Ilha das Pedras Brancas já abrigou a
Casa da Pólvora, um laboratório de pesquisas da peste suína e um presídio onde
foram detidos presos comuns e políticos.
Crédito: Carlos Rodrigues / cp memória
A história diz que Porto Alegre
abrigou quatro casas da pólvora. O primeiro desses paióis foi mandado construir
pelo brigadeiro José Marcelino de Figueiredo, em 1773, e ficava na esquina das
ruas Riachuelo e General Vasco da Gama. Depois, o armazenamento de pólvora foi
feito em outros locais na cidade. O que se instalou na Ponta do Melo explodiu,
ao ser atingido por um raio, durante uma tempestade, em 1831. Em 1857, se
iniciou a construção da Casa da Pólvora na Ilha das Pedras Brancas. Esta foi a
quarta casa do gênero que existiu em Porto Alegre e foi concluída em 17 de julho de
1860.
Fonte: Guia Histórico
de Porto Alegre - Sérgio da Costa Franco
A Ilha das Pedras Brancas, ou Ilha do
Presídio, tem muita história. Apesar da ilha ter pedras grandes e vistosas, sua
denominação, deduzo, não se deve a elas, mas ao fato de estar em frente ao
lugar antigamente denominado Pedras Brancas, hoje município de Guaíba.
Abandonada há mais de 20 anos, a ilha já foi ponto estratégico dos Farrapos,
depósito de pólvora, laboratório de pesquisa da peste suína, e prisão.
Revolução Farroupilha
Foi
Segundo o Comte Tau Golim, velejador,
historiador e autor de vários livros sobre a história do Rio Grande, a Ilha das
Pedras Brancas foi também ponto de travessia dos rebeldes. A última travessia
pela ilha foi empreendida pelo General Antonio de Souza Netto, conta Tau, em
retirada a uma frustrada invasão comandada por Bento Gonçalves a S. José do
Norte. Segundo o historiador, “Bento enfiou o seu exército naquela nesga
de território com uma única entrada e saída, e sem esquadra de apoio. Pois na
retirada, Netto fortaleceu as tropas de Canabarro atravessando pela Ilha das
Pedras Brancas”.
Navegando na panela
Várias fugas audaciosas foram noticiadas ao longo do tempo. A mais incrível foi a de um prisioneiro que teria navegado em direção à praia de Ipanema a bordo de uma panela da cozinha do presídio. Para remar, o fugitivo teria usado uma colher de pau. Foi algo tão sensacional que teria culminado com o fechamento do presídio em 1983. Daí a acreditar que alguém possa remar em uma panela é outra conversa.
Depredação e abandono
Quando em 1983 o presídio foi desativado, o controle da ilha passou da Secretaria de Segurança para a Secretaria de Turismo do estado. Foi aí que ocorreu a maior depredação da ilha, ou melhor, do presídio. O telhado foi arrancado, e as grades serradas e levadas dali, certamente para serem vendidas como sucata. Até as escadas metálicas de acesso às guaritas foram arrancadas.
A ilha hoje
“É um lugar que parece amaldiçoado
pelas ruínas do velho cárcere. Vale como curiosidade. Eu prefiro passar pelo
través.”, diz o esquadrinhador do rio Guaíba, Comte Geraldo Knippling, em sua
obra “Descobrindo o Guaíba”.
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