sábado, 29 de março de 2014

Histórias para meditar

Os três talismãs

Teodoro de Morais

– Que é preciso para aprender?  Perguntou um filho ao pai.
– Para aprender, para saber e para vencer, responde o pai, é preciso buscar os três talismãs: a alavanca, a chave e o facho.
– E onde encontrá-los? Interroga o filho.
– Dentro de ti mesmo, explica o pai. Os três talismãs estão em teu poder e serás poderoso, se quiseres fazer usos deles.
– Não compreendo, diz o filho cada vez mais intrigado. Que alavanca é essa?
– A tua vontade. É preciso querer, é preciso remover obstáculos para aprender.
– E a chave?
– O teu trabalho. É preciso esforço para dar volta à chave e abrir o palácio do saber.
– E o facho?
– A tua atenção. É preciso luz, muita luz, para iluminar o palácio. Só assim poderás ver com clareza e descobrir a verdade, que vence a ignorância.

Os quatro desejos

Maria Aparecida Amaral

Conta-se que, quando Deus fez o mundo, dialogou com três reinos da natureza a fim de conhecer os desejos de alguns seres.
Começando pelo reino mineral, ouviu o ouro que assim falou:
– Não posso ser tão útil quanto o ferro, mas desejo ser o mais nobre dos metais.
A seguir falou o carvalho:
– Já que o pinheiro é mais alto do que eu, pretendo ser fortíssimo para resistir ás tempestades e vendavais que costumam desafiar o reino vegetal.
O leão, por sua vez, rugiu:
– Quero ser o mais temido do reino animal para viver bem sossegado.
Por último foi interrogada a violeta:
– Desejo ser a mais humilde das flores. Menos resistente que o carvalho, porém muito delicada.
E o Senhor atendeu a todos os pedidos, dando ainda à violeta o perfume da simplicidade que a torna encantadora.

Sobre a ambição

de pó
Deus o fez.
Mas ele, em vez
de se conformar,
quis ser sol, e ser mar,
e ser céu... Ser tudo, enfim!
Mas nada pôde! E foi assim
que se pôs a chorar de furor...
Mas-ah! foi sobre sua própria dor
que as lágrimas tristes rolaram. E o pó,
molhado, ficou sendo lodo – e lodo só!

Guilherme de Almeida


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