O famoso imperador Calígula, além de seu
aparatoso corpo de guarda, mantinha duas terríveis panteras às portas de seu
palácio para que ninguém se acercasse de seus aposentos enquanto ele dormia.
Mais estranha ainda era a mania de Artabaxo, general persa, que punha um escudo
por cima da cabeça na vã esperança de que assim procedendo evitaria que o teto
o esmagasse, vindo a desabar durante a noite.
De quantas preocupações inúteis e ridículas se cercam os tiranos e
pecadores!
O único travesseiro que proporciona ao
cristão um sono calmo e perfeito é uma consciência tranquila.
A verdadeira paz, realmente, não é senão o sossego de uma consciência
pura.
Sê, pois, o senhor de tua vontade e conserva tranquila a tua
consciência.
Verbos e Advérbios
Gérson, célebre chanceler dos merovíngios, dizia, com muita graça,
que “Deus, em nossa vida, olha mais para
os advérbios do que para os verbos.”
Qual a razão de tão curiosa preferência? Com explicá-la do ponto de
vista gramatical?
A resposta é fácil e não oferece a menor dúvida:
O verbo exprime a ação; o advérbio, o modo com que a fazemos. Deus olha,
antes de tudo, o modo e não a ação.
Quer saber como rezamos,
respeitosamente, frequentemente – e não, apenas, se rezamos. Assim em tudo. No trabalho, no
amor ao próximo, na fé cristã. Deus aprecia os advérbios que devem nobilitar,
engrandecer e exaltar as ações.
(Do livro “Lendas do Céu e
da Terra”, de Malba Tahan)
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