Aos 20, 30, 40 e 50 anos.
O corpo muda com o tempo, e é preciso adaptar a rotina.
O que fazer em cada faixa etária para chegar bem à
velhice.
Dos 20 aos 30 anos
Alimentação:
A nutricionista Yole Brasil da Luz
explica que o primeiro item que não pode faltar na dieta nessa faixa etária é
água – assim como nas etapas seguintes. É preciso adquirir o mais cedo possível
o hábito de hidratar-se diariamente para que o nosso corpo não se acostume com
o estado de desidratação.
‒ A falta de água faz com que ocorra uma
aceleração no envelhecimento das células, pois desequilibra o organismo. A água
é muito importante para o funcionamento do intestino e para a qualidade do sono
– afirma a nutricionista.
Quanto à alimentação, a maior
dificuldade enfrentada por essa faixa etária é a falta de tempo. É nessa etapa
que muitas pessoas precisam estudar e trabalhar, sobrando pouco tempo para ao
preparo de refeições e tornando os industrializados uma prática (e nociva)
tentação. Ainda assim, a indicação é consumir de quatro a seis frutas por dia e
vegetais com quatro ou cinco cores diferentes.
‒ Cada cor representa a predominância
de uma vitamina, por isso, devemos optar pelos pratos coloridos – diz Yole.
Além disso, a nutricionista indica a
ingestão diária de duas oleaginosas e de uma porção de proteína nas refeições.
O cuidado com a alimentação nessa faixa
etária é importante, pois, normalmente, é nesse período que se estabelece o
cardápio para o resto da vida. É comum, por exemplo, que a opção pelo veganismo
ou vegetarianismo seja feita nessa década. Por isso, o acompanhamento de um
nutricionista é recomendado.
‒ A alimentação precisa ser
equilibrada. Então, seu eu tiro a proteína da carne, tenho que substituí-la por
outra proteína na mesma quantidade. É preciso contar com o acompanhamento de um
nutricionista, que fará esses cálculos para que não faltem nutrientes – informa
Yole.
Também é comum a adesão aos chamados
“modismos alimentares”, como a onda “low carb”, que incentiva dietas que vão da
restrição ao corte completo da ingestão de carboidratos.
Caso as pessoas queiram perder peso,
a nutricionista indica a escolha de carboidratos integrais em substituição aos
refinados, por terem mais fibras. Também é importante evitar gorduras
saturadas, como as de fonte animal. Outro alerta é para que os jovens realizem
check-up periodicamente para monitorar a saúde e a necessidade ou não de mudar
a dieta.
‒ As pessoas costumam fazer check-up
só quando ficam mais velhas, mas vejo uma quantidade grande de jovens com
colesterol ou triglicérides alto e falta de vitaminas. O acompanhamento médico
e a realização de exames é sempre importante – afirma a nutricionista.
Exercícios físicos:
No auge da capacidade física, quem
está na faixa dos 20 aos 30 anos pode realizar qualquer exercício que tenha
vontade, desde que faça uma avaliação médica.
Segundo o professor da PUCRS, Rafael
Baptista, a recomendação do Colégio Americano de Medicina do Esporte é que os
jovens realizem um programa completo de exercícios, que levem em conta a
resistência aeróbica, a força, a flexibilidade, o controle do peso e o
percentual de gordura. Para isso, Baptista indica a prática de musculação
aliada a corridas e alongamentos.
Aspectos funcionais de equilíbrio,
coordenação e agilidade também são importantes na hora da escolha da atividade
física.
Dos 30 aos 40 anos
Alimentação:
Algumas atividades metabólicas
começam a diminuir nessa faixa etária, e o emagrecimento torna-se um pouco mais
difícil. A capacidade de metabolizar os açúcares diminui, por isso é importante
reduzir o consumo de alimentos refinados. O açúcar branco pode ser substituído
por açúcar mascavo, mel e melado, por exemplo.
A manutenção do peso é importante
para não ingressar nos 50 anos com as articulações sobrecarregadas. Frutas,
vegetais, proteínas e oleaginosas devem seguir fazendo parte da dieta.
Exercícios físicos:
Pessoas que já realizam exercícios
físicos antes dessa faixa etária normalmente seguem com a mesma capacidade
física para continuar, segundo o professor da PUCRS Rafael Baptista. Quem ainda
não começou a praticar atividade deve realizar avaliações médicas e contar com
a ajuda de um educador físico para escolher o esporte mais adequado à sua
capacidade e ao gosto pessoal. São indicados exercícios que desenvolvam força,
resistência, flexibilidade e equilíbrio. É preciso tomar cuidado ao praticar
esportes com maior risco de lesões.
Dos 40 aos 50 anos
Alimentação:
Com a redução da capacidade de
metabolizar gorduras, a indicação é reduzir a ingestão desses alimentos. A preferência
deve ser pelas chamadas “gorduras boas”, como a do azeite de oliva e do
abacate. Também é importante aumentar o consumo de alimentos ricos em ácido
fólico, como o feijão e a lentilha.
Se a menopausa já der sinais, ingerir
grãos integrais, legumes, pimenta, chá verde, oleaginosas e óleo de oliva podem
ajudar.
Nessa fase, ocorre um declínio da
produção de hormônios, o que leva à menor capacidade física, mesmo que hábitos
saudáveis sejam mantidos. Essa é a hora de focar em exercícios que trabalhem a
força e a massa muscular, principalmente a manutenção da saúde óssea.
Atividades que desenvolvam
equilíbrio, agilidade e flexibilidade também devem estar na rotina dos
quarentões, pois são características que diminuem com o passar dos anos.
Musculação, treinamentos funcionais e aeróbicos estão entre os indicados.
Depois dos 50 anos
Alimentação:
A redução de açúcares e gorduras
torna-se ainda mais importante, já que o metabolismo segue em queda. Alimentos
com cálcio (como o leite), selênio e oleaginosas (como nozes e castanhas) são
indicados, além de manter a diversificação das cores dos vegetais. O consumo de
fibras, que auxilia o funcionamento do intestino, também é importante.
No caso das mulheres, segue a
orientação da ingestão de alimentos como legumes, verduras e grãos integrais
para acelerar o metabolismo durante a menopausa. Para repor nutrientes, a nutricionista
indica o consumo de água de coco natural (não a industrializada), por ser “o
melhor isotônico que existe”.
Exercícios físicos:
Há um declínio maior da capacidade
física, e a realização de atividades voltadas para a manutenção da saúde óssea
e muscular é fundamental. Pessoas que já realizavam exercícios devem continuar,
com treinos adequados para a idade. Os sedentários não podem pensar que estão
velhos demais para começar atividades físicas.
Embora não tenham o preparo das
pessoas que fazem esportes, é importante iniciar a prática antes da terceira
idade para um envelhecimento saudável. Vale a mesma regra para todas as idades:
procure um médico e um educador físico para escolher o esporte ideal à sua
capacidade física, necessidade e gosto.
(Do Caderno Vida de Zero Hora, março de 2017)
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