É um dia calmo na pequena cidade e as
ruas estão desertas. Os tempos são difíceis, todo mundo está endividado, falta
dinheiro e todo mundo está a viver de crédito.
Um turista, que visita a
cidade, para no hotel e coloca duas notas de R$ 100,00 sobre o balcão dizendo
que quer inspecionar os quartos no andar de cima para escolher um para passar a
noite.
Enquanto ele anda lá em cima, o dono
pega os R$ 200,00 e corre ao lado para pagar sua dívida com o açougueiro. O
açougueiro pega os R$ 200,00 e corre para liquidar sua dívida com o criador de
porcos. O criador de porcos pega os R$ 200,00 e corre a pagar sua conta ao
fornecedor de ração. O fornecedor de ração corre a pagar sua dívida com a
prostituta local, que também tem enfrentado tempos difíceis e teve de oferecer
seus serviços a crédito. A prostituta corre para o hotel e paga sua conta de
aluguéis temporários de quartos, pendurada, para o proprietário do hotel. O
proprietário do hotel, em seguida, coloca os R$ 200,00 no balcão para que o
viajante não suspeite de nada.
Logo após, o viajante desce as
escadas, diz que os quartos não lhe agradaram, pega as notas de R$ 100,00 e vai
procurar outro hotel.
Ninguém produziu nada. Ninguém ganhou
nada... No entanto, uma parte da cidade pagou suas dívidas e agora olha para o
futuro com muito mais otimismo. É assim que funciona um pacote de estímulo a
obras.
Ninguém ganhou nenhum vintém, porém
agora toda a cidade vive sem dívidas e com o crédito restaurado, e começa a ver
o futuro com confiança!
Seguindo a linha de raciocínio dos
comentários colhidos de John Ballard explico a seguir:
Por maior ficção que isto pareça,
ilustra a realidade, porque o mundo econômico está sempre cavando o buraco do
crédito para que nós consumamos e entremos nele.
Realmente os R$ 200,00 liquidaram com
dívidas e ainda estão livres para serem gastos. Isto se chama a velocidade do
dinheiro, uma das variáveis mais difíceis de medir quando a oferta de dinheiro
está sendo avaliada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário