→ Cantora, compositora e
bailarina Flaira Ferro reuniu oito mulheres, de diferentes idades, cores e
jeitos, para compor o videoclipe de “Coisa Mais Bonita”, música de sua autoria
com produção de Pupillo Oliveira da Nação Zumbi.
→ Com versos “Não tem coisa mais
bonita/Nem coisa mais poderosa /Do que uma mulher que brilha/Do que uma mulher
que goza”, as meninas mostram o ato da masturbação até chegar ao gozo.
→ Durante o processo de
composição da música, Flaira Ferro chegou à dificuldade que a mulher tem para
falar da sexualidade e o tabu que existe em tratar questões ligadas ao prazer
sexual.
→ “A partir daí, entendi que
olhar para a sexualidade é como olhar para qualquer outro aspecto da nossa
saúde física e mental. A minha ideia não é vulgarizar a sexualidade da mulher,
é simplesmente um convite para refletir sobre o prazer feminino”, explica a
artista.
→ O processo de criação do
videoclipe começou em julho de 2017, antes mesmo da gravação da música que
iniciou em novembro. A
direção é da documentarista Dea Ferraz (Câmara de Espelhos, 2016 e Modo de
Produção, 2017).
→ “Esse clipe é resultado do
encontro entre irmãs que se reconhecem como iguais, mesmo na diferença, num
mundo que insiste em nos formatar, quando, na verdade, a liberdade é que
deveria ser o caminho e a realidade de todas nós. Todo gozo é livre e
verdadeiro no clipe, como deve ser na vida”, diz Dea.
(Da coluna de Adriana
de Barros para o UOL)
P.S. O videoclipe dessa música está disponível na internet.
Coisa Mais Bonita
Música e Letra de Flaira
Ferro
Não tem coisa mais bonita,
Nem coisa mais poderosa
Do que uma mulher que brilha,
Do que uma mulher que goza.
(bis)
Toda mulher que deseja,
Acende a força erótica que
excita a criação.
Dê suporte à mulher forte,
Quem sabe a gente muda a nossa
sorte.
Toda mulher que se toca,
Instiga a autoestima.
Estimula o botão,
Mesmo que o mundo se choque,
O clitóris é antídoto pra morte.
Não me vem com tarja preta.
Deixa livre a minha teta.
Não me vem com tarja preta.
Deixa livre a minha teta.
Deixa livre a minha bu...
Cê tá maluco,
Ou entorpecido
Pela falsa ideia
De dominação.
Cê tá esquecido,
Mulher sem libido
Não tem natureza,
Vira papelão.
Homem de armadura
Constrói prisão bélica,
De postura fálica,
Perde o coração.
Homem de verdade
Enxerga beleza
Na mulher que é dona
Do próprio tesão.
Na mulher que é dona
Do próprio não!
Pelo direito ao
prazer o clímax emancipador do clipe de Flaira Ferro
Por Alana Yaponirah
→ Falar sobre um assunto tão tabu
como o orgasmo feminino sempre foi difícil em todas as épocas. Mas na
atualidade com o empoderamento generalizados das mulheres, faz-se necessário
que temas como esse estejam presentes no cotidiano.
→ A música que é a mais universal
das artes nos contemplam com coisas lindas, impactantes e maravilhosas como o
clipe de Flaira Ferro “Não tem coisa mais bonita”.
→ As imagens apenas insinuam,
mostrando oito mulheres em primeiro plano, mostrando apenas da cintura pra
cima, e entre gemidos e sussurros Flaira mostra em uma batida deliciosa a sua
mensagem de forma clara, sem apelações e com muita desconstrução de pensamentos
machistas.
A cantora pernambucana Flaira
Ferro escancara as portas do machismo, do tabu, e do falso pudor pra tratar de
uma das necessidade humanas mais instintivas e básicas.
→O prazer feminino sempre foi aquele
que deveria vir do outro, não é assunto que uma “mulher de respeito possa
falar”, e o prazer solitário mais ainda, pecado, promíscuo, obsceno e
impróprio.
→ No clipe dirigido por Dea Ferraz,
mostra de com gemidos e imagens reais oito mulheres em cenas reais de orgasmos.
→ Não tem coisa mais bonita é uma
mensagem de libertação, um hino despretensiosa e divertido, claro que foi
criticado e fortemente apedrejado, pois falar de prazer sexual feminino e ainda
mais solitário de uma forma tão linda e forte iria tocar na ferida do machismo,
do moralismo, da censura aos direitos deleite sexual da mulher, e parafraseando
a música: “toda mulher que se toca, estimula a autoestima estimula o botão”, e
se é pra mexer na ferida, que mexamos o nosso botão do libertinagem, pelo
direito ao prazer a todas de forma solitário ou acompanhada, pelo direito de
querer ou não, de se tocar ou de tocar o outro, sempre com autonomia e
independência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário