domingo, 8 de abril de 2018

Patrimônio Histórico de Porto Alegre

(Com 22 fotos de prédios e aspectos antigos da cidade)


01. As carretas na Várzea, hoje ocupada pelo Parque Farroupilha. Ao fundo, à esquerda, vê-se o prédio da antiga Escola de Cadetes, hoje Colégio Militar. Na Várzea, as carretas faziam pouso e procediam de diversas localidades próximas a Porto Alegre.


02. Casa Branca, o antigo quartel-general dos farrapos e casa de Apolinário Porto Alegre, no Passo do Dornelles. Na gestão do prefeito Telmo Thompson Flores a Municipalidade tencionava instalar no próprio um museu farroupilha e criar na área o Parque dos Farrapos. O proprietário mandou demoli-la para evitar a respectiva desapropriação. Um crime contra o nosso patrimônio histórico.


03. A Casa de Lopo Gonçalves, na rua João Alfredo, 582, onde foi fundada a Associação Comercial de Porto Alegre em 1858. A prefeitura instalou o Museu de Porto Alegre, que tem acervo referente a história da cidade. Ainda bem que foi restaurada.


04. A Antiga Igreja do Rosário, no estilo barroco-colonial; Datava de 1827, tendo sido construída pelos escravos. Demolida, foi substituída por exemplar de estilo duvidoso, perdendo o patrimônio histórico da cidade um valioso exemplar.


05. O Antigo Beco do Rosário, com o tempo evangélico luterano da rua Senhor dos Passos. O corpo da igreja datava do Império e a torre de 1902. Foi demolida em fins de 1968 e era em estilo neo-gótico. Substituída por exemplar que deixa muito a desejar quanto à estética e participação na paisagem urbana. As casas situadas na ala esquerda foram demolidas para dar lugar à Praça Otávio Rocha.


06. O prédio neoclássico da Sociedade Germânia, avenida Independência nº. 1299, onde nasceu o ex-Prefeito de Porto Alegre, Alberto Bins. Fundada em 1855, a Sociedade Germânia adquiriu o prédio em 1923 e nele foram recebidas grandes figuras da história alemã e brasileira. Em contrariedade ao art. 2º dos seus Estatutos e ao parecer da Secretaria Municipal de Planejamento, a Sociedade pretende demolir e construir em seu lugar um edifício de 22 andares.


07. O Beco do Fanha (atual rua Caldas Junior) na esquina com Andradas. No prédio da direita foi construído o edifício do antigo jornal “A Federação”, hoje abrigando o Museu Hipólito José da Costa. Foto de autoria do professor Friedrich Bieri, de nacionalidade suíça.


08. A Rua da Ponte, atual Riachuelo na sua esquina com a Praça da Matriz. Foto do professor Friedrich Bieri. Na esquina, à direita, vê-se um lampião a gás.


09. A Antiga Igreja Matriz em estilo barroco, que datava de 1779 e foi demolida em 1926 para dar lugar a atual, cometendo-se outro crime contra o acervo cultural da cidade, o que arrancou lágrimas do velho cronista Aquiles Porto Alegre. Ao lado o Império do Divino Espírito Santo, datando de 1882 e demolido na mesma época.


10. O prédio nº. 1526 da avenida Getúlio Vargas, em estilo eclético, exemplo de como a iniciativa privada pode salvar o patrimônio cultural da cidade: foi adquirido para ser sede da Mercur Publicidade. Atualmente, funciona, nesse prédio, a Editora Centaurus.


11. O Velho Solar do Visconde de São Leopoldo, José Feliciano Fernandes Pinheiro, construído em 1818 no estilo barroco-colonial. Reformas posteriores lhe conferiram uma fachada neo-clássica, com platibanda e estátuas da fábrica de Santo Antônio, Porto, Portugal. É um prédio tombado em Porto Alegre pelo Instituto de Patrimônio Histórico Cultural e Artístico Nacional (IPHAN). Em março de 1978 aquele Instituto iniciou uma restauração do prédio, começando pelo telhado, que se encontrava em péssimo estado de conservação. Está situado na Rua Duque de Caxias, nº. 968. 


12. No primeiro plano, à direita, O Prédio do Malakoff, o primeiro arranha-céu da cidade, construído pelo Comendador Baptista (João Baptista Soares da Silveira e Souza) lá por 1858 e já demolido. À esquerda o antigo Abrigo dos Bondes, onde hoje funcionam várias lanchonetes. Ao fundo o edifício em estilo eclético (art noveau e neoclássico) da tradicional Livraria do Globo, um dos mais belos prédios da área central da cidade, com fachadas para José Montaury (foto) e Andradas.


13. A Ponte de Pedra do Riacho foi mandada construir pelo Duque de Caxias entre 1842-1846, quando esteve na presidência da Província. Nesta foto de 1973 ainda se notam as casas da Rua da Figueira (Cel Genuíno), à esquerda, e à direita, as da antiga Estação do Riacho, todas demolidas em 1974.


