domingo, 1 de junho de 2014

Curiosidades futebolísticas do Internacional

Lembre-se

Esta página foi feita com muito amor e carinho por um aficcionado do esporte que, casualmente, é colorado. Fiz pesquisas históricas para enaltecer um clube gaúcho que muitas alegrias deu a todos os brasileiros, conquistando duas Libertadores da América, duas Recopas, um Sul-americano e um campeonato mundial interclubes, derrotado o grande e poderoso Barcelona da Espanha. Não danifique um trabalho árduo de um anônimo brasileiro, pois se você não torcer por este clube e não gostar do que foi feito, não leia esta página, você vai sofrer e tentar danificá-la mais uma vez...

A fundação do Sport Club Internacional

Nem todos ficaram de acordo com a cor da futura camisa do clube. Subdividiam-se em dois grupos como fora o Carnaval daquele ano, conflito feio de rua entre Venezianos e Esmeraldinos, um vermelho, outro verde. Justamente as cores pretendidas, ou uma ou outra. O resultado da votação tirou da ata de fundação o apoio daqueles que defendiam o verde. Mas o racha não esvaziou a reunião, muito menos o clube. Ficou vermelho e branco para o resto da vida. E, ao contrário dos times de guris que viram clube de salinha e campo emprestado, o Internacional cumpriu o esforço de eternidade de seu ato de fundação e já completa mais de 100 anos de existência, uma promessa talvez muito maior do que a dos Poppe e seus amigos do 2º Distrito.       

O futebol era mesmo uma das formas de associação e vida social que modernização de Porto Alegre do início do século começava a favorecer. Tanto que na fundação do Internacional surgiu a ideia de promover uma espécie de confraternização depois dos episódios do Carnaval que quebraram com o jeito ainda pacato e ordeiro da cidade. O conflito foi na rua da Praia e teve desdobramentos por toda a cidade. O convite para a Assembleia Geral do dia 4 de abril (de 1909), domingo à tarde, referia o fato e propunha uma superação pela forma diferenciada e agregadora de uma nova instituição que iria se dedicar à prazerosa e saudável prática do novo esporte.

Mesmo assim, a escolha das cores do novo clube reavivou a rivalidade das duas sociedades carnavalescas, numa prova de que a raiz do futebol haveria de crescer, muito além das sociabilidades e do cavalheirismo, esse outro saudável e eternizante conflito dos opostos. Aliás, no fundo da Assembleia Geral do dia 4 de abril já estava um ato que haveria de opor o Internacional, o clube dos portugueses açorianos, dos estudantes e dos comerciários, ao Grêmio, assim dito um clube de alemães, o que se evidencia de fato nas escalações dos times desse início do século. Não só no que seria o rival do século mas no Fussball Club Porto Alegre e no Manschaft Frisch Auf.

A informação geralmente aceita é a de que o nome do novo clube tenha sido uma referência ao Internacional, clube de São Paulo ao qual tinham se filiado, antes de virem morar em Porto Alegre, os três irmãos Poppe: Henrique, o orador oficial (e integrante da diretoria com este cargo, o que se explica pelo caráter do evento social que se dava ao futebol, com cerimônias e recepções, antes, durante e depois dos jogos, e pela importância da oratória como um atributo invejável dos melhores homens públicos), José, capitão do time, o que equivaleria hoje ao cargo de técnico, e Luís, que fazia parte da primeira Comissão de Campo, ele e mais três.

O discurso de Henrique Poppe na reunião, mais do que lembrar o clube paulistano de mesmo nome, é uma clara manifestação de intenção e foi mesmo o que mobilizou aqueles jovens a comparecer a uma reunião num domingo à tarde no porão da residência da família Seferin, na avenida Redenção, 141, correspondente ao número 1.025 da atual João Pessoa. Henrique disse o seguinte: que se estava fundando um clube para brasileiros e estrangeiros. Uma clara alusão à política de discriminação dos outros clubes de futebol de Porto Alegre.

Não será por outra razão que o Internacional, a partir do final da década de 20, abrirá a sua sede e dará lugar no seu time aos jogadores que pertenciam às muitas ligas que organizavam competições entre clubes representativos de negros (a famosa Liga da Canela Preta, por exemplo), de funcionários públicos, de empregados do comércio e de estivadores.

(Do livro “Meu Coração é Vermelho”, 
de Ruy Carlos Ostermann)

 

→ Acima, o primeiro distintivo do Sport  Club Internacional, criado em 1909: com a forma à inglesa.

→ Se a escolha do distintivo fosse feita com a grafia aportuguesada: ficaria Esporte Clube Internacional, distintivo e não a forma à inglesa: Sport Club Internacional, o distintivo ficaria como está abaixo:


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Evolução do distintivo do Inter


→ As cores escolhidas foram deliberadas através de um concurso, entre as cores de duas sociedades carnavalescas da cidade: ou ficavam com verde e branco do Esmeralda; ou com o vermelho e branco dos Venezianos. Ganhou a cor dos Venezianos.


Acima, primeiro distintivo e primeira camiseta

→ Time de 1910 com o primeiro fardamento: calção branco e camiseta listradas: vermelho e branco.


P.S. A foto acima foi tirada junto à parede do Colégio Militar de Porto Alegre, pois o time treinava e jogava no Campo da Várzea, atual Parque Farroupilha.


→ O Saci, * figura símbolo do Internacional, foi criado na década de 50. Quando surgiu era chamado de negrinho. O símbolo saiu das páginas esportivas da antiga Folha Desportiva e do jornal A Hora.

* O desenho do atual, desenhom ac foi feito pelo escritor, desenhista e caricaturista Ziraldo.


Saci do Estadão

Henrique Poppe, foto abaixo, vindo de São Paulo, foi rejeitado em clubes gaúchos e, por isso, fundou o S. C. Internacional, numa casa na Avenida João Pessoa*, ao lado do terreno da Várzea, atual Parque Farroupilha.

* Avenida Redenção, 141 (correspondendo hoje a Avenida João Pessoa 1025).


→ Um dos mais tradicionais e importantes clubes esportivos da cidade. Foi fundado em 4 de abril de 1909 “por um grupo de jovens empregados no comércio e residentes n 2° distrito”, segundo notícia do Correio do Povo à época.


