Mae West e o paraquedismo
Por Nilo da Silva Moraes –
pqdt 11.779
Entre os acidentes que pode sofrer um
paraquedista militar, o mais terrível é o “charuto”, onde o velame desce
sem se inflar. A solução é abrir rapidamente o reserva para amortecer a sua
queda fatal.
Outro acidente um pouco mais comum é
o “Mae West” que todos os recrutas entendiam como “Meio Esse”,
que é quando uma linha lateral do velame passa por cima do nylon do paraquedas,
foto abaixo, deixando-o em forma de um sutiã gigantesco. Muitos pqdts antigos,
principalmente sargentos e oficiais, carregavam junto ao bute uma faca
afiadíssima para, em caso do citado acidente, cortar o fio (ou os fios) que
passava(m) por cima do velame, dando ao paraquedas a sua forma original.
Vi uma vez, numa manobra, e parece que
era um pouco comum, um paraquedista descendo com o “Mae West” numa queda mais
rápida, aterrar normalmente e sobreviver sem nenhuma fratura; vi, também, um
pqdt descer com os dois paraquedas (principal semiaberto e o reserva aberto), e,
pior ainda, os dois paraquedas se enredarem e nenhum abrir normalmente,
causando a morte do paraquedista.
Casemiro Scepaniuk, pioneiro 44, foi, provavelmente, o primeiro paraquedista militar brasileiro a sofrer esse tipo de acidente no Brasil. (foto baixo, assinalado no círculo, quase no chão). Isso aconteceu em 1949, em Cumbica-SP. Ele fez todos os procedimentos aprendidos em Fort Bennig-USA, a aterrou com T-7 parcialmente aberto e reserva aberto inteiro.
E por que Mae West? Ela foi uma
atriz norte-americana que se caracterizava por ter seios enormes e, na década
de quarenta, no auge de sua carreira, era muito famosa, despertando nos
soldados americanos uma fantasia erótica muito intensa. Nenhum de nós, os soldados
novos de 64, tinham visto um filme da atriz, e nem sabia que “Meio Esse” era,
na verdade, corruptela da palavra “Mae West”.
Adendo de Ly Adorno
Nilo,
sua história é a expressão da verdade. Em 1951 ouvi do então Sgt Pqdt 42 Luiz
de Araújo Nunes, pioneiro do paraquedismo militar no Brasil a confirmação deste
seu relato sobre o nosso "meio-esse". Ly Pqdt 503/51-3. Dou fé ao
relato.
Relatos de quem sofreu esse tipo de acidente
Descendo com Mae West
Em
Acidentes em Curso de MS
O que é que a baiana tem?
Jairo
Fernando Martins Pacheco, Pqdt 15.812 – 1967/2, o Pachequinho para os
amigos do Grafonsos, é dos seres humanos mais tranquilos que conhecemos. Com o
seu jeito calmo, tímido, ele e sua esposa formam um casal dos mais assíduos
frequentadores de todos os almoços do Grafonsos. Mas o Pacheco tem suas
histórias para contar... e muitas.
1970, Itabuna, Bahia, Curso de Mestre
de Salto. Em volta da pista, várias barraquinhas para a venda de Acarajé,
comida típica baiana. Salto de treinamento com dia de vento forte. Saída e
abertura normal do paraquedas, mas aterragem violenta no solo. O nosso amigo
Pacheco bate forte no chão e, consequentemente, desmaia. Depois de um tempo,
ele acorda no colo de uma baiana toda de branco. Pacheco arregala os olhos e,
assustado, deduz:
- Meu Deus, morri e estou no céu!
O Pqdt do abacaxi
Esta história aconteceu em Belém
(capital do Estado do Pará) nos idos de 1963, com José Benedito Rodrigues, Pqdt 5113 – 1958/6.
Quando do meu Curso de Mestre de
Salto (1963/1 CMS) envolveu as cidades de Manaus e Belém, sendo interrompido em
consequência do "movimento" dos Sargentos em Brasília. Deixando
o "movimento" de lado, lembrei-me de uma "mancada" - na
atual conjuntura, "mico" – quando, em um dos saltos em Belém, ao
"aterrar" em cima de uma plantação de abacaxi, comecei a arrancar os
tenros pezinhos daquela deliciosa fruta pensando que era na raiz que se
encontrava o suculento fruto. Aí, não sei se foi o Luiz ou o Melquíades que me
perguntou se eu tinha batido com a cabeça no chão por ocasião da aterragem,
considerando-se que abacaxi "dá em cima e não em baixo".
O dia em que o Auxiliar foi Mestre de Salto
O Mestre de salto inspeciona a
aeronave, organiza as equipes, fiscaliza a correta colocação dos equipamentos e
lança os paraquedistas. O MS lança e o Aux. de MS ajuda.
Vejam o que aconteceu com o Pqdt 10.919
– 1963/09 Sérgio de Oliveira Mattos.
“Estava na função de Auxiliar de
Mestre de Salto na ZL de Afonsos. Tudo corria bem. As equipes anteriores já
tinham saltado, sem problemas. Como sabemos, a última equipe é a do MS do avião.
Após os comandos regulamentares do Sgt Lopes (Zarza), MS do avião, a última
equipe saiu. Eu seria o último a saltar, pois controlava o fluxo de saída,
quando deparei com um incidente: Um soldado enganchou o seu Para-fal no banco
entrelaçado do Búffalo e travou os soldados da porta da direita. O Sargento Lopes
saltou com a equipe e o soldado parado, tentando desenganchar a sua arma.
Quando desenganchou e veio para saltar, eu, numa rapidez de raciocínio, pensei:
há uma pedreira no fim da pista. Coloquei-me à frente da porta
impedindo-o de saltar. Na hora tocou horror no avião. O Rec-Fitas, Sgt (?),
aloprou lá em cima e eu tomei a atitude de “mandar” ele pedir mais uma passagem
ao piloto, que nos atendeu. Imediatamente, mandei os soldados restantes da
equipe (quatro) trocar de porta, pois o avião não para; fui à porta e lancei a
“equipe”. Após o salto, fui à Equipe Prec (Cap Gilseno e Sgt Alcântara) narrei
o que houve e ainda fui elogiado verbalmente pela iniciativa.”
O dia em que o Rec-fitas comandou um lançamento
Era um salto de manobra, pelas portas
laterais, uma única passagem, na região de Macaé-RJ. Eu era o Rec-Fitas do
avião. Como não notei nenhum movimento dentro da aeronave depois do toque de
“20 minutos para a ZL”, procurei o MS do avião (Sgt Pereira) para saber se
estava tudo em
ordem. Encontrei-o deitado, próximo à cabine do piloto, ao
lado dele o Aux MS do avião (?), ambos passando mal, daquele velho e conhecido
problema de estômago. Falei com o MS do avião que prosseguiria com o lançamento
e ele fez sinal de positivo com o polegar. Após amarrar aos corpos dos
militares os pacotes que alguns portavam, fiz os procedimentos regulamentares e
executei o lançamento. Até aí tudo bem. Quando fui à porta recolher as fitas,
vi que um pacote havia se desprendido do corpo de um militar e caía em queda
livre. Recolhi as fitas. Dias depois, recebi duas notícias: a) Dentro do pacote
havia uma metralhadora que foi danificada; b) Estava enrolado em uma Sindicância ,
sob a acusação de não ter amarrado corretamente o pacote ao soldado. (David
Alves dos Santos, Pqdt nº 10.935 – 1963/09, na época Sgt Alves ou “Sgt Prego”.
Comentários da
redação:
O Sgt Prego esteve em nosso último
almoço lá no CSSVM, no dia 18 Julho, pp. Para quem não é operacional, num
pelotão de infantaria existem três grupos de combate (8 ou 10 soldados), em
cada grupo um soldado é “premiado” para levar uma metralhadora .30 num pacotão
que era chamado P2B, que, de tão pesado, o soldado o levava “arrastando” até o
avião e lá em cima o MS acoplava “o pacotinho” embaixo do paraquedas reserva.
No meu grupo, no salto operacional da ZL Air France, em 1964, Jacarepaguá-RJ, o
“premiado” foi o soldado Adilson Stort, hoje com trincheira em Nova-Iguaçu-RJ.
