Cinquenta e sete homens-bomba
portugueses sequestraram um bonde (32 sentados e 25 em pé). Lotaram o veículo e
saíram em desabalada carreira pelas ruas de Lisboa tentando jogá-lo contra a
multidão. Como português não anda na linha (eles não entendem duplo sentido), e
como o bonde não sai do trilho, os terroristas andaram por três horas e o bonde
não conseguiu atropelar ninguém.
A polícia requisitou três bondes da
prefeitura para perseguir os terroristas. Os bondes policiais saíram em fila
indiana atrás do bonde terrorista. A perseguição durou três horas, mas os
agentes secretos não conseguiram ultrapassar o bonde dos bandidos para depois
fechá-lo. A multidão ficou a ver o carrossel que se formou torcendo ora para os
bandidos, ora para os mocinhos.
A reportagem do Diário de Coimbra
soube que os homens-bombas levavam na cintura um cinto de pele de cabra (muito
comum em Portugal), contendo caramurus de três tiros, rojões de vara, dezenas
de caixinhas de traques e até o perigoso Chuva de Prata. Um engenheiro alemão
que passava pelo local sugeriu que se cortasse a energia elétrica para parar os
bondes. Todos olharam o engenheiro estupefatos com sua inteligência. Assim foi
feito, mas não adiantou, pois além de parar o bonde dos terroristas, parou
também os bondes dos policiais, que ficaram a verificar mensagens no Whatsapp
enquanto a energia não voltava.
Finalmente os terroristas conseguiram
fugir se jogando no Rio Tejo, após o líder gritar “Joaquim, se atira no rio!”.
Mais da metade morreu, pois só no caminho se lembraram de que não sabiam nadar
e não se chamavam Joaquim, mas sim Manoel. Os policiais encontraram diversos
chumaços de pelos e cabelos no trem dos terroristas, sendo que a polícia
técnica portuguesa vai fazer uma verificação em seus cadastros pelo novo método
de confrontação de bigodes. Um cientista português descobriu que não existem
dois bigodes iguais. Assim, em Portugal, impressão digital é coisa do passado,
já era, pois, pois.
Percy Castanho Jr
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“Sabedoria é o acumulado de erros que cometemos durante anos até nos
darmos conta das burradas que fizemos, mas que nem por isso vai nos tirar o
prazer de errar de novo...”
(Percy)
(Do Blog Replicante)
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