por Eveline Alves
Era uma vez dois macacos que gostavam
de brincar na linha do trem. Um deles era surdo. Certo dia, estavam distraídos
quando o trem apitou. O macaco que podia ouvir, temendo pelo amigo, começou a
fazer sinais, a pular e a fazer mil e uma macacadas, tentando avisar ao outro
que o trem se aproximava. Sentindo a vibração do trilho, o macaco surdo, no
último minuto, saltou fora. O outro, entretanto, tão empenhado estava em tentar
avisar ao amigo, que acabou deixando lá o rabo, que lhe foi arrancado.
É a partir dessa história que ganha
força a expressão: macaco nunca olha para o próprio rabo. Traduzido pela
sabedoria popular num ditado para designar pessoas que deixam de lado a própria
vida para se preocupar com a alheia. A sabedoria popular pode até não ter um
status científico, mas sempre acerta quando se refere à natureza humana. O
ditado “macaco não olha o próprio rabo” define de modo bastante preciso a
inclinação do ser humano para esquecer seus problemas e sua própria vida,
quando o assunto é criticar e falar da vida dos outros. Geralmente mal, claro,
senão, qual seria a graça?
Como se já não fossem suficientes os
problemas que cada um de nós temos. A vida já não nos dá, a cada um, demais
coisas com as quais nos ocupar? Das minhas divagações, só posso concluir que
uma pessoa que tem tempo para gastar com a vida dos outros é porque nada faz da
sua própria. Normalmente são pessoas que não se comprometem com nada, que não
planejam a própria vida, que não têm a menor preocupação em crescer, em querer
ser mais; pessoas psíquica, social, cultural, emocional e cogniscivelmente
limitadas. E ficam por aí.
Pessoas que não crescem, que não
conseguem nada na vida, e ainda critica quem tenta. É mais cômodo e mais
divertido. Afinal, quem não gosta de falar mal e diminuir as conquistas alheias
para minimizar seus próprios fracassos?
Pois são esses “macacos” que de tanto
olhar a vida (e o rabo) dos outros, esquecem-se das suas próprias e as deixam
naufragar. Daí, só quando algo dá errado é que elas percebem que deixaram o
próprio leme à deriva para “ficar a ver navios” em outros cais. Esquecem seus
próprios rabos nos trilhos.
Para essas pessoas, uma dica:
antes de abrir a boca para falar de alguém, que tal pensar antes no que vai
dizer? A informação realmente interessa aos outros? Tem alguma utilidade para
alguém? Vai ferir ou machucar quem quer que seja? Considerando todos esses fatores,
quem sabe a escolha não recai por manter a língua dentro da boca? De outro
modo, corre o risco de algum dia acabar feito o macaco, sem rabo.
Perfeito! Obrigada. Muito me valeu a reflexão.
ResponderExcluirPerfeito!!!!!
ResponderExcluirDitado popular antigo que usei hoje com uma pessoa que só fala os defeitos dos outros ou seja não tem auto crítica e eu falei,o macaco nunca olha pro rabo,serviu pra ele se calar.
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