→ Se o primeiro campo de esporte já utilizado no primeiro mês de fundação, era na Rua Arlindo (foto acima), nas imediações da Ilhota. A denominação “Internacional”, segundo Carlos Lopes dos Santos, bem informado cronista do clube, deveu-se a ter esse nome o então campeão de futebol da capital paulista. Quanto às cores – vermelho e branco –, a opinião predominante é de que decorressem de influência da sociedade carnavalesca Venezianos, que, ao lado da Esmeralda, dividia as preferências dos porto-alegrenses. Vermelho e branco eram as cores da “Venezianos.

→ As inundações frequentes fizeram com que fosse logo abandonado o campo da Rua Arlindo, passando o Internacional a disputar suas partidas em terreno da Várzea, no local onde hoje se encontra o Hospital de Pronto Socorro. A diretoria eleita em 1912 conseguiu alugar um campo na Azenha, no trecho hoje cortado pelas ruas Germano Hasslocher, Afonso Pena e Damasco, desenvolvendo ali um longo ciclo de vida, que só terminaria em 1931, quando o clube adquiriu sua primeira propriedade – o Estádio dos Eucaliptos, com gente à Rua Silveiro, no Menino Deus.  O campo da Azenha, aliás, também fora conhecido como “Chácara dos Eucaliptos”. O estádio inaugurado em 1931, o foi graças aos grandes esforços do Eng. Ildo Meneghetti, então presidente do clube, e que por isso mesmo se tornaria mais tarde o seu patrono. Durante muitos anos, até a construção do Estádio Olímpico, do Grêmio Porto-Alegrense, a praça de esportes da Rua Silveiro foi a principal da cidade.

→ No começo dos anos 30, o Internacional lançou a venda de bônus para ajudar na construção do futuro estádio, cuja maquete não correspondeu, mais tarde, ao que foi idealizado.


→ Em 1969, depois de um esforço do quadro social e dirigentes, foi inaugurado à Avenida Padre Cacique. À margem do Guaíba, o grande Estádio Beira-Rio, com capacidade aproximadamente para 100 mil espectadores.

*Com a reforma do estádio, passou para 51 mil pessoas confortavelmente instaladas.
  
(Do livro “Guia Histórico de Por Alegre”, de Sérgio da Costa Franco)

→ O hino do S. C. Internacional, Celeiro de Ases, foi criado pelo radialista carioca Nélson Silva*, que trabalhava na Rádio Farroupilha. Veja letra original abaixo:

*Nélson Silva (Rio de Janeiro, 16 de junho de 191615 de março de 1983) foi um cantor, compositor, ator, produtor e radialista carioca, radicado no Rio Grande do Sul, conhecido por ser o autor do hino do Sport Club Internacional.


Acima, Nélson Silva*, abaixo seu hino datilografado:


Parte da partitura do hino


→ Foi em 1957 que Nélson Silva, criou e presenteou ao clube a canção que se tornou hino oficial do colorado.

→ Nascido no ano de 1916, o carioca Nélson Silva era torcedor fanático do Flamengo. Em excursão pelo grupo “Águias da Meia-Noite”, no ano de 1943, se apaixonou pela cidade de Porto Alegre e decidiu ficar, onde chegou a ser diretor de departamento da Rádio Farroupilha e da TV Piratini. Tornou-se um ávido torcedor colorado ao perceber a aceitação da comunidade negra por parte do Clube.


As décadas de 1940 e 1950 foram de grandes conquistas, então o Internacional decidiu realizar um concurso para a criação de um hino que representasse os colorados. Foi então que, em 1957, ao ouvir a derrota do Internacional para o Aimoré enquanto esperava sua noiva, escreveu os famosos versos que estariam na ponta da língua do torcedor. Apesar de não ter se inscrito oficialmente no concurso, o compositor presenteou o Clube com a canção, junto de outra na qual homenageava o Beira-Rio, após ter apresentado a música diversas vezes na rádio onde trabalhava e em bares."

*Um dia falei com Nelson Silva, ele sempre lamentou que nunca ganhou nada do Inter por ter feito o hino, nem mesmo o direito de assistir aos jogos de graça.

 Nos anos 50, o Inter possuía um animal que servia de amuleto e dava sorte: Chica, uma cabrita malhada que era levada em quase todos os jogos do colorado em Porto Alegre. Na casa do adversário era comprado um ingresso para Chica e ela era instalada em uma cadeira numerada.

 A DPC – Departamento de Propaganda e Cooperação foi a primeira torcida organizada a surgir no Rio Grande do Sul e pertencia ao Inter. A DPC era ligada à diretoria e seus integrantes iam a campo com uma blusa vermelha.


Vicente Rao, criador da DPC

                                                   
  Vicente Rao, no meio da foto, com torcedores do Inter.


Estádio dos Eucaliptos - 1931

 Em 15 de março de 1931, foi inaugurado o Estádio dos Eucaliptos, de propriedade do Sport Club Internacional. O estádio, com arquibancadas de madeira, recebeu o nome de Eucaliptos em função da ini­ciativa de Oscar Borba, que cercou a área com mudas de eucaliptos trazidos de Viamão. A primeira partida foi diante do arquirrival, o Grêmio Porto-Alegrense, e a vitória foi colorada, 3 a 0, com gols de Jawell.


→ O time que passou para a história sob a denominação de Rolo Compressor já despontava na formação que começou seu reinado no campeonato Gaúcho em 1940, com craques como Alfeu, Tesourinha, Rui e Carlitos. Mas foi dois anos depois, na campanha do tricampeonato, que surgiu o apelido consagrado.



→ Personagem emblemático de Porto Alegre, o popular Vicente Rao (foto acima) foi vereador, Papai Noel, Rei Momo e, acima de tudo, colorado doente.

→ Nascido no dia da fundação do Inter, 4 de abril de 1909, ex-jogador, torcedor símbolo, criador das primeiras escolinhas de futebol e das torcidas organizadas do clube, Vicente Rao também fazia desenhos humorados dos jogadores colorados. Um destes desenhos mostrava o ataque do Inter na forma de um rolo amassando adversários. A ideia pegou, outros passaram a usar a mesma imagem (reprodução acima) e o Rolo Compressor entrou na história.

