sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Paderewski, um herói polonês

O Piano


Desejando encorajar o progresso de seu jovem filho ao piano, uma mãe levou seu pequeno menino a um concerto de Paderewski.*

Depois de sentarem, a mãe viu uma amiga na plateia e foi até ela para saudá-la.

Tomando a oportunidade para explorar as maravilhas do teatro, o pequeno garoto se levantou e eventualmente suas explorações o levaram a uma porta onde estava escrito:

PROIBIDA A ENTRADA

Quando as luzes abaixaram e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que seu filho não estava lá.

De repente, as cortinas se abriram e as luzes caíram sobre um impressionante piano Steinway no centro do palco.

Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao teclado, inocentemente catando as notas de uma canção infantil.

Naquele momento, o grande mestre de piano fez sua entrada, rapidamente foi ao piano, e sussurrou no ouvido do menino:

− “Não pare, continue tocando”.

Então, debruçando, Paderewski estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo. Logo, colocou sua mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de melodia. Juntos, o velho mestre e o jovem noviço transformaram uma situação embaraçosa em uma experiência maravilhosamente criativa.

O público estava perplexo, e acabou explodindo numa espetacular ovação.

Há inúmeras situações como esta em nossas vidas. Atrevidos, sentamo-nos no banco do mestre e, incapazes, executamos uma melodia infantil em seu espetacular instrumento. Mas ele não nos remove do seu banco. Ele nos inclui em sua apresentação. Apenas precisamos de silêncio para ouvir o mestre sussurrando ao nosso ouvido para que continuemos tocando nossa melodia infantil.

É assim que as coisas são com Deus.

O que podemos conseguir por conta própria mal vale mencionar. Fazemos o melhor possível, mas os resultados não são exatamente como uma música graciosamente fluida. Mas, com as mãos do Mestre, as obras de nossas vidas verdadeiramente podem ser lindas.

Na próxima vez que você se determinar a realizar grandes feitos, ouça atentamente. Você pode ouvir a voz do Mestre, sussurrando em seu ouvido:

− “Não pare, continue tocando”.

Sinta seus braços amorosos ao seu redor. Saiba que suas fortes mãos estão tocando o concerto de sua vida. Lembre-se, Deus não chama aqueles que são equipados. Ele equipa aqueles que são chamados. E Ele sempre estará lá para amar e guiar você a grandes coisas.


*Ignacy Jan Paderewski (Kurylovka, 18 de novembro de 1860Nova Iorque, 29 de junho de 1941) foi um pianista, compositor, político e diplomata polaco, incansável defensor da causa nacionalista de seu país.


Paderewski - Fanity Fair -1899

A Recompensa

Os alunos que precisavam trabalhar para pagar os seus estudos na Universidade Stanford, na Califórnia, estavam a ter dificuldades para conseguir o dinheiro. Então, um deles teve uma ideia brilhante. Porque não convocar Ignacy Paderewski, o famoso pianista polonês, para dar um recital de piano? Com o dinheiro que conseguissem, poderiam pagar as suas dívidas na universidade. O rapaz procurou o empresário de Paderewski, fez-lhe a proposta, e este concordou, com a condição de que os estudantes garantissem dois mil dólares para Paderewski.

O jovem estava certo de que conseguiriam facilmente arrecadar mais do que essa quantia, e tomou as providências relacionadas com a organização do concerto. Mas quando se fizeram as contas, viu-se que a importância recebida era de 1.600 dólares. Dirigindo-se ao grande pianista, muito constrangido, o jovem entregou-lhe os 1.600 dólares e uma folha em que os jovens se comprometiam a pagar os 400 dólares o mais rápido possível!

− Não, rapazes − disse Paderewski. − Isso não vai funcionar.

Rasgando a folha, ele devolveu o dinheiro aos estudantes e disse:

− Subtraiam dos 1.600 dólares todas as despesas que tiveram, fique cada um com 10% do saldo pelos seus esforços, e deem-me o que sobrar.

Os rapazes não podiam crer no que ouviam.

Os anos passaram-se. No fim da Primeira Guerra Mundial, Paderewski, agora primeiro-ministro da Polônia, viu-se na situação de precisar de alimentar milhões dos seus compatriotas famintos. Ele apelou a Herbert C. Hoover, que na época era o encarregado do serviço filantrópico da América, e em pouco tempo toneladas de alimentos começaram a chegar para abastecer a população faminta da Polônia. Pouco depois, Paderewski viajou a Paris, para expressar gratidão ao seu benfeitor.

− Sempre às ordens, Senhor Paderewski − respondeu Hoover. − Talvez não se lembre de mim, mas o senhor ajudou-me quando eu era um estudante pobre na Universidade Stanford.

Sim, a bondade vale a pena. Mas em alguns casos teremos de esperar, para receber a recompensa por ocasião da ressurreição dos justos.


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