Juremir Machado da Silva
Um amigo me
conta uma história triplamente trágica.
Primeira cena: ele se separa da
namorada.
Ela, entrando, no apartamento,
diz:
– Vem aqui, vem…
– Não. Eu já disse tudo o que
tinha pra dizer.
– Vem, te peço, é a última vez.
Ele vai.
Ela saca um revólver e manda
bala.
Três tiros.
Meu amigo se joga em cima dela.
Ela se enfia a última bala na
cabeça.
Ele sai pela rua em busca de
socorro.
É madruga. Sangrando, avista um
conhecido, que brinca:
– Ladrão ou marido?
Segunda cena. No HPS.
Meu amigo, antes de apagar,
pergunta:
– É o efeito da anestesia ou
estou morrendo?
O médico responde:
– O importante é manter a
calma.
Um ano depois, ainda traumatizado,
meu amigo vai para a cama com uma gata. Todas querem experimentar o cara que
levou uma mulher a querer matá-lo e a se matar.
Terminado
embate, ele espera triunfante a avaliação.
Ela murmura:
– Não consigo entender porque
aquela mulher te deu os tiros.
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