→ Em 1941, o ataque colorado já era o mesmo que iria inspirar Vicente Rao na criação do Rolo Compressor: Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos. Nesse ano, o Rolo estabeleceu uma marca incrível: 108 gols marcados num só ano. Uma mostra deste poder ofensivo pôde ser contemplada nas finais do Gauchão de 1941. Em dois jogos, contra o Rio Grande, o Inter fez 15 gols.

(Do livro “Gauchão – A História Ilustrada de uma Tradição – Zero Hora)

*****

A Queda do Fortim da Baixada:


(Desenho de Vicente Rao)

→ Transcorria o ano de 1944, em pleno mês de outubro, e aproximava-se do 6º GRENAL da temporada, tendo o INTER já ganho 4 e o adversário apenas 1. Contudo, o que estava por acontecer seria o mais importante porque decidiria o título citadino. O colorado já era Tetra e buscava o Pentacampeonato. Os azuis tinham vencido o último GRENAL na Baixada (4×3) e por isso incendiaram a disputa. Ademais, tinham melhorado em relação aos anos anteriores e perder no seu estádio, que passaram a denominar de “Fortim” (pequeno forte), seria muito difícil. Achavam até que o título estava no papo, ainda mais que o colorado não contaria com o goleador Carlitos, em vista de cirurgia no joelho feita a menos de um mês.

→ Em toda aquela euforia parece que não se deram conta que iriam enfrentar o temível “Rolo Compressor”, vencedor da grande maioria dos clássicos dos anos 40. Com efeito, o INTER obtivera 14 vitórias contra apenas 4 dos rivais até aquela data. A denominação de Rolo Compressor é atribuída a Vicente Rao, famoso folião carnavalesco e chefe da torcida colorada, vindo depois a se tornar Rei Momo da capital por longos anos a fio.

→ Além do mais, a torcida colorada comandada pelo próprio Rao era imbatível na vibração, mesmo que o time jogasse em campos adversários.

→ E assim no dia 08 do mesmo mês aconteceu o clássico, no Estádio da Timbaúva, neutro por ser do Força e Luz e o maior da cidade naquela época.

→ Para os colorados tornou-se terrível pelas circunstâncias do jogo, eis que ao abrir uma vantagem de 2×0, os diabos rubros, assim conhecidos, no decorrer da partida tiveram 3 (três) jogadores lesionados, os quais permaneceram em campo sem condições, apenas fazendo número. Dentre eles estava Carlitos, que acabou sendo escalado, apesar da recente cirurgia e de não ter treinado no período de convalescença. Mesmo assim, assinalou o gol de abertura. Explica-se que, naquela época, não eram permitidas substituições durante a partida. Iniciado o 2º tempo o INTER fez 2×0, mantendo a vantagem até os 23’, quando o rival descontou e aí, meus amigos, foi um sufoco só, pois os rubros precisavam manter a vitória para serem campeões. Imagine com três jogadores lesionados em campo. Nos 20 minutos finais, postou-se todo na defesa para garantir o resultado e o adversário em cima, sem, no entanto, conseguir o gol de empate, em verdadeira jornada heroica dos colorados. Terminado o jogo em 2×1, o INTER sagrou-se Pentacampeão citadino. Na oportunidade foi distribuído o panfleto de gozação, que está anexo, sob o título: O Fortim Caiu. No mesmo, vê-se o Rolo Compressor destruindo o Fortim da Baixada, quebrando, inclusive, o ovo do sonho tricolor, representativo do título. Essa charge ficou tão consagrada que é ainda lembrada nos dias atuais, tanto no Livro Oficial do Centenário como na Agenda Histórica do INTER.

(Do Blog Arquibancada Colorada – O Beira-Rio na Internet)

Jogadores Diplomados – Doutores em Futebol:


→ Em setembro de 1945 o INTER já havia conquistado o Hexacampeonato Citadino de forma invicta, pois à exceção de dois jogos com o Cruzeiro, os quais empatou, venceu todos os demais. Era um time arrasador para todos os adversários, justificando o título de Rolo Compressor. E, na data de 30 de outubro, mesmo antes de sagrar-se Hexacampeão Gaúcho, cada jogador recebeu o Diploma de Doutor em Futebol, devidamente assinado pelo Diretor do Departamento de Cooperação e Propaganda, Vicente Rao e pela Presidente da Legião de Torcedoras, Alayde Jardim Fagundes. A analogia de 6 (seis) conquistas consecutivas, inédita até então no futebol profissional da América, foi feita com a duração do curso de Medicina, que na época durava 6 anos para formação de um Médico. Daí o nome de “Doutores em Futebol”. Em nossa pesquisa, com dificuldades conseguimos uma cópia do diploma concedido a um dos integrantes daquele famoso time, qual seja, do goleiro reserva Di Lorenzi, que pode ser visto na foto dos campeões (antepenúltimo de pé à direita). Só lamentamos o mau estado de conservação da cópia anexada.

Do Blog Arquibancada Colorada – O Beira-Rio na Internet)

→ O Inter foi o primeiro clube gaúcho a vencer um clube paulista no Pacaembu, São Paulo. A partida aconteceu em 28 de maio de 1967 e valia pela fase final do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. O Inter bateu o Corinthians por 1 a 0, gol de Lambari, que acabou sendo homenageado com a exposição de suas chuteiras numa vitrine da Rua da Praia, em Porto Alegre.


Foto do time ganhador, Lambari, o penúltimo agachado.

→ O lendário ponta-direita colorado, Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha, que atuou no clube entre 1939 e 1949, não recebia salários pelo seu trabalho. Tesourinha jogava em troca de 1 litro de leite por dia.


Tesourinha


Tesourinha no último jogo nos Eucaliptos


Adeus aos Eucaliptos

Por Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Posso imaginar o que sentiu Larry Pinto de Farias ao ver o início da demolição do Estádio dos Eucaliptos. Possivelmente um sentimento de perda e vazio. Impotência diante da máquina avassaladora.

O estádio inaugurado num distante março no início da década de 30 dá lugar a um condomínio residencial. Em breve, o gramado onde brilharam Ivo, Alfeu, Nena, Assis, Ávila, Abigail, Russinho, Villalba, Tesourinha, Adãozinho e Carlitos, craques do lendário Rolo Compressor será, apenas, algumas lembranças de saudosos torcedores do Sport Club Internacional.

