terça-feira, 11 de setembro de 2018

Parábola da crise americana



Com o agravamento da crise americana este texto tenta explicar, em linguagem de bar, como surgiu a recente pane financeira que teve origem no crédito subprime.

A crise americana começou mais ou menos assim:

O seu Biu tem um bar na Vila Carrapatos, e decide que vai vender cachaça na caderneta aos seus leais fregueses, quase todos desempregados ou sem emprego fixo.

Como decide vender na conta, ele pode aumentar um pouquinho o preço da branquinha (a diferença é sobre o preço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu decide que as cadernetas do bar são, afinal, uma lucrativa bolada a receber (que batiza de “recebíveis”) e começa a adiantar dinheiro à bodega tendo o pindura como garantia.

Uns seis Zé-cutivos de bancos, mais adiante, utilizam os tais haveres do banco e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, CBF, SOS e outras siglas que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Essas geniais invencionices para atrair dinheiro turbinam o giro do mercado financeiro e levam a fazer negócios derivados, que, por isso, são batizados de “derivativos”. E que tem como base (“lastro”) o que todo mundo desconhece: as cadernetas do seu Biu.

Esse “derivativos” são negociados como se fossem títulos sérios e poderosos, com fortes garantias reais, em 100 países.

Até que alguém descobre que os pinguços da Vila Carrapatos não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência, não paga o empréstimo do Banco, que não honra seus compromissos etc, etc, etc...

E toda a cadeia entra em “crise sistêmica”. Ou, como resumiria seu Biu: danou-se todo mundo!

  
Autor desconhecido

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