segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Assalto



O brilho dos olhos e da faca na mão
fez-me inundar de adrenalina.
Não era trote, nem piada, mas viva verdade.
Ele estava ali envolto em preto
E
 com voz rouca sinalizou o que queria:
- Grana, quero grana!
Percebi que parte dele já se ausentara,
talvez a parte em que havia
um resto de dignidade.
Tremia um pouco; abstinência,
um pouco de ansiedade.
Sem alternativa, dei-lhe
o que tinha,
sabendo que este saque,
provavelmente,
sumiria na fumaça do craque;
e, por incrível que possa parecer,
senti-me agradecida ainda
por continuar a viver.

Ângela Maria



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