Não conheci os Eucaliptos, sequer fui fazer uma visita para ver o palco que abrigou jogos da Copa de 50. O Estádio dos Eucaliptos nunca esteve nos meus roteiros em visita a Porto Alegre.

Não tive a felicidade de assistir ao Rolo Compressor e não vi as atuações de Tesourinha e Cia. Essa turma de boleiros só nos livros e fotos.

A minha geração é a do Gigante da Beira-Rio. Que também é um templo sagrado de mitos e lendas do futebol.

A geração do Bigorna, Bola-bola e Dom Elias Figueroa. Da mesma forma que alguns torcedores mais idosos têm a escalação do Rolo Compressor na cabeça, eu tenho a da equipe campeã de 75 e o inesquecível Gol Iluminado.

Não tenho esse sentimento de afeto ao Estádio dos Eucaliptos, mas posso imaginar que seja a mesma sensação melancólica de um ferroviário ao contemplar as ruínas de uma estação da Viação Férrea. E esse sentimento – como filho de ferroviário –, eu tenho presente. São emoções indescritíveis como folhar um corroído álbum de fotografias que contam a história de uma Era. A história de um tempo que está marcado nos gritos de uma torcida ou num gol de bicicleta.

O Estádio dos Eucaliptos ficará na memória dos torcedores – e na memória dos filhos e netos desses torcedores –, nas fotos, em um perdido filme de uma tabelinha de Larry e Carlitos. Na voz de um narrador alucinado com um desconcertante drible de Tesourinha. Essa é a historia que deverá ser contada e escrita nos pormenores detalhes.

É uma pena. Os Eucaliptos poderiam abrigar a história do futebol, a memória dos esportes, mas temos que compreender que futebol e time campeão não se faz com sentimentalismo e nostalgia. Hoje, futebol é um negócio cujo resultado vem das quatro linhas do gramado. Não basta ter um estádio, tem que ter time e time vencedor.

Assim, resignado, mas com o mesmo sentimento de Larry, entendo o adeus aos eucaliptos.

O Beira-Rio é o nosso palco e o Rolo Compressor nós refaremos junto ao pôr do sol do Guaíba. E quando o capitão colorado levantar a taça de campeão estará saudando os craques do passado e as glórias do Estádio dos Eucaliptos.

→ Larry Pinto de Faria, ídolo colorado dos anos 50, foi o primeiro jogador do Inter a exercer um mandato político. Larry elegeu-se deputado estadual pela UDN em 1962.


→ Larry, goleador do Internacional nos anos 50, já atuou e marcou gols em campos muitos ruins, como o campo da foto abaixo, de Assis Hoffmann.


 A Chácara dos Eucaliptos, inaugurada em 1912, foi o primeiro campo oficial do Inter.


Abaixo, o antigo vestiário da Chácara dos Eucaliptos


Abaixo, chácara do Eucaliptos na rua Arlindo


 O torcedor símbolo do Inter nos anos 40 chamava-se Charuto. Ele entrava no estádio e bebia de graça.


Charuto, "concentrado", para mais um jogo do Inter

 O primeiro jogador negro a atuar pelo Inter foi Dirceu Alves, que era zagueiro, no ano de 1925.

→ O Internacional teve, como mascote, nos anos 40, uma cabrita chamada Chica. Ela entrava em todos jogos do Inter no estádio dos Eucaliptos. No campo do adversário era complicado a sua permanência entre os torcedores, mas sempre se dava um jeito...



José Francisco Duarte Junior, apelidado Teté, foi o mais carismático treinador do Internacional.


 Na era Beira-Rio, o técnico Rubens Minelli, foto abaixo, é o detentor do recorde de permanência no cargo: 3 anos, 11 meses e 10 dias.


→ Abel Braga, foto abaixo, é o único treinador campeão mundial pelo Internacional, em 2006, derrotando o poderoso Barcelona por 1 X 0.


→ A maior goleada aplicada pelo Inter em clássicos Grenais aconteceu em 17 de setembro de 1948, Inter 7x0.

 A maior invencibilidade do Inter na sua história ocorreu no ano de 1984, sob o comando do técnico Otacílio Gonçalves da Silva Jr.; o colorado chegou a incrível marca de 39 partidas sem perder. Foram 26 vitórias e 13 empates. A sequência foi quebrada em 21/10/1984 pelo Santa Cruz que bateu o Inter por 2 a 1 em Santa Cruz do Sul pelo Gauchão daquele ano.

 No Grenal do dia 01.11.1938, em uma tarde de domingo, no estádio da Timbaúva, em partida amistosa válida pela disputa da Taça Martel, o colorado venceu o tricolor por 6 a 0, e o árbitro Álvaro Silveira ainda anulou 5 gols do Inter.

 O zagueiro Nena do Inter, na época do Rolo Compressor, na década de 40, tinha o apelido de “Cabeça de Aço”*, porque nas bolas aéreas tiradas por ele quase sempre surgiram perigosos contrataques.


Nena, o parada 18

* E tinha também o apelido de Parada 18, um ponto de parada de ônibus no Bairro da Tristeza, onde havia uma famosa loja, que muitos paravam para fazer compras. Ninguém passava pelo Nena, todos paravam na parada 18.

→ No dia 7 de julho de 1963 foi lançada a pedra fundamental da construção do Estádio Gigante da Beira-Rio. Para celebrar o momento, uma missa comandada pelo bispo Dom Edmundo Kunz, conselheiro do clube na época, foi celebrada neste dia. "Aqui todos serão iguais, sem diferenças ideológicas, políticas, religiosas, sociais - todos serão irmãos", afirmou durante a missa Dom Edmundo.

Quem estava presente pelo Inter foi José Pinheiro Borda, de terno claro, à esquerda, e pela Arquidiocese de Porto Alegre Dom Edmundo Kunz. Na ocasião, foi plantada a primeira árvore do futuro estádio.


José Pinheiro Borda, à esquerda. A foto do evento é de Norma Prates


Membros da Comissão de Obras no aterro onde foi erguido o Gigante.


