O Piano
Desejando encorajar o progresso de
seu jovem filho ao piano, uma mãe levou seu pequeno menino a um concerto de
Paderewski.*
Depois de
sentarem, a mãe viu uma amiga na plateia e foi até ela para saudá-la.
Tomando a oportunidade para explorar
as maravilhas do teatro, o pequeno garoto se levantou e eventualmente suas
explorações o levaram a uma porta onde estava escrito:
PROIBIDA A ENTRADA
Quando as luzes abaixaram e o
concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que
seu filho não estava lá.
De repente, as cortinas se abriram
e as luzes caíram sobre um impressionante piano Steinway no centro do palco.
Horrorizada, a mãe viu seu filho
sentado ao teclado, inocentemente catando as notas de uma canção infantil.
Naquele momento, o grande mestre de
piano fez sua entrada, rapidamente foi ao piano, e sussurrou no ouvido do
menino:
− “Não pare,
continue tocando”.
Então, debruçando, Paderewski
estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo. Logo, colocou
sua mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de
melodia. Juntos, o velho mestre e o jovem noviço transformaram uma situação
embaraçosa em uma experiência maravilhosamente criativa.
O público
estava perplexo, e acabou explodindo numa espetacular ovação.
Há inúmeras situações como esta em
nossas vidas. Atrevidos, sentamo-nos no banco do mestre e, incapazes,
executamos uma melodia infantil em seu espetacular instrumento. Mas ele não nos
remove do seu banco. Ele nos inclui em sua apresentação. Apenas precisamos de
silêncio para ouvir o mestre sussurrando ao nosso ouvido para que continuemos
tocando nossa melodia infantil.
É assim que
as coisas são com Deus.
O que podemos conseguir por conta
própria mal vale mencionar. Fazemos o melhor possível, mas os resultados não
são exatamente como uma música graciosamente fluida. Mas, com as mãos do
Mestre, as obras de nossas vidas verdadeiramente podem ser lindas.
Na próxima vez que você se
determinar a realizar grandes feitos, ouça atentamente. Você pode ouvir a voz
do Mestre, sussurrando em seu ouvido:
− “Não
pare, continue tocando”.
Sinta seus braços amorosos ao seu
redor. Saiba que suas fortes mãos estão tocando o concerto de sua vida. Lembre-se,
Deus não chama aqueles que são equipados. Ele equipa aqueles que são chamados. E
Ele sempre estará lá para amar e guiar você a grandes coisas.
*Ignacy Jan Paderewski (Kurylovka, 18 de
novembro de 1860
− Nova Iorque,
29 de junho
de 1941)
foi um pianista,
compositor,
político
e diplomata
polaco,
incansável defensor da causa nacionalista
de seu país.
Paderewski - Fanity Fair -1899
A Recompensa
Os alunos que precisavam trabalhar para pagar os seus estudos na Universidade Stanford, na Califórnia, estavam a ter dificuldades para conseguir o dinheiro. Então, um deles teve uma ideia brilhante. Porque não convocar Ignacy Paderewski, o famoso pianista polonês, para dar um recital de piano? Com o dinheiro que conseguissem, poderiam pagar as suas dívidas na universidade. O rapaz procurou o empresário de Paderewski, fez-lhe a proposta, e este concordou, com a condição de que os estudantes garantissem dois mil dólares para Paderewski.
O jovem estava certo de que
conseguiriam facilmente arrecadar mais do que essa quantia, e tomou as
providências relacionadas com a organização do concerto. Mas quando se fizeram
as contas, viu-se que a importância recebida era de 1.600 dólares. Dirigindo-se
ao grande pianista, muito constrangido, o jovem entregou-lhe os 1.600 dólares e
uma folha em que os jovens se comprometiam a pagar os 400 dólares o mais rápido
possível!
− Não, rapazes − disse
Paderewski. − Isso não vai funcionar.
Rasgando a folha, ele
devolveu o dinheiro aos estudantes e disse:
− Subtraiam dos 1.600 dólares
todas as despesas que tiveram, fique cada um com 10% do saldo pelos seus
esforços, e deem-me o que sobrar.
Os rapazes
não podiam crer no que ouviam.
Os anos passaram-se. No fim da Primeira Guerra Mundial, Paderewski, agora primeiro-ministro da Polônia, viu-se na situação de precisar de alimentar milhões dos seus compatriotas famintos. Ele apelou a Herbert C. Hoover, que na época era o encarregado do serviço filantrópico da América, e em pouco tempo toneladas de alimentos começaram a chegar para abastecer a população faminta da Polônia. Pouco depois, Paderewski viajou a Paris, para expressar gratidão ao seu benfeitor.
− Sempre às ordens, Senhor
Paderewski − respondeu Hoover. − Talvez não se lembre de mim, mas o senhor
ajudou-me quando eu era um estudante pobre na Universidade Stanford.
Sim, a bondade vale a pena. Mas em alguns casos teremos de esperar, para receber a recompensa por ocasião da ressurreição dos justos.
Fenomenal. Obrigado por compartilhar.
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