A lenda da Moça que dançou depois de morta
Esta lenda é
muito popular em Porto
Alegre.
Diz que um moço foi a um baile, no
bairro da Glória, numa noite de sábado. Lá, viu uma moça muito bonita e triste.
E sozinha, o que era uma coisa incomum, à época. Dançou com ela o que deu, até
que à meia-noite ela disse que precisa ir para casa.
Encantado com sua beleza e
comportamento, o moço quis acompanhá-la, ainda mais porque ela estava sozinha.
Ao saírem à rua, a moça estremeceu de frio e se abraçou, arrepiada. Então o
rapaz, muito educado, ofereceu-lhe a capa, na qual ela se enrolou, agradecida.
Os dois atravessaram o morro da
Glória – onde fica o cemitério e desceram um pouco a lomba, como quem vem para
o centro. Diante de uma casa a moça parou e disse: “Eu moro aqui”. Quis
devolver a capa, mas o rapaz não aceitou, pensando numa desculpa para ver a
moça ao meio-dia de domingo... Ela sorriu e nada disse, entrando na casa.
No domingo, perto do meio-dia, o moço
voltou a casa, teoricamente para rever a capa, mas na realidade esperando um
convite para almoçar e, quem sabe, começar um namoro. Foi recebido por um homem
maduro e muito triste. O rapaz só então se deu conta que não tinha perguntado o
nome da moça, na noite anterior. Vai daí, disse ao velho:
– O senhor é o pai da moça
que mora aqui?
– Aqui não mora moça
nenhuma. – Disse o homem triste.
– Mora, sim. Eu vim com ela
ontem de um baile e ela entrou aqui. Emprestei a minha capa para ela, porque
estava frio e fiquei de vir buscar hoje...
– É engano seu, deve ter
sido noutra casa. – Contestou o velho.
E, ao abrir um pouco mais a porta, o
rapaz espiou para dentro e viu o retrato da moça na parede. Alegrou-se,
apontando:
– Olhe, lá está ela, é
aquela do retrato!
Para surpresa dele, o velho olhou e
disse:
– Aquela é minha filha, que
morreu faz um ano.
O rapaz ficou abobado. Não queria
acreditar. Era tão sincera sua surpresa que o velho se ofereceu para levá-lo ao
túmulo da filha, no cemitério ali em cima. Foram. E lá estava o túmulo da moça, com
seu retrato na cruz e em cima do túmulo, a capa do rapaz.
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Notas
Todo mundo conhece esta lenda, em Porto Alegre , e em
1954, quando cheguei aqui, conheci a casa na descida do cemitério, onde diziam
que a moça tinha morado.
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(Do livro “Mitos e
Lendas do Rio Grande do Sul”,
de Antonio Augusto Fagundes)
Martins
Livreiro-Editor
essa historia me arrepio
ResponderExcluirquase morri quando disse que a capa do rapaz tava em cima do tumulo
ResponderExcluirGostaria de saber onde fica essa casa? Para fazer uma reportagem para a a escola !!
ResponderExcluirEsse fato nunca aconteceu. É uma lenda urbana contada em várias cidades brasileiras.
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