Na foto acima, o aterro avançando no rio...

→ José Pinheiro Borda foi presidente do Conselho Administrativo do Sport Club Internacional e da Comissão de Obras do Estádio Beira-Rio. Colorado apaixonado, dedicou os anos finais da sua vida ao Clube, trabalhando incansavelmente para a construção do Estádio Beira-Rio. Faleceu em 25 de abril de 1965, anos antes da inauguração do estádio.


→ O maior sonho de José Pinheiro Borda* era ver o Beira-Rio pronto. Infelizmente, ele faleceu em 25 de abril de 1965, aproximadamente quatro anos antes de realizar seu sonho. Dentre as frases mais importantes proferidas por esse ilustre personagem da história do Internacional, podemos destacar esta: “Tenho três coisas em minha vida que eu prezo profundamente: a minha querida esposa, o Internacional e o Gigante da Beira-Rio”.

*A Avenida em frente ao estádio Beira-Rio, chama-se Padre Cacique e o seu prolongamento, incluindo o viaduto, em direção à Zona Sul, chama-se Avenida José Pinheiro Borda e o nome oficial do estádio também é Estádio José Pinheiro Borda, conhecido como Beira-Rio.

Leandro Fonseca
(Equipe de pesquisa do Museu do Inter)


José Pinheiro Borda e o governado Leonel Brizola

→ A primeira vitória do Internacional em São Paulo, Estádio do Pacaembu: A histórica vitória de 1 a 0 do Inter sobre o Corinthians aconteceu no dia 28 de maio de 1967. O Corinthians havia vencido suas 15 partidas anteriores e parecia imbatível. Mas, com gol de Lambari em pleno Estádio Pacaembu, foram os gaúchos que comemoraram. O jogo foi válido pela fase quadrangular final do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Até então nenhum gaúcho tinha conseguido tal feito. Time da vitória:

Ficha técnica – Corinthians 0×1 Inter – 28/05/67

Corinthians: Marcial; Jair Marinho, Ditão, Clóvis e Maciel; Dino e Rivelino (Nair); Bataglia (Marcos), Tales, Silvio (Flávio) e Gilson Porto. Técnico: Zezé Moreira.


O time do Internacional que quebrou o tabu do Pacaembu era quase o time da foto acima: em pé, da esquerda para a direita: Gainete, Sadi, Scala, Luis Carlos, Elton e Laurício. Agachados, na mesma ordem: Carlitos, Bráulio, Joaquim (na foto Davi), Lambari e Dorinho. Técnico Sérgio Torres.

Obs.: Marino entrou no lugar do Bráulio, Claudiomiro no lugar de Joaquim. Técnico: Sérgio Torres. Gol: Lambari (I). Local: Pacaembu.

Obs. Essa foto é do primeiro Gre-Nal oficial nacional realizado para uma competição oficial nacional. O Internacional venceu o Grêmio por 2 X 0, com gols de Bráulio e Carlitos

→ Último do time do Internacional a jogar no Estádio dos Eucaliptos, foto abaixo, no anos de 1968 começo de 1969: Em pé, da esquerda para a direita: Gainete, Sadi, Scala, Luis Carlos, Tovar e Laurício; agachados, na mesma ordem: Valdomiro, Bráulio, Claudiomiro, Dorinho e Canhoto.


→ Abaixo, uma Comissão Técnica do final dos anos 60: João Otávio Maciel (médico), Mário Doernt (fisicultor), Antenor Moura (massagista), Daltro Menezes (técnico), Rosa (roupeiro), Mazzaropi (auxiliar) e Florindo (Gigante de Ébano).


Mudando para casa nova


(Charge de Sampaulo)

 O estádio Beira-Rio foi inaugurado em 06.04.1969, e, na partida, o Inter aplicou 2 a 1 no Benfica de Portugal. Claudiomiro, de cabeça, e Gilson Porto marcaram os gols colorados. Eusébio descontou para os ­portugueses.



→ Na foto acima, Euclides Triches, governador do Estado e Telmo Thompson Flores, Prefeito, cortam a fita simbólica da inauguração do estádio. 

Banda dos Fuzileiros Navais se apresentando no Beira-Rio


Cortando a fita simbólica no dia da inauguração.



Inauguração do Beira-Rio: na foto, titulares e reservas.


Primeiro Placar eletrônico

→ Em 1984, o Inter foi a base da Seleção Olímpica do Brasil que trouxe a medalha de Prata nos Jogos de Los Angeles. A equipe brasileira foi derrotada na final pela França por 2 a 0. Dentre os atletas que se destacaram estiveram Gilmar, Pinga, Mauro Galvão, André Luis, Ademir, Dunga, Tonho, Kita e Silvinho.

 A expressão Grenal foi criada em 1926 pelo jornalista e gremista Ivo Martins.


Cartaz anunciando o primeiro Grenal


Em pé: Pontes, Rafael, Vacaria, Figueroa, Falcão e Edson Madureira.

Agachados: Valdomiro, Carpegiani, Zé Antônio, Dejair e Volmir

A foto acima é de 22.09.1973. Perdemos por 1x0 para o Corinthians, no Pacaembu, SP. Desse time, dois anos depois, Pontes, Vacaria, Figueroa, Falcão, Valdomiro e Paulo Cesar Carpegiani seriam campeões brasileiros de futebol.

 Em 1974, o Internacional conquistava pela 2ª vez o hexacampeonato gaúcho com uma campanha inacreditável: 18 jogos - 18 vitórias, título que antes somente havia sido alcançado pelo Rolo Compressor em 1945, e pelo Grêmio em 1967.

 O chamado Grenal Farroupilha, disputado em 22 de setembro de 1935, foi o último jogo do lendário goleiro Eurico Lara pelo Grêmio. Adoentado, Lara foi substituído por Chico no intervalo. Hospitalizado, faleceu dois meses depois.

 O recorde de títulos consecutivos na história do Gauchão é do Inter. De 1969 até 1976, na chamada Era Beira-Rio, o Inter conquistou o octacampeonato. Nesse período, o time que apresentava Figueroa, Falcão e Carpegiani, alcançou a marca de 17 Grenais sem derrota.

 O recorde de gols de um só jogador em Grenal pertence a um atacante do Inter: Vares, que marcou todos os seis gols na vitória de 6 a 1 sobre o Grêmio, em 1916.

 O Internacional foi campeão gaúcho pela primeira vez em 1927. Para chegar ao título, a equipe venceu a final contra o Grêmio Bagé. No total, o Inter tem 33 títulos regionais.

 Carlitos, o maior goleador da história do Grenal, disputou seu último clássico em 25 de maio de 1951. Da estreia em junho de 1938 à despedida, foram 14 anos de Grenal, com 62 jogos e 40 gols marcados.


Os donos do poder

→ Inspirada num competente trabalho de vestiário instaurado no Grêmio durante os anos 60, a diretoria do Inter confiou a um quinteto de jovens colorados a tarefa de organizar com o vice-presidente Aldo Dias Rosa o futebol colorado em 1969. Trouxeram novos conceitos e implementaram uma filosofia que ajudaram a pavimentar a trajetória vitoriosa do Inter ao longo dos próximos oito anos. Donos do poder, Cláudio Cabral, Hugo Amorim, Ibsen Pinheiro (foto acima), Ivo Corrêa Pires e Paulo Portanova ficaram conhecidos como os mandarins.

Octa, o maior de todos os títulos

→ Em 1976, o Internacional conquistou o Octacampeonato Gaúcho, maior série de títulos consecutivos no Estado, ganhando todos os campeonatos regionais de 1969 a 1976. Foi um grande feito alcançado pelo Internacional, que superou o heptacampeonato do seu rival Grêmio, até então, a maior sequência. Os anos 70 seriam ainda mais alegres para o torcedor colorado, que ainda veria seu time ser tricampeão brasileiro. O bom período ainda consagrou grande parte dos maiores ídolos da história colorada, como Paulo Roberto Falcão, Figueroa, Carpegiani e Valdomiro.


Elenco do Inter octacampeão

 → Ao vencer o Gre-Nal de 26 de agosto de 1976, o Internacional suplantou o hepta do Grêmio e construiu o maior título da história do Campeonato Gaúcho. Aquela vitória de 2xO no Beira-Rio coroa uma série de oito conquistas consecutivas, desde 1969. Era o octacampeonato. Ao longo dos oitos vitoriosos anos, o Inter estabeleceu uma marca impressionante: disputou 214 jogos, com 168 vitórias, 36 empates e apenas 10 derrotas, marcando 430 gols e sofrendo 76.

→ O Internacional foi o único campeão invicto do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1979, sob o comando do técnico Ênio Andrade. Na foto abaixo, da esquerda para a direita, em pé, o time campeão: João Carlos, Benitez, Mauro Pastor, Falcão, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro. Agachados, na mesma ordem: Valdomiro, Jair, Bira, Batista e Mário Sérgio*.



*Mário Sérgio, como comentarista da Fox Sports, faleceu na Colômbia, em 30.11.2016, quando ia cobrir o jogo da Chapecoense.

O time do Inter, campeão brasileiro de 1975, participou da inauguração do estadio Índio Condá, em 25 de janeiro de 1976, do time da Chapecoense, em Chapecó, SC. 

A Chapecoense fez o jogo de inauguração do Estádio Índio Condá e chamou o Internacional, que na época era campeão brasileiro, Bira (Burro) teve a felicidade de fazer o primeiro e único gol daquela partida. Há uma placa no estádio com o nome Bira do Amapá, autor do primeiro gol do estádio.



Inter no Estádio Índio Condá

→ Abaixo, a Comissão Técnica vencedora do campeonato em que o Internacional ganhou invicto em 1979:


Ênio Andrade, Gilberto Tim, o médico e Frederico Arnaldo Balvê

→ Na semifinal, de 1979, o Inter teve pela frente um adversário complicadíssimo: o Palmeiras de Telê Santana e Jorge Mendonça, num duelo que serviria para desempatar os clubes que mais levantaram a taça do Brasileiro naquela década (duas vezes cada um). Quem vencesse, diziam muitos, já seria o virtual campeão e o “campeão dos anos 70” no Brasil. O Internacional ganhou do Palmeiras 3 a 2. Antes do jogo contra o Palmeiras, o Jornal da Tarde, de São Paulo, provocou ao questionar quem era melhor: Mococa, do Palmeiras, ou Falcão, do Internacional. No dia seguinte, a pergunta foi respondida…


→ Paulo Roberto Falcão, o maior craque da história moderna do Internacional e, talvez, de todos os tempos.



Falcão com taça do Tri brasileiro em 1979

→ Na edição de 1982, O Internacional disputou o Torneio Joan Gamper, o quadrangular foi disputado com os cruzamentos de Barcelona x Internacional e Colônia x Manchester City decidindo quais equipes disputariam a final. A torcida dos catalães estava muito empolgada porque era a estreia Diego Maradona no remodelado Camp Nou. . A partida terminou em 0 a 0 e o Colorado venceu nos pênaltis por 4 a 1, com gols de Ruben Paz, Andrezinho, Ademir Kaefer e André Luiz. Apenas o Maradona conseguiu converter um pênalti pela equipe catalã. Enquanto isso, o Manchester City também elimina o Colônia através das penalidades, após empate de 1 a 1. Na final, no dia 25 de agosto de 1982, o Internacional foi escalado com: Benítez, Edvaldo, Mauro Pastor, André Luís, Mauro Galvão, Ademir Kaefer, Paulo Cezar (Fernando Roberto), Ruben Paz, Muller (Joãozinho), Cléo (Sílvio) e Silvinho. E o Manchester City jogou com: Corrigan, Radson, MacDonold, Tweart, Bond, Caton (Davis), Reeves, Hartford, Cross, Powell e Hereide. O Inter teve uma atuação de altíssimo nível contra o Manchester City e o derrotou por 3 a 1. Os gols do título foram marcados por Edvaldo, Paulo Cezar e Fernando Roberto, e MacDonald descontou para a equipe inglesa.


