Quem será o sucessor?
Morreu o prior de um convento e era
preciso eleger o seu sucessor. Quem deveria escolher era um velho frade,
respeitado pela idade e pelas suas virtudes. Para isso apresentaram-lhe uma
lista tríplice: Frei Armento, Frei Xavier e Frei Canuto. O velho escreveu num
bilhete sua escolha, mas deixou de colocar a pontuação e um acento. O papel
caiu nas mãos dos três candidatos. Cada um deu a sua pontuação.
Frei Armento:
De Armento, Xavier, Canuto,
três frades de fama e tino,
quer-se saber qual destino
para governar em tudo
o convento Santo Higino.
Indicarei Frei Armento.
Não Xavier, cujo talento
compete com o dele em tudo.
Não prefiro Frei Canuto,
não: tem pouco entendimento:
Com esta pontuação estava escolhido
Frei Armento.
Mas Frei Xavier corrigiu o irmão de
ordem e deu sua pontuação:
De Armento,
Xavier, Canuto,
três frades de
fama e tino,
quer-se saber
qual destino
para governar
em tudo
o convento
Santo Higino.
Indicarei Frei
Armento?
Não. Xavier,
cujo talento
compete com o
dele em tudo.
Não prefiro
Frei Canuto,
não. Tem pouco
entendimento.
Então... estava aceito Frei Xavier.
Mas Frei Canuto também sabia
pontuar... segundo seus interesses.
De Armento,
Xavier, Canuto,
três frades de
fama e tino,
quer-se saber
qual destino
para governar
em tudo
o convento
Santo Higino.
Indicarei Frei
Armento?
Não. Xavier
cujo talento
compete com o
dele em tudo?
Não. Prefiro
Frei Canuto,
não tem pouco
entendimento.
Os três desejavam ansiosamente o
cargo de prior do convento.
E teriam as virtudes necessárias?
Depois de tudo isso o velho frade
mostrou o seu parecer com a devida pontuação:
De Armento,
Xavier, Canuto,
três frades de
fama e tino,
quer-se saber
qual destino
para governar
em tudo
o convento
Santo Higino.
Indicarei Frei
Armento?
Não. Xavier,
cujo talento
compete com o
dele em tudo?
Não. Prefiro
Frei Canuto?
Não. Têm pouco
entendimento.
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