quarta-feira, 17 de maio de 2017

Águas de maio

Texto de Ricardo Chaves com Luvas Vidal

Para nós, porto-alegrenses deste início do século 21, que desfrutamos os belos e ensolarados dias de outono da semana passada, fica até difícil imaginar as dificuldades que os cidadãos da Capital enfrentaram, exatamente nessa época do ano, 76 anos atrás.


A água na Rua José Montaury em 1941.
Foto: reprodução do livro Águas de Maio, de Vitor Minas

Na publicação Águas de Maio – A Grande Enchente de 1941, o autor Vitor Minas resgata o que aconteceu e faz o “relato de um tempo extraordinário”. Diz ele:

“Choveu, choveu e choveu. Uma chuva bíblica com tal pertinaz insistência que, ao final de três semanas, os gaúchos já estavam criando guelras e nadadeiras… Conforme anotou o Diário de Notícias, na ‘quinta-feira negra’, dia 8 de maio, o Guaíba atingiu a incrível marca de quase cinco metros acima de seu nível médio. Sem energia, as bombas do sistema de fornecimento de água potável deixaram de funcionar. A cidade ficou às escuras e só nas torneiras não havia água. O Instituto de Educação foi transformado em hospital de emergência. Os bondes e alguns jornais não circularam. O futebol foi suspenso. O abastecimento de alimentos, muito prejudicado, era precário”.


Uma manchete da época da cheia. Foto: reprodução do livro “Águas de Maio”, de Vitor Minas (abaixo, a capa da publicação)


“Entre 10 de abril e 14 de maio, houve 22 dias de chuva na cidade. Setenta mil pessoas foram obrigadas a abandonar seus lares”, registra o historiador Sérgio da Costa Franco, em seu livro “Porto Alegre Ano a Ano”.


A antiga estação ferroviária da Rua da Conceição ficou inundada. Ao fundo, o Edifício Ely (atual Tumelero). Foto: reprodução do livro “Porto Alegre Ano a Ano”, de Sérgio da Costa Franco. Abaixo, a capa do livro:


Foto: reprodução do livro “Porto Alegre Ano a Ano”,
de Sérgio da Costa Franco.

(Publicado no Almanaque Gaúcho de Zero Hora)



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