Madiagne Diallo
Um grupo de brancos decidiu mudar-se
para um mundo sem negro. Entraram por um túnel escuro para sair num novo lugar
na América, onde qualquer traço do passado tinha desaparecido.
Respiraram profundamente de alívio e
exclamaram: “Enfim, nenhum negro!”. Mas logo, perceberam que esta nova América
era somente uma terra árida e fértil. A boa agricultura sumiu, pois até então,
o continente comia frutas, grãos e legumes, frutos do trabalho dos escravos
negros nos campos. Não tinha cidades com arranha-céus, pois Alexandre Mills, um
negro, inventou o elemento que garante a segurança dos elevadores. Sem tal
invenção, não se poderia subir de um andar para um outro. Quase não tinha
carros, pois Richard Spikes, um negro, inventou a transmissão automática.
Joseph Gammel, um outro negro, inventou o sistema de alimentação para motores
combustíveis internos, e um outro negro Garret A. Morgan inventou o semáforo
que regula o trânsito. Não se encontrava os trens expressos urbanos, transway,
pois seu inventor foi o negro Elbert R. Robinson.
As ruas estavam sujas de
lixo acumulado, pois Charles Brooks, um negro, inventou o varredor elétrico.
Tinha poucas revistas e livros, pois o negro John Love inventou o apontador de
lápis, o negro William Purvis inventou canetas esferográficas recarregáveis; e o
negro Lee Burridge inventou a máquina de escrever, sem contar com o negro W. A.
Lovette e sua nova impressora. William Barry inventou o carimbo manual e
Phillip Downing, o caixa de correios. A grama era pálida e seca, pois o negro
Joseph Smith inventou o regador mecânico, e o negro John Burr, o cortador de
grama.
Quando entraram em suas casas, as
acharam escuras, sem surpresa para nós, pois o negro Lewis Latimer inventou a
lâmpada elétrica, o negro Michael Harvey a lanterna, o negro Grantville T. Woods
o interruptor regulador automático. As casas estavam sujas, pois o negro Thomas
W. Seteward inventou o varredor e o negro Lloyds P. Ray, a lixeira. As suas
crianças estavam descalças, com roupas amassadas e cabelos bagunçados, era de se
esperar, pois o negro Jan E. Matzelinger inventou a máquina que dá forma a
sapatos, o negro Walter Sammons, o penteador, a negra Sarah Boone inventou a
tábua de repassar e o negro Georges T. Samon o secador de roupas. Ficaram com
fome e queriam comer, sem chance, pois comida estragou por faltar uma geladeira
da invenção do negro John Standard.
Não é
estranho, um mundo moderno sem as contribuições dos negros?
Como dizia o Martin Luther King. Jr.:
“Saibam que ao se preparar para sair até chegar ao trabalho, mais da metade das coisas que encontram e de aparelhos que usam, foram inventados por negros.”
“Saibam que ao se preparar para sair até chegar ao trabalho, mais da metade das coisas que encontram e de aparelhos que usam, foram inventados por negros.”
Caros amigos, tudo isso para
somente ilustrar que a história dos negros não se resume à escravidão.
*****
Caderno de Estudos,
Fórum Educação Afirmativa
Sankofa / Eliza Larkin Nascimento, Organizadora.
Sankofa / Eliza Larkin Nascimento, Organizadora.
Rio de Janeiro: Ipeafro, 2010. XXX p: Il. pp. 34/35 (trecho).
Nenhum comentário:
Postar um comentário