sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A eleição dos animais

Poema infantil

Luiz Coronel


Amanheceu a floresta
Coberta com mil cartazes.
São legendas, são retratos
dos animais mais capazes.
Disputam a Presidência
- já caiu a Monarquia -
o leão e o cachorro
com suas ideologias.
“O leão para um Reino Forte,
com disciplina e prudência.”
Na plataforma do cão:
“Liberdade e inteligência”.
A ovelha é bichocrata.
A águia é muito nazista.
É aristocrata o cisne,
e o macaco,
um anarquista.
Os candidatos do ar
reunidos num conclave
debatem quem representa
os pássaros e as aves.
O cisne, por ser mais belo?
O gavião, alto e distante?
O pato, calmo e pacato?
Quero-quero reclamante?
A Justiça Eleitoral
decide consulta feita:
se as aranhas e as cobras
também podem ser eleitas.
Que plataforma burguesa:
“Deixem o mundo como está.
Só quero bombom e leite
- propõe a gata angorá”.
O cavalo quer o poder
e por isso está no pleito.
Chega de levar no lombo
os candidatos eleitos.
Flanando aérea entre ramos,
voa, desinteressada,
não quer mais nada com a política
a borboleta alienada.
Chega o dia da eleição,
pra cumprir o calendário,
o cervo preside a mesa
onde o lagarto é mesário.
As urnas vão ser abertas.
O galo anuncia o dia.
São diplomados os eleitos.
Viva a Bichocracia!


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