Sorriso amarelo:
Na Antiguidade, pensava-se que a
icterícia, uma doença que deixa as crianças amareladas, vinha da bílis,
secreção produzida pelo fígado que era chamada "humor amargo". No
latim, amargo era amargus, que no diminutivo virava amarellus, que acabou
virando amarelo.
Agente
laranja:
Quando os árabes resolveram fazer uma
"visitinha" à Europa, trouxeram na bagagem a fruta laranja -
nárandja, em árabe. De lambuja, acabaram batizando a cor.
Carta branca:
Em geral, dizemos que algo bem liso e
brilhante é "branquinho". Os latinos também achavam isso e pegaram o
germânico blank, que significa polido, para falar da cor. Aliás, o termo
"armas brancas", usado para facas e punhais, vem daí: branco de
polido, reluzente.
No
"apreto":
O nome da cor preta vem do latim
appectoráre, que queria dizer "comprimir contra o peito". Como assim?
É que, com o tempo, o appectorár virou apretar. E, por uma analogia muito
criativa, deu no preto, querendo dizer algo denso, espesso,
"apertado".
Sangue azul:
Foi uma pedra preciosa chamada
lápis-lazúli que batizou a cor azul. Lápis não conta, porque já queria dizer
pedra em latim, mas o lazúli veio do árabe lázúrd, nome da rocha azulada. Em
latim, o que era pedra continuou pedra, e a cor ficou simplesmente azul.
Marrom-glacê:
A castanha portuguesa, aquela do
Natal, chama-se marron, em
francês. E foi da cor desse fruto que veio o nosso marrom.
Aliás, o marrom-glacê é isso: um doce escuro feito de castanha portuguesa.
Massa
cinzenta:
O cinza nasceu daquela massa de pó
misturado com brasas que sobra no fim das fogueiras. Por associação, a palavra
latina cinisia, que queria dizer cinzas, transformou-se também no nome do tom
preto-claro.
Vermelho-sangue:
Antigamente, como ninguém conhecia
urucum nem pau-brasil na Europa, o único jeito de fazer tinta vermelha era usar
um inseto - hoje chamado de cochonilha - que, esmagado, virava um vermelhão. O
nome dessa cor vem do latim vermiculum, vermezinho.
Verdes anos:
Aqui chegamos a uma das poucas cores
que já nasceu cor. O verbo latino vivere significava estar verde, verdejar.
Dele é que nasceu a associação do verde com algo que está nascendo, que ainda
não está pronto.
Consultoria - Mário Viaro, filólogo da Universidade de São Paulo - (USP).
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