Mauro Galvão, Maradona e André Luis, abaixo, levantando o troféu:



O Troféu Joan Gamper de 1982 foi a 17ª edição da competição. O Internacional, de Porto Alegre, foi o campeão, após ganhar de 3x1 do Manchester City. O Barcelona terminou em terceiro, vencendo o Kõln, que ficou em quarto. Numa das semifinais, o Internacional havia derrotado o anfitrião Barcelona, nos pênaltis, por 4 a 1, após empate em 0 a 0 no tempo normal. Este jogo é até hoje recorde de público do torneio, com mais de 110 mil torcedores que compareceram para ver a estreia no Barça de sua (na época) maior contratação, o argentino Diego Maradona


Os dois times: Internacional e Barcelona

→ Situado em uma área privilegiada de Porto Alegre, junto à orla do Rio Guaíba e com uma abundante área verde, o Parque Gigante é a área de lazer oferecida aos sócios do Sport Club Internacional. O Parque foi fundado no dia 20 de janeiro de 1983, e a partir de 29 de novembro de 1992, ele foi batizado com o nome de Ephrain Pinheiro Cabral, homenageando o ex-presidente do clube, autor do projeto de doação do terreno onde está situada esta magnífica área de lazer.


Pôr-do-sol visto do Parque Gigante

Com uma área de 13 hectares, a área dispõe das seguintes instalações:

- Galpão Crioulo com capacidade para 200 pessoas
- Salão de festas para 90 pessoas
- 4 quiosques coletivos (para 50 pessoas) com churrasqueira;
- 40 quiosques individuais com mesas e bancos
- Parques infantis
- Piscinas ao ar livre;
- Piscina térmica, semi-olímpica
- Quadras de Futevôlei, futebol de salão e vôlei
- 4 quadras de tênis: com piso de saibro, sendo duas com iluminação
- Áreas de lazer
- Amplo estacionamento
- Amplos vestiários


Parque Gigante: piscinas


Parque Gigante: quadras de tênis e campos de treinamento

O Internacional conquistou a Copa Brasil de 1992
Ficha Técnica do jogo:
Copa do Brasil de 1992 – Final – 2º Jogo
• Data: Sábado, 13 de Dezembro de 1992
• Estádio: José Pinheiro Borda “Beira-Rio”, em Porto Alegre/RS
• Público : 32.722 pagantes – Renda: Sem Registro
• Árbitro : José Aparecido de Oliveira (SP)
• Advertências: Ézio, Sérgio Manoel, Souza e Marquinhos (Flu)
• Expulsão: Zé Teodoro (Flu), aos 40′ minutos do 2º tempo


Na foto acima, os campeões do Copa Brasil de 1992: em pé, da esquerda para a direta: 
Em pé: (Gato) Fernandez, Célio Silva, Célio Lino, Márcio, Pinga e Daniel;
Agachados: Nando, Elson, Maurício, Gérson e Marquinhos.
Técnico; Antônio Lopes
Com esse resultado o Internacional sagrou-se campeão da Copa do Brasil pela primeira vez e garantiu uma vaga na Copa Libertadores em 1993.
O pênalti que resultou no gol do Inter foi duvidoso, houve muita reclamação por parte dos jogadores do Fluminense e Zé Teodoro acabou expulso.
Desde de 1979 o Internacional não conquistava um título nacional.
O inter foi o 1º clube a conquistar a Copa do Brasil de forma não-invicta.


Outra formação do time do Inter de 1992:

Em pé: 
(Gato) Fernandez, Célio Silva, Célio Lino, Pinga, Márcio e Daniel;
Agachados: 
Elson, Gérson, Maurício, Marquinhos e Caíco.


Acima, gol do título (de pênalti) convertido por Célio Silva

O Internacional, nos anos de 2006 e 2007, conquistou a Tríplice Coroa: Taça Libertadores da América, Taça do Campeonato Mundo Interclubes e Taça da Recopa dos Campeões. Abaixo a três traças que estão no Museu do Internacional.



Taça da Libertadores, Taça do Mundial e da Taça da Recopa

→ Em 2006, o Internacional conquista o seu primeiro título de Campeão Mundial de Futebol. O time, na foto abaixo, tinha a seguinte formação: Em pé, da esquerda para a direita: Alexandre Pato, Índio, Edinho, Wellington Monteiro, Fabiano Eller e Clêmer; na primeira fila, na mesma ordem: Ceará, Iarley, Alex, Fernandão e Rubens Cardoso. Entrou no segundo tempo, no lugar de Fernandão, Adriano Gabiru, que marcou o gol do título. Técnico: Abel Braga.


→ Em 2006, Fernandão, foto acima , levantou a Taça de Campeão do Mundo FI

→ Em 2010, foi a vez do capitão Bolívar, foto abaixo, levantar a Taça de Campeão da Libertadores da América:



→ Time base: Renan; Nei, Bolivar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga (Andrezinho) e D'Alessandro (Giuliano); Taison (Leandro Damião) e Alecsandro (Rafael Sóbis). Técnico: Celso Roth.

Principais jogadores do Internacional de 2010: Renan, Pato Abbondanzieri, Nei, Kleber, Bolívar, Índio, Fabiano Eller, Sandro, Guiñazu, D’Alessandro, Tinga, Giuliano, Andrezinho, Alecsandro, Taison, Rafael Sobis, Leandro Damião.


→ Na fila ao alto, da esquerda para a direita: Bolívar, Sandro, Renan, Índio, Kleber, e Guiãzú; na primeira fila, na mesma ordem: Taison, Nei, Alecsandro, Dalessandro e Giuliano.

Em 2008, o Internacional conquistou a Copa Sul-Americana, com o seguinte time que jogou a última partida contra o Estudiantes de La Plata: Lauro, Bolívar, Índio, Álvaro, Marcão, Edinho, Magrão, Guiñazu, D'Alessandro, Alex,  Nilmar, Técnico: Tite. Abaixo, a foto dos titulares e reservas do Inter.


Gols famosos de craques colorados


Carlitos e o seu famoso gol inclinado

Depoimento de Carlitos sobre esse gol: “Numa partida, lá na Timbaúva, contra o Força e Luz  o Hugo era zagueiro deles  teve uma hora em que nós estávamos ganhando não sei por quanto. Dali a pouquinho, o Tesoura centrou uma bola dentro da área, eu entrei na corrida, mas cheguei atrasado, quando ela vinha o Hugo tentou aliviar chutando e tum, a bola me deu no rosto em cheio, eu cai, e aí o Rui chegou e disse: 
 Bom, levanta, levanta!
− Eu não enxergo nada, não enxergo.
− Pode levantar que foi gol.
A bola me cara e entrou.