O Pimentel e o Ferreira, ambos residindo em Vitória-ES, participaram daquele
exercício. O Tenente Gilseno era o Comandante do Pelotão. O Nilo (Moraes), hoje
com trincheira em Porto
Alegre , que é o nosso compilador do Almanaque do Grafonsos,
também teve a honra e o privilégio de saltar naquela ZL, com aquele famoso
pacote aterrar com o mesmo grudado no corpo, mas sem nenhum ferimento. Os
demais soldados saltavam com um pacote mais leve chamado P2D.
Paulo Fagundes – pqdt
11.372 – 1964/2
Biografia de Mae West
Atriz e argumentista norte-americana,
nascida em Brooklin, começou aos cinco anos no teatro em "The Baby
Vamp". Fez teatro de revista, a partir de 1911 na Broadway. Divertida e
sensual marcou o cinema quando interpretou com desenvoltura a peça de sua
autoria "Sexo", que lhe valeu oito dias de prisão. Mae sempre gostou
de escandalizar. A Paramount contratou-a a partir de 1928. Os seus mais
conhecidos filmes foram "Uma Noiva para Três", 1933; "Não sou um
Anjo", 1933; "Annie, Missionária no Klondyke", 1934;
"Riquezas da Avó", 1940; e "Myra Breckenridge", 1970.
Também atuou em espetáculos em
Las Vegas. É uma das mais célebres atrizes de cinema de
sempre, pela sua irreverência e sensualidade. Escreveu a autobiografia em 1954.
Esteve ausente dos ecrãs mais de trinta anos tendo reaparecido em 1970. Foi a
típica "vamp", dos anos 40 e 50. Foi imortalizada pelo pintor Dali na
tela com o título "Face de Mae West", como se fosse a decoração de um
apartamento.
Em 1959, ela publicou seu livro de
memórias: "A Bondade Nada Tem a Ver com Isso". É uma
autobiografia como a de tantas outras atrizes. Mas contém uma das marcas
registradas de Mae, a franqueza e a ironia. Na qual, por exemplo, diz que não
foi ébria durante toda a sua vida: "Meu vício foi outro, ainda é outro - o
homem."
A artista conta que, apesar de amar
os homens, casou-se apenas uma vez, aos 17 anos. O casamento foi uma decepção e
ela nunca mais quis saber de compromissos. Todavia, conheceu homens de todos os
tipos, desde grandes milionários até políticos, agentes, atores, produtores,
juízes, financistas, etc.
Essas memórias mostram bem
as aventuras de Mae, que dizia: "Os melhores homens são os que já passaram
dos 40, muito ricos e não muito seguros de si."
Ultimamente vivia mais ou menos
refugiada entre suas duas propriedades: uma na região de Los Angeles e outra,
um apartamento, em
Hollywood. As duas residências mobiliadas no estilo e gosto
dos anos 30, cercada por seus dois macacos. Mae West recebia raras visitas e
sempre em seu leito: "Todo mundo sabe que onde melhor trabalho é na
cama.”. Faleceu em 1980 aos 87 anos de idade.
“Claro que meu amante pode confiar em mim. Eu disse a ele que
centenas já confiaram.”
“Subtração aritmética é deixar com 2 dólares um homem que
tem uma nota de 100.”
“O casamento é uma grande instituição, mas eu não estou
preparada para as instituições.”
“Quando sou boa, sou muito boa, mas quando sou má, sou
melhor ainda.”
“Entre dois males, escolho sempre aquele que nunca
experimentei.”
“Quando as mulheres erram, os homens vão atrás.”
“Errar é humano, mas faz você se sentir divino.”
“Você nunca será muito velho para ficar mais novo.”
“Garotas boas vão para o céu, as más vão para outro lugar.”
“Geralmente evito tentações, a não ser que eu não possa
resistir.”
“Tenha um namorado para um dia chuvoso - e outro, caso não
chova.”
“Querido, você está com uma
lanterna no bolso, ou isso é uma declaração de amor?”
(Mae West a alguém com quem
dançava).
Parabéns pelo Blog.
ResponderExcluirBRASIL ACIMA DE TUDO!!!
Valeu, garoto, você também possui a fibra de um PQD!
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