14. Capela do Nosso Senhor Bom Jesus do Bom Fim, em desenho de Plínio César Bernhardt. Construída em 1867, mas inaugurada em 1872, em estilo romântico. Situa-se na avenida Osvaldo Aranha, 452 no bairro Bom Fim. Tombada em 1979, sendo autorizada a sua restauração através da equipe do Patrimônio Histórico e Cultural.


15. Igreja Nossa Senhora das Dores, cuja construção começou cerca de 1830 e se arrastou até 1904. A restauração da igreja começou em dezembro de 2016. Ainda falta a implantação do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI), que está em vias de ser liberado. A previsão é que todos os trabalhos sejam concluídos em janeiro de 2018. É a igreja mais antiga da cidade ainda existente, tendo sua pedra fundamental lançada em 2 de fevereiro de 1807. Em meados de 1813 já estava concluída a capela-mor, e em 23 de junho deste ano foi trasladada a imagem de Nossa Senhora das Dores da antiga Matriz até a sua nova casa.


16. O Paço dos Açorianos, logo depois de sua inauguração em maio de 1901. De arquitetura neoclássica a “Prefeitura Velha” foi traçada pelo arquiteto italiano João Antônio Luís Carrara Colfosco (ou Giovanni Antonio Luigi Carrara Colfosco). A pedra fundamental foi lançada em 5 de abril de 1898, e a construção iniciou em 28 de setembro daquele mesmo ano. O prédio foi concluído em abril de 1901, sendo ocupado a partir de 15 de maio pelo Conselho Municipal, pela Secretaria, pela Contabilidade, pela Tesouraria e Arrecadação, além do Arquivo, da Inspetoria de Veículos, da Assistência Pública e do primeiro Posto Policial, com sua respectiva cadeia. O custo final da obra chegou a 500 contos de réis, e a maior parte dos materiais empregados proveio da própria Porto Alegre. É a sede do governo municipal.


17. Em primeiro plano, a Praça Argentina no tempo em que os bondes ainda subiam a lomba do quartel do Sétimo, depois da Polícia do Exército, PE, (edifício à direita, demolido em 1970). À esquerda, ao fundo, o prédio da Escola de Engenharia (1900). À direita do mesmo o antigo prédio do Colégio Júlio de Castilhos, no seu belo estilo eclético, destruído por incêndio em dezembro de 1951. Em vez de ser aproveitada sua bela fachada, foi a mesma adulterada e o prédio utilizado para sede da Faculdade de Ciências Contábeis e Econômicas.


18. A Rua dos Andradas, esquina do Largo dos Medeiros na primeira década do século XX. Vê-se o Bonde Tipo Imperial, apelidado pelo povo de Chopp Duplo. No canto esquerdo, o Palacete Chaves. Toda essa quadra, da General Câmara até a Caldas Junior foi arrasada, só restando os prédios do Cinema Guarani e da Farmácia Carvalho, que ainda não tinham sido construídos e por esse motivo não figuram na foto. A demolição dos outros se deu em nome de um suposto progresso...


19. O prédio da Farmácia Carvalho, rua dos Andradas, 1035, um dos mais belos em estilo art noveau existente na cidade. Construído por volta de 1908, se transformou, durante um tempo, numa moradia para marginais. O prédio da Previdência do Sul é um edifício histórico de Porto Alegre, localizado na rua dos Andradas 1035, junto à Praça da Alfândega, no centro da cidade.
Foi inaugurado em 1913 como sede da Previdência do Sul, então uma das maiores companhias de seguros do estado. Mais tarde foi transformado no Cine Guarany, e hoje este edifício é ocupado pelo Banco Safra, que anexou também o prédio à direita, a antiga Farmácia Carvalho.


20. A Praça da Alfândega, antigamente se chamava “Praça da Quitanda” e depois “Senador Florêncio” e no ano de 1978, por decreto municipal, recebeu novamente a denominação consagrada pelo povo. Ei-la no início do século com o bonde de reboque e os passageiros que saiam do cinema, à direita.


21. Os Prédios do Teatro São Pedro, datado de 1858. Atualmente foi restaurado por comissão presidida pela senhora Eva Sopher e o prédio da antiga Casa da Câmara (construção de 1874), depois Tribunal de Justiça, destruído por incêndio no início de 1950. Hoje demolido para dar lugar a outro Tribunal de Justiça. No meio dos dois o Monumento a Júlio de Castilhos, com mensagens positivistas, de autoria do consagrado escultor Décio Vilares.


22. A Travessa dos Venezianos, situada entre as ruas Lopo Gonçalves de Joaquim Nabuco, constituindo um “ensemble” único na cidade de casas de estilo neoclássico de fim do século, que serviam de habitação a operários e pessoas da classe média. Essas casas construídas no início do século XX, hoje, como na foto abaixo, são patrimônio histórico da cidade.


Fonte: “Coletânea de Legislação sobre Patrimônio Histórico”, 
Município de Porto Alegre.



2 comentários: