sábado, 27 de janeiro de 2018

Pequenas histórias pitorescas militares



A troca vantajosa

Numa reunião entre o presidente Richard Nixon e a primeira ministra de Israel, Nixon disse a Golda Meir que lhe dava três generais, os que ela escolhesse, em troca pelo General Moshe Dayan. “Okay”, Golda concordou: “Dê-me o General Electric, o General Motors e o General Dynamic.”

Quem tudo quer tudo perde...

O General Moshe Dayan, quando Ministro da Defesa de Israel, afirmou mais tarde num prefácio ao Livro de Jean Laterguy intitulado As Muralhas de Israel: “Partimos para a guerra no intuito de abrir o estreito de Tiran, mas quando a Jordânia se juntou aos Egípcios conquistamos a Cisjordânia até ao Jordão e libertamos Jerusalém. Depois, foi a vez de a Síria querer entrar no conflito, e conquistamos o planalto de Golan. Ninguém, nem eu nem qualquer outra pessoa, previra que as coisas se iriam passar assim. Em seis dias, o nosso exército, combatendo em todos os horizontes de Israel, traçou as fronteiras que mantemos atualmente.”

A arrogância de um centurião

Por Durval Antunes Machado Pereira de Andrade Nery*

Eu estava com a aviação em missão na Amazônia, comandava a Brigada de Aviação do Exército. Fui lá várias vezes. Fiz o primeiro voo de helicóptero para atravessar a Amazônia, em 1992. Foi uma aventura, mas fomos, deixamos cinco helicópteros lá. Aí eu recebo uma ordem de Brasília.

Eu, General do Exército Brasileiro, comandando uma das mais novas brigadas do Exército, a Brigada de Aviação, 72 helicópteros, recebo ordem para participar de um encontro no Centro de Instrução de Guerra na Selva - CIGS, em Manaus, com um general americano, não lembro o nome dele.

Esse general comandava a divisão de emprego de tropas especiais, as forças especiais americanas, comandos, rangers, helicópteros; a tropa que é utilizada no primeiro dia de combate fora dos EUA.

Foi assim na Guerra do Golfo, foi assim em Granada, foi assim no Panamá.

Ao se apresentarem, o adido militar americano no Brasil me falou:

- General Nery, o senhor tem alguma coisa a falar com o nosso general aqui?

Respondi:

- Não, eu apenas fui avisado para vir porque ele desejava falar comigo. O que o senhor deseja me falar?

Ele disse:

- Eu quero que você treine 2.000 pilotos meus na Amazônia.

Treinar os 2.000 pilotos dele, veteraníssimos da Guerra do Golfo, para aprenderem a voar na selva amazônica...

Retruquei:

- Olhe, eu acho que o senhor está enganado. O senhor deveria estar treinando em outro lugar. Além do mais, eu acho um desrespeito o senhor se dirigir dessa forma à pessoa de um general do Exército brasileiro. Por favor, me dê licença.

Ele interrompeu:

- Não, um momento. Na verdade eu queria que vocês ajudassem a conseguir uma autorização para que eu treinasse 26.000 homens, da minha divisão, na Cabeça do Cachorro (AM). Eu pretendo ficar seis meses ali.

Uma proposta feita para mim, fardado, um general brasileiro, dentro do meu país, dentro do Brasil. Isso ocorreu entre 1992 e 1993.

Os outros generais presentes, Gen Ex Santa Cruz, Comandante Militar da Amazônia e Gen Bda Thaumaturgo, Chefe do Estado Maior do CML, sabem do ocorrido e tiveram a mesma reação. O que nos chamou a atenção foi a ousadia daquele homem, a sua prepotência de vir aqui, ao Brasil, com esta intenção.

*Paraquedista 7140 do Turno 1961/1 - MS 933 - Salto Livre 10 - GIGS 251 e Comando 62.

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