segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Temos a força de um elefante

O robusto animal ilustra perfeitamente nossa potência interna,
segundo o mestre espiritual indiano Sri Bhagavan.
Mas para que possamos acessá-la em sua plenitude
precisamos nos libertar das crenças autolimitantes.

Por Raphaela de Campos Mello


Você sabe o que os treinadores fazem para manter um elefante de circo sem que ele fuja? Eles amarram uma corrente de metal em um colar em torno do pé do poderoso animal e o prendem a uma pequena estaca de madeira cravada no chão. A 10 pés de altura, 5 mil Kg de força poderiam facilmente tirá-lo dessa prisão. Mas ele não faz isso. Na verdade, nem sequer tenta. O animal que pode arrancar uma árvore tão facilmente como eu e você podemos quebrar um palito permanece cativo. Por quê?

Quando o elefante era um bebê, seus instrutores usaram exatamente os mesmo métodos. Uma extremidade de corrente envolveu sua perna. A outra, uma estaca de metal fincada no chão. Estrutura forte o suficiente para o filhote. Quando tentou fugir, a amarra o puxou de volta. Logo percebeu que, se persistisse, a corrente iria cortar sua pele. Então se convenceu de que era inútil tentar escapar. Desistiu.


Agora, toda vez que o veterano animal é amarrado, ele rememora a dor que sentia quando bebê. E não tenta fugir. Ao contrário, lembra de suas limitações e atenta para o fato de que só pode se mover tanto quanto a corrente permitir. Não importa que a estaca de metal tenha sido substituída por uma de madeira. Não importa que o bebê de 100 Kg tenha se convertido numa potência de 5 mil Kg. A crença do elefante prevalece.

Se você pensar bem, perceberá que todos nós somos como os elefantes de circo. Temos um incrível poder dentro de nós. Temos tudo de que necessitamos para enfrentar o mundo. No entanto, cultivamos nossas próprias cadeias e cavilhas: crenças autolimitantes que nos impedem de experimentar a verdadeira liberdade. Às vezes, é uma experiência de infância ou um fracasso precoce. Ou, então, algo que nos foi dito quando éramos mais jovens. “Você não pode fazer isso!” Ou “Você não é bom o bastante!”. Enunciados que nos paralisam. Dizemos: “Não posso fazer isso porque...”, e preenchemos a lacuna com nossas desculpas favoritas. Isso se torna os nossos grilhões, nos impedindo de alcançar o que está bem dentro de nós: nossos poderes.

O que está prendendo você? Qual é a sua cadeia e a sua estaca de madeira?  Reserve um tempo para se fazer essas perguntas e também para notar como muitas vezes desempenhamos o papel do treinador de elefantes – como pais, professores, colegas ou amigos. Quando isso acontecer, lembre-se de lidar com seus elefantes bebês com muito cuidado. Não seja excessivamente crítico. Não os menospreze. Não os acorrente a uma estaca.

Cada um de nós possui a força de um elefante. Não deixe que uma mera estaca de madeira possa retê-lo. É triste quando permitimos que nossa vida seja determinada por crenças autolimitantes em vez de ser o fruto vitorioso da nossa força e do nosso poder. Sempre é tempo de se libertar. Rompa a corrente. Quebre a sua crença de autolimitação. Permita-se experimentar a verdadeira liberdade.
  
(Da revista “Bons Fluidos”, agosto de 2017)


Sri Bhagavan nascido Vijay Kumar; Natham, Tamil Nadu, 7 de março de 1949, também conhecido como Kalki Bhagavan, é um guru espiritual indiano e fundador da Oneness University, uma escola espiritual localizada no sul da Índia. Seu título de Kalki Bhagavan vem derivado de tradições hindus, sendo Kalki o nome dado à décima encarnação de Vishnu, que retornará montado em seu cavalo branco, brandindo uma espada. Seu título de Bhagavan vem derivado da forma respeitosa a se dirigir a um guia, guru ou professor, de acordo com essas mesmas tradições. Vijay Kumar proclamou-se como Kalki (a décima reencarnação de Vishnu) em 1989, embora ele já venha a estar relutante ao usar tal título. 


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