O peixe
disse para a peixinha:
– Peixe-me, eu estou apeixonado
por você...
– Jamais! Você jamais será meu
marisco! Eu sei que você tem ostra! E, depois, o que é que o polvo vai falar?
– Não se
faça de engrasardinha! Todo o mar sabe que você traíra o seu outro namorado!
– Ah é? Pois fique sabendo que
eu já fui a Garoupa de Ipanema!
– Traíra uma coisa em que eu não
havia pensado. Só que corre pela arraia miúda que você tá meio baiacu. Sereia
melhor que você se cuidasse!
– Com essa,
eu levei um bagre! Nunca poderia pensar que você diria isso!
– Bem, eu anchova melhor a
gente depor as armas... Espadas baixas... OK?
– OK. Eu também fui meio cavalinha.
Sabe, a mamãe está fazendo o meu anchoval. Já começou a minha concha de
retalhos.
– E você não
a ajuda?
– Não dá. Elagosta de fazer tudo
sozinha. Mas eu já vi como vai ficar. Tem duas partes. A de lá é verde, e a de
cá marão.
– Mas deve haver alga que você possa fazer.
– Ela não
sabe, mas eu já bordei atum-alha de mesa.
– Ah bom! Então posso crer que
tatuíndo de acordo com os nossos planos?
– Nem tanto ao mar, nem tanto à
terra!
– Lembre-se: quem siri por
último, siri melhor!
– Acho melhor rever tudo para que não
haja enganos. Na última hora é um tal de mexilhão na papelada, você sabe como
é...
– Você vai
querer que na Igreja se faça algum salmão?
– Não será preciso. Você sabia
que o salão foi todo pintado?
– De que cor?
– De dourado!
– E as corvinas? Estão com os
babados que eu pedi?
– Está tudo como você pediu.
Tudo certo então?
– Tudo bem. Vamos passear um
pouco. Vamos no seu caracol, você enguia...
(Autor Desconhecido)
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