sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Do homem ao meio

O homem que vacilava


Em criança, nunca soube se preferia andar de bicicleta ou de patins. Ficou sem brincar.

Quando estudante, nunca soube se devia estudar medicina ou engenharia. Foi ser boxeador.

Durantes as lutas, nunca decidiu se era melhor usar a direita ou a esquerda. Foi a nocaute em todas.

Desempregado, nunca soube se era humilhante pedir ou não pedir emprego. Foi ser chofer.

Dentro do carro, nunca soube quando usar o freio ou o acelerador. Espatifou-se.

No hospital, nunca soube se era melhor ir para casa ou continuar internado. Casou-se com a enfermeira.

Na lua-de-mel, nunca soube se morava com a sogra ou com a cunhada. Teve um sobrinho

As “pequenas diferenças”

A coisa mais importante na mulher: o homem.
A coisa mais importante no homem: ele mesmo.

A coisa mais curiosa na mulher: seu pensamento.
A coisa mais curiosa no homem: sua mulher.

A coisa mais inesquecível na mulher: seu perfume.
A coisa mais inesquecível no homem: o perfume da outra.

A coisa mais usada pela mulher: a desconfiança.
A coisa mais usada pelo homem: a desculpa.

A coisa mais falsa na mulher: a lágrima.
A coisa mais falsa no homem: o sorriso.

A coisa que mais agrada a mulher: galanteio em público.
A coisa que mais agrada o homem: galanteio em particular.

A coisa que mais intriga a mulher: a correspondência do marido.
A coisa que mais intriga o homem: a falta de correspondência da mulher.

A coisa que melhor veste a mulher: o biquíni.
A coisa que melhor veste o homem: o seu cargo.

A coisa que mais diverte a mulher: outra mulher.
A coisa que mais diverte o homem: outra mulher.

Mulher no analista


− Meu caso, doutor, não é propriamente um analista. Preciso de um homem que me entenda, o senhor me entende?

− O meu verdadeiro “eu” está escondido no decote, quer ver?

− Sonho sempre com o mesmo homem, o senhor não podia receita uma remédio pra variar?

− O que me desagrada na sua profissão é que o senhor só lida com débil mental.

− Tenho vergonha de confessar que às vezes não tenho vergonha.

− O senhor não faz permuta? Eu entro com o subconsciente e o senhor com o consciente.

− É normal, doutor, que eu continue anormal?

− Sempre que saio de casa esqueço o mordomo no armário.

− Descobri que nasci para ser mãe: tenho oito filhos, um de cada marido.

− No cinema sempre sento no colo dos outros, mas só percebo quando acende a luz.

− Antes eu só mudava de roupa com a janela aberta para os vizinhos, agora abro até as portas.

− O doutor não faz ideia de como me sinto sozinha neste divã.

− Não tenho dinheiro suficiente pra lhe pagar a consulta, o senhor não poderia me restituir uns dois ou três complexos?

A mulher desempregada


Precisa de uma mulher com pernas bonitas para fazer anúncio de cigarro.

Precisa-se de uma babá que tenha paciência com adultos.

Precisa-se de mulher sem passado para um cargo de futuro.

Precisa-se de advogada que não saiba se defender.

Precisa de dentista, dessas de deixar o cliente de boca aberta.

Precisa-se de jovem datilógrafa, se for jovem não precisa ser datilógrafa.

Precisa-se de recepcionista que receba em casa.

Precisa-se de massagista de mão cheia.

Precisa-se de corretora que seja correta.

Precisa-se de governanta que saiba guardar segredo, inclusive esse.

Precisa-se de manicura que dê pé.

Precisa-se de cozinheira que não fique cozinhando o patrão.

Precisa-se de gêmeas para trabalhar dia-sim-dia-não.

Precisa-se de enfermeira boa para tratar de um senhor com muita saúde.

Pré-vestibular


Juiz de paz dorme em paz?

Quem vigia a mulher do vigia?

Ultrapassado é o motorista que vive ultrapassando?

O que é pior: o casamento que não dá certo ou o que dá?

Já existe o amor livre. E o ódio já foi liberado?

Quem é o mais paciente: o médico ou o paciente?

Quanto custa uma nota de cem?

O que rende mais: um sorriso ou uma lágrima?

