quarta-feira, 9 de maio de 2018

Coisa mais bonita



→ Cantora, compositora e bailarina Flaira Ferro reuniu oito mulheres, de diferentes idades, cores e jeitos, para compor o videoclipe de “Coisa Mais Bonita”, música de sua autoria com produção de Pupillo Oliveira da Nação Zumbi.

→ Com versos “Não tem coisa mais bonita/Nem coisa mais poderosa /Do que uma mulher que brilha/Do que uma mulher que goza”, as meninas mostram o ato da masturbação até chegar ao gozo.

→ Durante o processo de composição da música, Flaira Ferro chegou à dificuldade que a mulher tem para falar da sexualidade e o tabu que existe em tratar questões ligadas ao prazer sexual.

→ “A partir daí, entendi que olhar para a sexualidade é como olhar para qualquer outro aspecto da nossa saúde física e mental. A minha ideia não é vulgarizar a sexualidade da mulher, é simplesmente um convite para refletir sobre o prazer feminino”, explica a artista.

→ O processo de criação do videoclipe começou em julho de 2017, antes mesmo da gravação da música que iniciou em novembro. A direção é da documentarista Dea Ferraz (Câmara de Espelhos, 2016 e Modo de Produção, 2017).

→ “Esse clipe é resultado do encontro entre irmãs que se reconhecem como iguais, mesmo na diferença, num mundo que insiste em nos formatar, quando, na verdade, a liberdade é que deveria ser o caminho e a realidade de todas nós. Todo gozo é livre e verdadeiro no clipe, como deve ser na vida”, diz Dea.

(Da coluna de Adriana de Barros para o UOL)

P.S. O videoclipe dessa música está disponível na internet.

Coisa Mais Bonita

Música e Letra de Flaira Ferro

Não tem coisa mais bonita,
Nem coisa mais poderosa
Do que uma mulher que brilha,
Do que uma mulher que goza.
                   (bis)

Toda mulher que deseja,
Acende a força erótica que excita a criação.
Dê suporte à mulher forte,
Quem sabe a gente muda a nossa sorte.

Toda mulher que se toca,
Instiga a autoestima.
Estimula o botão,
Mesmo que o mundo se choque,
O clitóris é antídoto pra morte.

Não me vem com tarja preta.
Deixa livre a minha teta.
Não me vem com tarja preta.
Deixa livre a minha teta.
Deixa livre a minha bu...

Cê tá maluco,
Ou entorpecido
Pela falsa ideia
De dominação.

Cê tá esquecido,
Mulher sem libido
Não tem natureza,
Vira papelão.

Homem de armadura
Constrói prisão bélica,
De postura fálica,
Perde o coração.

Homem de verdade
Enxerga beleza
Na mulher que é dona
Do próprio tesão.
Na mulher que é dona
Do próprio não!

Pelo direito ao prazer o clímax emancipador do clipe de Flaira Ferro

Por Alana Yaponirah

→ Falar sobre um assunto tão tabu como o orgasmo feminino sempre foi difícil em todas as épocas. Mas na atualidade com o empoderamento generalizados das mulheres, faz-se necessário que temas como esse estejam presentes no cotidiano.

→ A música que é a mais universal das artes nos contemplam com coisas lindas, impactantes e maravilhosas como o clipe de Flaira Ferro “Não tem coisa mais bonita”.

→ As imagens apenas insinuam, mostrando oito mulheres em primeiro plano, mostrando apenas da cintura pra cima, e entre gemidos e sussurros Flaira mostra em uma batida deliciosa a sua mensagem de forma clara, sem apelações e com muita desconstrução de pensamentos machistas.
A cantora pernambucana Flaira Ferro escancara as portas do machismo, do tabu, e do falso pudor pra tratar de uma das necessidade humanas mais instintivas e básicas.

→O prazer feminino sempre foi aquele que deveria vir do outro, não é assunto que uma “mulher de respeito possa falar”, e o prazer solitário mais ainda, pecado, promíscuo, obsceno e impróprio.

→ No clipe dirigido por Dea Ferraz, mostra de com gemidos e imagens reais oito mulheres em cenas reais de orgasmos.

→ Não tem coisa mais bonita é uma mensagem de libertação, um hino despretensiosa e divertido, claro que foi criticado e fortemente apedrejado, pois falar de prazer sexual feminino e ainda mais solitário de uma forma tão linda e forte iria tocar na ferida do machismo, do moralismo, da censura aos direitos deleite sexual da mulher, e parafraseando a música: “toda mulher que se toca, estimula a autoestima estimula o botão”, e se é pra mexer na ferida, que mexamos o nosso botão do libertinagem, pelo direito ao prazer a todas de forma solitário ou acompanhada, pelo direito de querer ou não,  de se tocar ou de tocar o outro, sempre com autonomia e independência.

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