sábado, 22 de setembro de 2018

Baile da Coceira

 (Leonardo e Bruno Neber)


O assunto mais falado e comentado no rincão,
Foi de um índio que acabou com um fandango de galpão;
Dois punhados de pimenta ele jogou no salão,
Enquanto o povo dançava,
A poeira levantava e foi formando a confusão.

No começo não foi nada, mas a farra estava pronta,
Começaram a se coçar, no salão, de ponta a ponta.
Os espirros e a coceira começaram a tomar conta,
Foi coisa linda de ver,
Todo mundo se bater parecendo mosca tonta.

Coça, coça, coça aqui; coça ali e coça lá
Velhas, moças e rapazes, todo mundo a se coçar.
Coça, coça, coça aqui; coça ali e coça lá
E a coceira não passava e não paravam de espirrar.
Coça aqui e coça ali, coça ali e coça lá!

A coceira era tanta que o povo não resistiu,
Se largaram campo a fora e o salão ficou vazio.
Coceira igual aquela no rincão nunca se viu
Todo mundo em disparada,
Não enxergaram mais nada e caíram dentro do rio.

Tinha índio mergulhando de bombacha, bota e espora,
Todo mundo dentro dágua a se coçar na mesma hora.
Quem olhava parecia que eles tinham catapora
E a coceira não passava
Tinha gente que gritava:
− Me salve, Nossa Senhora!

Coça, coça, coça aqui; coça ali e coça lá,
Velhas, moças e rapazes, todo mundo a se coçar.
Coça, coça, coça aqui; coça ali e coça lá
E a coceira não passava e não paravam de espirrar.
Coça aqui e coça ali, coça ali e coça lá!

Eu estava numa moita morrendo de dar risada,
Pois fui eu quem provoquei toda aquela trapalhada.
O povo me descobriu e parei de fazer troça,
Me deram uns tapas nas ventas,
Me lavaram com pimenta e eu entrei no coça-coça.

* A gravação dessa música está na internet na voz de Ivon Curi.

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