É noite alta, perto, a madrugada.
Uma enorme lua beija o oceano,
Um casal passeia de mãos dadas
Para o futuro, ambos fazem
planos.
São jovens,
se beijam com carinho,
Admiram o
luar, cruzam vielas,
Resolvem
brincar, estão sozinhos.
Brincar como
crianças, olhar janelas...
A primeira casa está toda fechada;
Na segunda casa alguém está
chorando;
A terceira parece abandonada,
Mas na quarta estão comemorando.
Continuam a procurar por
novidades.
Com cuidado, mirando das janelas,
E uma atrai a curiosidade:
Há um rapaz com rosto cor de
vela.
Esquálido, olhos fundos e
cansados,
Ele se senta e preme alguns
botões.
Algo acontece, o quarto está mais
iluminado,
E numa tela surgem alguns
borrões.
Ele escreve alguma coisa num
teclado.
Depois, aguarda que haja alguma
ação.
A tela agora mostra imagens num
quadrado,
Ele volta a escrever com
atenção.
E fica ali, olhando aquela tela,
E o casal vendo o que não lhe
compete.
Pensa em como esta vida é bela.
O amor está nas ruas; não, pela
internet.
Dão-se de novo as mãos, já
pensativos,
Ficarão mais juntos, na tristeza
ou na dor.
Correm para se sentirem felizes
e vivos,
Fogem da máquina, fogem para o
amor.
(Clarival Vilaça:
29/01/98)
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