terça-feira, 19 de setembro de 2017

Poeta anônimo fez galhofa com o excelso monarca



Escrito por Juliana Winkel

Escritor aprontou no dia do aniversário de Pedro II.

(O bobo do rei faz annos)

Oh! excelso monarca, eu vos saúdo!

Bem como vos saúda o mundo inteiro,
O mundo que conhece as vossas glórias.
Brasileiros, erguei-vos e de um brado.
O monarca saudai, saudai com hinos.

Do dia de dezembro o dois faustoso,
O dia que nos trouxe mil venturas!

Ribomba ao nascer d'alva a artilharia.
E parece dizer em tom festivo:
Império do Brasil, cantai, cantai!

Festival harmonia reine em todos;
As glórias do monarca, as vãs virtudes.
Zelemos decantando-as sem cessar.

A excelsa imperatriz, a mãe dos pobres.
Não olvidemos também de festejar.
Neste dia imortal que é para ela
O dia venturoso em que nascera
Sempre grande e imortal, Pedro II.

Esse poema, publicado na imprensa carioca no aniversário de Pedro II, em 2 de dezembro, foi um dos precursores da literatura panfletária. O ano e o jornal de sua publicação são dúvidas, assim como seu autor, embora um forte candidato seja o escritor Fagundes Varella. Pode parecer exaltação, mas trata-se de um acróstico - no qual as letras iniciais dos versos compõem uma frase. Releia. Galhofa da boa.

Um Outro Varella, de Leonardo Fróes (Rocco, 1990).


Nenhum comentário:

Postar um comentário