terça-feira, 12 de setembro de 2017

Saneamento Básico


Os Cabungueiros* de Porto Alegre


Os cubos eram transportados em caminhões ou carroças até o Guaíba.

Preocupadas em atender às necessidades de higiene da população, cujo crescimento se intensificava, em 1878, as autoridades buscaram alternativas para resolver o problema do saneamento da cidade de Porto Alegre. O ensino, a saúde e higiene até então restritos aos cuidados das famílias, passam a constituir-se em serviço público. O trabalho de saneamento teria se iniciado na Capital com a limpeza de ruas e casas, matéria que antes era determinada pelas Posturas Policiais como atribuição dos proprietários.

Oito conselhos ditados por 19 médicos relativos ao assunto sanitário foram incorporados ao decreto nº 6.404, de 13 de dezembro de 1878, entre eles a fiscalização dos alimentos, encanamentos para esgotos e proibição de despejos de materiais fecais no Guaíba.

Na época, poucas casas tinham água encanada e esgoto sanitário. Muitas vezes, os despejos eram levados às sarjetas, uma vez que se consideravam um desperdício importar aparelhos sanitários da Inglaterra. Aqueles que moravam em casa com pátio cavavam um buraco suficiente para colocar um cubo coletor e, acima dele, construíam uma casinha de madeira com assento de tábua furada. Os cubos cheios – trocados uma vez por semana – eram conduzidos em carroças ou caminhões, e seu conteúdo lançado no Guaíba. **

Dados recentes indicam que todos os domicílios cadastrados na Prefeitura de Porto Alegre são abastecidos com água potável, enquanto 56% são servidos por rede de esgoto cloacal e pluvial. O recolhimento de lixo nas principais avenidas é realizado diariamente, e nos demais locais três vezes por semana.

Fonte: Porto Alegre foi Assim..., de Helio Ricardo Alves - e Porto Alegre: A Cidade e sua formação, de Clóvis S. de Oliveira.

*Também eram chamados de cubeiros.


Cabungo ou Cubo

Do Almanaque Gaúcho de ZH

** Até o início do século 20, quando foi inaugurado o primeiro trecho do esgoto cloacal subterrâneo de Porto Alegre, os dejetos eram lançados no rio Guaíba, na Ponta do Melo*** – posteriormente ocupada pelo Estaleiro Só. De um trapiche, os cabungueiros jogavam o esgoto, trazido em “cabungos” (cubos coletores) e transportados até o local primeiro em carroças e depois por uma linha férrea. O trem se tornou a estrada de ferro da Tristeza. O morro adjacente recebeu o nome popular de Lomba do Asseio.


 Ponta do Melo, quase defronte onde está hoje o Museu Iberê Camargo


*** Em virtude dos dejetos fecais serem lançados na Ponta do Melo, o povo começou a chamar o local de Lomba do Asseio. Hoje, no local, onde mais tarde funcionou o Estaleiro Só, está sendo construído um condomínio de escritórios comerciais.


As obras do Projeto Pontal em andamento...


... E  como será quando ficar pronto.





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