Dito Preto, um amigo meu, tinha caminhãozinho
Ford 29 para puxar cana na Fazenda. Havia comprado à prestação, mas o Fordinho
estava acabado.
Ele trabalhava com o
caminhãozinho Fordeco durante a semana e no sábado colocava as varas no
caminhãozinho e ia pescar. Naquele sábado, ele já tinha tomado 'umas e outras'
e ia indo para o Rio Sapucaí. No meio da estrada, apareceu um guarda
rodoviário. O policial fez sinal para ele parar. Dito Preto foi indo com o
caminhãozinho pelo acostamento. 'Beeeeeeem' lá na frente parou. O guarda chegou
e disse:
- Deixa eu ver a carta de
motorista.
- Seu guarda, não vou
enganar o senhor. Não vou dizer que tenho carta porque eu não tenho. Comprei
esse caminhãozinho para puxar cana na fazenda e ainda não deu pra comprar a... carta.
- Então deixa eu ver o
documento do caminhão.
- Seu guarda, não vou
enganar o senhor. Não vou dizer que tenho documento porque não tenho. Ainda não
comprei não, senhor.
- Não tem carta, não tem
documento...
- Mas todo mundo me conhece
por essas bandas, seu guarda. É só perguntar. Todo mundo sabe que o
caminhãozinho é meu. Quando tiver tempo, vou comprar a carta e o documento lá
com o delegado.
- Então acende os faróis.
- Vai desculpar, seu guarda, mas o direito não tem. E o esquerdo tá queimado.
- E a buzina?
- Não vou dizer pro senhor
que tenho, porque não tenho. Comprei o caminhãozinho à prestação e não deu pra
colocar a buzina.
- E o breque? Pelo menos o
breque, o senhor... tem?
- O senhor acha que se eu
tivesse breque não tinha parado lá atrás, quando o senhor mandou?
- Se eu for multar o
senhor, a multa vai ser tão alta que nem vendendo o caminhãozinho o senhor vai
poder pagar. Então, vai pescar de uma vez.
- Mas não tem bateria, seu
guarda. O senhor ajuda a empurrar?
E o guarda empurrou.
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