Poema de Sabino de Campos*
A Esmeraldo de Campos
Nobre Jequitibá de minha terra,
Filho de flora exuberante e forte,
Toda beleza vegetal se encerra
Em teu imenso e majestoso porte.
Sentinela de amor, velando a
serra,
A cidade natal, de Sul a Norte,
O Ribeirão que, entre verdores,
erra,
– Maldito aquele que te ofenda ou
corte!
Glória da terra verde e
dadivosa,
Alma e sangue dos filhos de
Amargosa
A cujo apelo tua voz responde.
De joelhos, e mãos postas na
orvalhada,
Beijo-te o tronco de árvore
sagrada
E elevo o olhar ao céu de tua
fronde.
Rio, 7-9-1947
Sabino de Campos,
Retrato a bico de pena, por Seth, 1947.
* Sabino de Campos (Amargosa, BA, 1893 – ?), poeta,
romancista e contista. Foi autor, junto de Manoel Tranquilo Bastos,
do hino
da cidade de Cachoeira, município da Bahia.
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