quinta-feira, 19 de abril de 2018

Parábolas do Poder



Charge de Chico Caruso

Ora, existia ali, acuado naquele último canto dos palácios, um homem longilíneo, gelado e melancólico. Todos os dias explodia em fulgores e troares, um quê por necessidade essencial de mando – o mais por impulso visceral de alimentar o medo. Quando caminhava era um passo rápido do nada, olho no olho da atração do abismo, salvaguardando apenas pelo magnetismo sem par do próprio umbigo. E esse homem, concordantemente, tinha por nome insânia. Mas, por adulação, muitos o chamavam de critério.

(Millôr Fernandes em”Humor nos Tempos do Collor”)


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