segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Sara, a sofrida



Sara, a sofrida, é uma série de tirinhas do André Dahmer que mostra os pensamentos de Sara, uma mulher mais amarga e mais insegura, sobre ela própria e os seus relacionamentos com os homens, desde um amigo gay até alguns ex-namorados. Sara é tão insegura que quando ela encontra Zé, um namorado, com uma cachorra, ela já acredita que ele gosta mais da cachorra do que dela; e tão masoquista que, quando ela imagina receber um elogio de Lilo, o amigo gay, ela adianta que ele é o único homem que mente ao seu favor e prefere acreditar que ele não está sendo sincero. 

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Ela é feia. Ela é velha. Ela se ridiculariza. Ela se xinga. Quando ela se cansa, ela briga com ela mesma. Ou seja, ela sofre. 


Infelizmente, a Sara representa muitas mulheres. O discurso da Sara é o discurso das mulheres inseguras, amargas, pessimistas, que se diminuem porque não são uma capa de revista e porque não acreditam que um homem pode gostar de verdade delas. Essa série é divertida e muito interessante por brincar com o discurso de um tanto de mulheres e, mais, por ter sido pensada por um homem. O efeito de humor é provocado justamente pelo fato de o André Dahmer conhecer tão de perto o que esse tipo de mulher pensa e conversa e como esse tipo de mulher sofre por se machucar com os próprios textos.


(Texto do blog da Paula)





André Dahmer Pereira (Rio de Janeiro, 14 de setembro de 1974) é um desenhista brasileiro. Autor das tiras dos Malvados, que normalmente não seguem uma linha cronológica, e têm como personagens dois seres indefinidos, que são costumeiramente comparados a girassóis, tirando daí o apelido que têm, “As flores do mal”.

As tirinhas são uma crítica politicamente incorreta aos costumes e prisões do dia-a-dia. Devido ao comportamento dos dois personagens, ficaram conhecidos como Malvadinho (o que mais sofre) e Malvadão (o dono de críticas muito ácidas).

Além dos Malvados, o cartunista é conhecido também por ter criado o personagem Emir Saad, um ditador sádico e egocêntrico, que controla seu reino (o fictício reino do Ziniguistão) na base da carnificina, da ditadura, das ameaças, da tortura e do humor negro; a série de tiras “Apóstolos, a série”, uma narrativa da história de Jesus, mas com várias críticas ao cristianismo e à Igreja católica, a série “Cidade do medo”, tira sobre violência e mais recentemente, a série “Quadrinhos dos Anos 10”, uma série de tiras em que mostra as contradições do mundo e da sociedade contemporânea. Entre um e outro de seus personagens e séries de tiras, o autor se coloca como personagem autobiográfico e satiriza suas próprias memórias e paranoias, em especial em relação às mulheres.

Suas criações já apareceram no Jornal do Brasil, no portal de internet G1, no jornal O Globo, na Folha de S. Paulo, nas revistas Sexy Premium, Piauí e Caros Amigos. E também foi usada no tema da redação do Enem de 2011. Dahmer se define como agnóstico.


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