Praça da Harmonia
No
dia 3 de novembro de 1857 ocorreram as últimas execuções em Porto Alegre , no
Largo da Forca*, Praça da Harmonia. Foram levados ao patíbulo os réus Domingos
Batista, Sargento Félix e o pardo Florentino. Os dois primeiros eram acusados
do latrocínio do súdito português Manoel Tavares, e o terceiro assassinara o
seu senhor Antônio Soares Leães. Sobre Domingos Batista, corria a história de
que, às vésperas da execução, pessoa amiga de sua família mandara-lhe um grande
pão-de-ló recheado com uma navalha. Ao encontrar a arma, Batista jogou-a ao
chão, exclamando:
− Estão
enganados! Não me degolo; prefiro morrer enforcado.
*
Hoje Praça Brigadeiro Sampaio
Fonte: Datas
Rio-Grandenses, de Coruja Filho (Sebastião Leão).
Delimitada pela Rua dos Andradas,
Siqueira Campos, General Portinho e Primeira Perimetral (Avenida Presidente
João Goulart), fazia parte da Praia do Arsenal, que abrigava estaleiros da
construção naval. Conhecida, nos início da colonização da vila, como Largo da
Forca, caracterizava-se como um lugar ermo, de mau aspecto, onde ocorriam as
execuções de condenados à morte. Segundo Pereira Coruja, não teria senão, de um
lado, o estaleiro de Francisco Batista dos Anjos, e do outro, “uma carreira de
casinhas de capim e de telha com fundos para o rio”.
Em 1832 a construção de uma cadeia
pública é iniciada e abandonada nos alicerces. Em 1856 a área foi aterrada,
ajardinada e arborizada, recebendo a denominação de Praça do Arsenal. Um ano
após os vereadores sugerem a construção de um Mercado. Em 1858, os estaleiros
são removidos para o Caminho Novo e o presidente da Província Ângelo Muniz da
Silva Ferraz planeja a urbanização da área, incluindo um cais junto ao Guaíba e
um chafariz, pronto em 1859, com água puxada mediante bomba manual, movimentada
pelos presos da cadeia, já em ruínas após dois anos. Com o final da Guerra do
Paraguai, o local recebe o nome de Praça da Harmonia, comemorando a paz que
deveria reinar entre os países da Bacia do Prata.
Em 1965 é promovida uma campanha para
o restabelecimento da praça. Primeiro o estado e depois o exército retiram os
estabelecimentos mantidos naquele espaço que é reurbanizado, já com novo nome - Praça Brigadeiro Sampaio, em homenagem ao patrono da infantaria brasileira.
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