terça-feira, 27 de junho de 2017

Minidicionário do Bonde



→ O nome é coisa nossa – em Portugal, por exemplo, é eléctrico. A origem por aqui é controversa. Há quem defenda que vem do nome do cônsul norte-americano, empresário de bondes em Belém do Pará (James Bond). Outros sugerem que é derivado de Eletric Bond & Share, nome de uma das empresas que exploravam o serviço no Brasil. Mas a versão mais aceita é que viria dos bilhetes emitidos pela Botanic Garden Railroad no Rio, os chamados bonds – títulos de dívida, em inglês. Outras palavras ficaram, e expressões criadas na época vingaram. Algumas delas:

→ Almofadinha: Virou sinônimo de frescura, excesso de arrumação, sujeito fino. Como os bancos do bonde eram de madeira, alguns levavam sua almofadinha para ter uma viagem mais tranquila.

→ Andar na linha (do bonde): Ser correto e sincero nos negócios.

→ Condutor: Cobrador.

→ Fiscal: O funcionário que controlava o número de passageiros em cada viagem.

→ Motorneiro: Motorista do bonde.

→ Pegar o bonde andando: Entrar no meio de uma situação ou conversa em andamento.

→ Perder o bonde da história: Perder-se no contexto de algo.

→ Pongar: Subir no bonde sem que este precise parar.

→ Tocar o bonde: Levar algo adiante.

→ Trombada: Nos anos 1920, um elefante fugiu de um circo e derrubou um bonde com a tromba. A palavra virou sinônimo de colisão.


(Do livro “Brasil Almanaque de Cultura Popular”,
de Elifas Andreato e João da Rocha Rodrigues)




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