Texto de Ricardo
Chaves com Luvas Vidal
Para nós, porto-alegrenses deste início do século 21, que
desfrutamos os belos e ensolarados dias de outono da semana passada, fica até
difícil imaginar as dificuldades que os cidadãos da Capital enfrentaram, exatamente
nessa época do ano, 76 anos atrás.
A água na Rua José
Montaury em 1941.
Foto: reprodução do
livro Águas de Maio, de Vitor Minas
Na publicação Águas de Maio – A Grande Enchente de 1941, o
autor Vitor Minas resgata o que aconteceu e faz o “relato de um tempo
extraordinário”. Diz ele:
“Choveu, choveu e choveu. Uma chuva bíblica com tal pertinaz
insistência que, ao final de três semanas, os gaúchos já estavam criando
guelras e nadadeiras… Conforme anotou o Diário de Notícias, na ‘quinta-feira
negra’, dia 8 de maio, o Guaíba atingiu a incrível marca de quase cinco metros
acima de seu nível médio. Sem energia, as bombas do sistema de fornecimento de
água potável deixaram de funcionar. A cidade ficou às escuras e só nas
torneiras não havia água. O Instituto de Educação foi transformado em hospital
de emergência. Os bondes e alguns jornais não circularam. O futebol foi
suspenso. O abastecimento de alimentos, muito prejudicado, era precário”.
Uma manchete da época da cheia.
Foto: reprodução do livro “Águas de Maio”, de Vitor Minas (abaixo, a capa da
publicação)
“Entre 10 de abril e 14 de maio,
houve 22 dias de chuva na cidade. Setenta mil pessoas foram obrigadas a
abandonar seus lares”, registra o historiador Sérgio da Costa Franco, em seu
livro “Porto Alegre Ano a Ano”.
A antiga estação
ferroviária da Rua da Conceição ficou inundada. Ao fundo, o Edifício
Ely (atual Tumelero). Foto: reprodução do
livro “Porto Alegre Ano a Ano”, de Sérgio da Costa Franco. Abaixo, a capa do
livro:
Foto: reprodução do
livro “Porto Alegre Ano a Ano”,
de Sérgio da Costa Franco.
de Sérgio da Costa Franco.
(Publicado no
Almanaque Gaúcho de Zero Hora)
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