quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Histórias de literatos II



Gabriel Garcia Márquez*

Pesando o sucesso

Em uma tarde de agosto de 1966, o escritor colombiano Gabriel García Márquez e sua mulher, Mercedes, dirigiram-se a uma agência dos correios, em Buenos Aires, levando um pacote com 490 páginas datilografadas. Era a primeira tentativa de submeter a obra “Cem Anos de Solidão” à avaliação de uma editora. A taxa de envio do livro ficara em 80 pesos – eles tinham apenas 50. García Márquez fez o funcionário ir tirando as folhas de papel do embrulho até chegar a um valor compatível com o que eles possuíam. Mandaram metade do romance, voltaram para casa, penhoraram o aquecedor, o secador de cabelo e o liquidificador e retornaram ao posto do correio. Ao final, Mercedes disse ao marido: “Ei, Gabo, tudo o que nos falta agora é o livro fracassar.”

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*Gabriel José García Márquez (Aracataca, 6 de março de 1927Cidade do México, 17 de abril de 2014) foi um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.

Foi laureado com o Prêmio Internacional Neustadt de Literatura em 1972, e o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra que, entre outros livros, inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi o maior representante do que ficou conhecido como realismo mágico na literatura latino-americana. Viajou muito pela Europa e viveu até à morte no México. Era pai do cineasta Rodrigo García.

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