou em filmes como: Alô, alô, Brasil, Alô, alô, carnaval e Banana da terra.

Faleceu no dia 25 de abril de 1998, no Rio de Janeiro.

A coleção Jorge Murad é composta por um grande volume de fotografias e documentos textuais, objetos tridimensionais, que incluem placas comemorativas, troféus e medalhas, além de discos e documentos bibliográficos.


Um comentário:

  1. Os textos desse Almanaque Sempre muito bem selecionados, tem textos para todos os gostos,neste momento, apesar de ter lido quase todos, me distraia com o bom humor de Murad

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