Desde
o início da colonização do território do atual Rio Grande do Sul, o lenço vem
acompanhando nossa evolução. As tribos indígenas, que habitavam nossas terras,
especialmente os Charruas, Jaros e Minuanos, com cabelos compridos, usavam
tira, fita ou “vincha”, prendendo suas cabeleiras.
Após
a chegada dos espanhóis e portugueses é que surgiu a moda de cortar o cabelo.
Em razão dos longos cabelos, que usavam, os indígenas prendiam com tiras de imbira ou couro de pequenos animais. Já na época dos padres missioneiros espanhóis passaram a usar o pano, que circundava a testa a parte traseira do pescoço. Essa tira servia para prender os cabelos e afastá-los dos olhos, na investidas para as caçadas, disputas esportivas ou batalhas de guerra.
Em razão dos longos cabelos, que usavam, os indígenas prendiam com tiras de imbira ou couro de pequenos animais. Já na época dos padres missioneiros espanhóis passaram a usar o pano, que circundava a testa a parte traseira do pescoço. Essa tira servia para prender os cabelos e afastá-los dos olhos, na investidas para as caçadas, disputas esportivas ou batalhas de guerra.
As matas bravias e as grandes distâncias a percorrer foram tornando pouco eficaz tal forma de uso da tira. Passaram a prender seus cabelos, puxando parte para trás da cabeça, atando o maço rente a cabeça. À moda “colo-de-cavalo”. Nesse período registra-se o “Peão das Vacarias”. Ele usava tal fita prendendo os cabelos e que era chamada, pelos platinos de “vincha”.
As
lutas barbarescas do sul-rio-grandense primitivo mesclaram o ideal e a coragem retemperados
pelo sangue bravio, suor e o Vento Pampeano. Ficaram impregnadas, na vincha do
herói anônimo, que a história esqueceu, muitas lições de bravura.
Embora que em nossas pesquisas não encontrássemos, qualquer autor referindo-se ao fato, temos a firme convicção de que o lenço de pescoço não surgiu como um adorno, mas sim da evolução da vincha, pelas circunstâncias da época. Quando no modismo de cortar os cabelos não havia mais motivos para o peão usar a tira atada à cabeça. Foi, possivelmente, conservada, enlaçada no pescoço, com as pontas atiradas para trás, grande, retangular, com as pontas viradas para trás, nos moldes usados atualmente pelas mulheres.
O lenço desceu da cabeça para o pescoço, ainda com as pontas para trás. Sua maior afirmação foi quando adotado politicamente, como designativo de cor partidária. Os companheiros ou inimigos eram reconhecidos, na distância, pela cor do lenço. As pontas atiradas para trás pouco destacavam a cor – símbolo de luta. Surgiu, finalmente, o lenço do gaúcho, nos moldes atuais, atado ao pescoço, solto ao peito. Passou a ser instrumento de identificação, ao longe, tremulando ao vento.
Em
certo tempo chegou-se a usar o lenço e a vincha, conjuntamente, hoje, em certas
apresentações artísticas, ainda encontramos o duplo uso. Há muitas cores de
lenços, sendo o branco e o vermelho os mais tradicionais. Há várias formas de
atar o lenço gaúcho. As mais tradicionais são 8 formas. Duas têm origem
política, o Nó Farroupilha, de uso nos anos de 1835 a 1845 e o Nó
Federalista, de 1893 a
1896. O pano geralmente usado é a seda. Um lenço esvoaçando ao vento, sobre o
peito de gaúcho, é uma marca registrada da altivez de nossa indumentária
gaúcha.
Fonte:
Salvador Ferrando Lamberty
ABC do Tradicionalismo Gaúcho. 146p.
ABC do Tradicionalismo Gaúcho. 146p.
Lenço – nó comum
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