Don Elias Figueroa subia mais do que toda a defesa do Cruzeiro, em meio ao único raio de sol no Beira-Rio, para fazer o histórico “Gol Iluminado”, que deu o título de Campeão Brasileiro de 1975.



Abaixo, o gol acima visto de outro ângulo



Claudiomiro fazendo o primeiro gol do Beira-Rio, no dia de sua inauguração contra o Benfica de Portugal, em que o Inter ganhou por 2 a 1.


Fernandão fazendo o primeiro gol no jogo final da Libertadores de 2006, contra o São Paulo.


Gabiru fazendo, contra o Barcelona, em 2006, o gol mais importante da história do Inter.

O melhor Inter de todos os tempos,
segundo enquete feita pela revista Placar:


Em pé, da esquerda para a direita:

Paulinho – Manga – Figueiroa – Gamarra – Oreco – Salvador

Agachados, na mesma ordem:

Tesourinha – Paulo César Carpergiani – Falcão – Valdomiro – Fernandão

Técnico: Rubens Minelli


Recibo da compra do terreno para a construção
do Estádio do Eucaliptos

→ O time do Internacional que ganhou o campeonato brasileiro de 1975, na foto abaixo, da esquerda para a direita, em pé: Valdir, Manga, Figueiroa, Hermínio, Chico Fraga e Falcão; agachados, na mesma ordem: Valdomiro, Caçapava, Flavio Minuano, Paulo Cezar Capergiani e Lula. Técnico Rubens Minelli.


→ O time do Internacional que ganhou o bi-campeonato brasileiro de 1976, na foto abaixo, da esquerda para a direita, em pé: Manga, Cláudio, Figueiroa, Vacaria, Marinho Perez e Falcão; agachados, na mesma ordem: Valdomiro, Jair, Dario, Caçapava e Lula. Técnico Rubens Minelli.


Estádios do S. C. Internacional


Primeiro Estádio , já na chácara dos Eucaliptos, em 1945
  

Estádios do Eucaliptos - anos 50


Como seria o Estádio dos Eucaliptos,
que nunca foi concluído.


Acima, numa foto do Morro Santa Teresa, vemos abaixo,
o local onde seria construído o Estádio Beira-Rio.


Terreno para a construção do estádio


O estádio sendo construído dentro do Rio Guaíba


Área tirada do rio para a construção do estádio


Iniciando a construção do estádio.
Beira-Rio antigo


Beira-Rio antigo


Estádio Beira-Rio, para a Copa de 2014.


Beira-Rio atual


Beira-Rio iluminado


Beira-Rio interior do estádio


Beira-Rio: visão dos camarotes



Centro de Treinamento no Parque Gigante


Foto do último jogo no Beira´Rio da Copa de 2014


Viaduto próximo ao estádio


O Complexo Beira-Rio para o futuro


Estádio José Pinheiro Borda (Beira-Rio)

Capacidade: 51.800

País: Brasil

Cidade: Porto Alegre

Clube: Sport Club Internacional

Inauguração: 6 de abril de 1969 (Internacional 2 - Benfica 1)

Obras de renovação: 2002-2007-2010-1014

Recorde de público: 106.554 (Seleção Gaúcha contra Seleção Brasileira: 17/06/1972)

Design: Hype Studio (2010)

Custo: R$ 330 milhões de reais

Empresa contratada: Andrade Gutierrez (2010-2014)

Endereço: Avenida Padre Cacique, 891, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, CEP: 90180-240, Brasil.


Foto de Gilberto Simon

À esquerda, o Parque Gigante, no meio da foto, a Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), ainda sem a duplicação; a área do antigo estádio, à direita.


Recorde de público no Beira-Rio

“Não estou entendendo nada. Estou em outro país?”, questionou o atacante Paulo César Caju para Valdomiro durante o amistoso entre a Seleção Gaúcha e a Seleção Brasileira, no Beira-Rio, realizado em 17 de junho de 1972 e que até hoje detém o recorde de público na casa colorada: mais de 110 mil pessoas, com 106.554 pagantes. O “Furacão da Copa” Jairzinho chegou a afirmar que teriam pedido o passaporte para os jogadores do Brasil no Aeroporto Salgado Filho e que temia por prováveis lances de violência por parte dos jogadores gaúchos no amistoso, o que acirrou ainda mais o clima de guerra da partida.

Nos 90 minutos, a Seleção Gaúcha esteve sempre na frente. Fez 1 a 0 com Tovar. O Brasil empatou com Jairzinho. Carbone fez 2 a 1 para os gaúchos, mas Paulo César Caju igualou de novo. Aí Claudiomiro marcou o terceiro dos sulistas e Rivellino decretou o empate final. Os gaúchos atuaram com Schneider; Espinosa, Figueroa, Ancheta e Everaldo; Carbone, Tovar e Torino; Valdomiro, Claudiomiro e Oberti (Mazinho). O Brasil jogou com Leão (Sérgio); Zé Maria, Brito, Vantuir e Marco Antônio; Clodoaldo, Piazza e Rivelino; Jairzinho, Leivinha e Paulo César Caju.

(Correio do Povo)


4 comentários:

  1. Aquela foto do time do Internacional do Robertão de 1967 (atual Camp.Brasileiro) não é do time colorado que venceu o Corinthians no Pacaembu. Esta foto da página é do 1°Gre-Nal oficial realizado por uma competição oficial nacional. O Internacional venceu o Grêmio por 2 x 0, Bráulio e Carlitos (não é o mesmo dos anos 40) marcaram para o Internacional. Mais uma correção: O 3° jogador agachado não é o Joaquim, é o centroavante Davi, que era cunhado de Pelé..

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    1. Amigo Júlio Cezar, farei a devida correção. Obrigado pela mensagem.

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  2. Emocionante relembrar o início de um grande clube, principalmente para uma geração que não vivenciou todas essas conquistas. São informações que perpetuaram.

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    1. Obrigado pelo comentário, percebe-se que é uma pessoa que entende muito do Inter e de futebol.

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