Charles Swindoll
Logo depois do término da Segunda
Guerra Mundial, a Europa começou a ajuntar os cacos que restaram. Grande parte
da Inglaterra fora destruída e encontrava-se em ruínas. Talvez o
lado mais triste da guerra tenha sido assistir às criancinhas órfãs morrendo de
fome nas ruas das cidades devastadas.
Certa manhã muito fria de Londres, um
soldado americano estava retornando ao acampamento. Quando ele virou a esquina
dirigindo um jipe, avistou um menino com o nariz pressionado contra o vidro de
uma confeitaria. Lá dentro, o confeiteiro soava a massa para uma fornada de
rosquinhas. Faminto e com os olhos arregalados, o menino observava todos os
movimentos do confeiteiro. O soldado parou o jipe junto ao meio-fio, desceu, e
caminhou em silêncio até o local onde o menino se encontrava. Através do vidro
embaçado pela fumaça, ele viu aquelas rosquinhas quentes de dar água na boca
sendo retiradas do forno. O menino salivou e deu um leve gemido quando o
confeiteiro as colocou no balcão de vidro com todo o cuidado.
Em pé, ao lado do menino, o soldado
comoveu-se diante daquele órfão desconhecido.
- Filho... você gostaria de comer algumas rosquinhas?
O menino assustou-se.
- Ah, sim... eu gostaria!
O soldado entrou na confeitaria e
comprou uma dúzia de rosquinhas; colocou-as dentro de um saco de papel e
dirigiu-se ao local onde o menino se encontrava sob a neblina gelada da manhã
de Londres. Ele sorriu, entregou-lhe as rosquinhas, e disse simplesmente:
- Aqui estão.
Quando o soldado se virou para se
afastar, sentiu um puxão em sua farda. Ele olhou para trás e ouviu o menino
perguntar baixinho:
- Moço... você é Deus?
§ § §
(Texto do livro “Histórias para o coração”, de
Alice Gray – organizadora
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