Bois , bezerras e senadores milionários...
O deputado Chico Alencar (PSol-RJ)
começou a percorrer o país com um folheto que escreveu e que andava
distribuindo a quem via pela frente, como parte de uma campanha contra a
corrupção.
A “obra” chamava-se “Fazenda Brasil” e tinha por subtítulo “Uma fábula sobre os que juntam fabulosa riqueza
pecuniária com pecuária”.
O texto é um pouco antigo, mas é sempre
atual em se tratando dos desmandos que sempre ocorrem no Brasil.
“Ê vida de gado...
Enquanto você estava pensando na morte da bezerra, donos de enormes currais
eleitorais aumentavam seu pecúlio com aberrantes negócios pecuários. Com cara
de boi sonso, eles vêm com aquela conversa para boi dormir, jurando que não tem
boi na linha, que foi tudo limpo como leite pasteurizado de vaca premiada,
livre de aftosa.
Não fique chorando o
leite derramado! Vamos dar nome aos bois: não é vaca Estrela e boi Fubá, é
Roriz, o boi de piranha, é Renan, Quintanilha, Gim, Jucá... A situação na Ré-pública
está de vaca desconhecer bezerro.
Algumas Excelências estão mais enroladas que novilha atolada até o chifre, mas quem não se sente como rês desgarrada nessa multidão-boiada caminhando a esmo? Aonde a vaca vai o boi vai atrás, e periga chegarmos todos ao matadouro, valendo quase nada a arroba.
Berre, povo marcado,
não deixe a vaca ir para o brejo! Não diga amém como vaquinha de presépio,
recuse ser gado: chega de avacalhação com o dinheiro da Nação. Damos um boi
para não entrar numa briga, mas uma boiada para não sair dela! É o estouro da
manada, que chuta o balde, arrebenta as cercas e caminha, livre, para verdes
pastagens.
Só assim poderemos ninar em paz nossas crias, para que elas não chorem como bezerro desmamado:
“Boi, boi, boi, boi da cara preta Pega senadores que encheram a maleta.”
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