A verdade é uma mentira com embalagem de luxo?

A justiça continua cega ou já lhe tiraram a venda dos olhos?

O humorista é um profissional que brinca em serviço?

É lugar-comum perguntar o que é lugar-comum?

Qual á maneira certa de cumprimentar o médico: “Como vai” ou “Como vou”?

O cegonho já acredita na pílula ou continua acreditando na cegonha?

O que é mais cruel: a injustiça ou a justiça?

O que é um homem de meia-idade, se não se sabe quanto tempo ele vai viver?

Assalto: como evitá-lo:


01. Não sair de casa.

02. Não ficar em casa.

03. Se sair, não sair acompanhado. Nem sozinho.

04. Se sair de sozinho ou acompanhado, não sair a pé. Nem de carro.

05. Se sair a pé, não andar devagar. Nem depressa. Nem parar.

06. Se sair de carro, não parar nas esquinas. Nem no meio da rua. Nem nas calçadas. Nem nos postos de gasolina. Nem nos sinais. Melhor é deixar o carro e pegar uma condução.

07. Se pegar uma condução, não pegar ônibus. Nem táxi. Nem trem. Nem carona.

08. Se decidir ficar em casa, não ficar sozinho. Nem acompanhado.

09. Se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta. Nem fechada.

10. Como não adianta mudar de cidade, nem de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião.

Principais causas do stress


Discordar da mulher
Concordar com a mulher

Excesso de trabalho
Falta de trabalho
Telefone com ruído
Telefone sem ruído

Parentes muitos próximos
Parentes muito afastados

Novela das seis
Novela das sete
Novela das oito
Novela das dez
Falta de novela

Trânsito veloz
Trânsito lento

Pouca luz
Muita luz
Conta de luz

Chegar tarde em casa
Chegar cedo

Despertador enguiçado
Despertador funcionando

Consultar lista telefônica
Consultar telefonista
Farol na cara
Farol por trás

Bolsa no prego
Pregão na Bolsa

Fim de ano
Fim de mês
Fim de semana

Obras na rua
Obras em casa

Medo de avião
Medo de ônibus
Medo de trem
Medo de navio
Medo de sair de casa
Medo de ficar em casa
Valentia

Declaração do Imposto de Renda
Notificação

Convite de casamento
Casamento

Chuveiro sem água
Chuveiro pingando

Contramão
Mão

Fumar
Deixar de fumar

TV do vizinho
TV de casa

Pedir carona
Dar carona

Mulher do amigo
Amigo da mulher

Despir uma mulher
Vestir a própria

Incêndio: Siga as instruções


01. Ao sentir cheiro de fumaça, verifique se alguma coisa está pegando fogo.

02. Se estiver, tente apagar com uma toalha molhada.

03. Se não conseguir, por falta d′água ou de toalha, procure no catálogo o telefone do Corpo de Bombeiros.

04. Se não encontrar, ligue para a telefonista e espere ela dizer que o Corpo de Bombeiros não consta telefone novo e volte novamente ao catálogo.

05. Verifique agora se o fogo ainda não atingiu o catálogo.

06. Se não atingir, tenha calma: procure em Corpo, depois em Bombeiros, depois em telefones Úteis. Se não estiver em Telefone Úteis, então é um telefone inútil.

07. Pergunte ao vizinho, sem alarmá-lo, se ele sabe o telefone do Corpo de Bombeiros. Se ele se alarmar e sair correndo, você ainda tem um recurso: aquele imponente, belíssimo e tranquilizador extintor de incêndio.

08. Uma vez encontrado o extintor, não se afobe: puxe a alavanca antes de usar. Se a alavanca estiver enguiçada, corra ao cofre e tente salvar algum dinheirinho, e aproveite par vestir uma calça, sabe-se lá?

09. Bem, agora acho que não dá tempo pra mais nada. Largue tudo e grite bem alto: FOGO! FOGO! FOGO! Depois saia pela primeira porta que ainda estiver intacta.

10. Quando alcançar a rua, se conseguir, você se sentirá mais seguro: os heróis do fogo já estarão à sua espera. Depois desse susto, recorte esta página e coloque em lugar bem visível para evitar novos dissabores: o telefone dos bombeiros é o mais fácil do mundo: 232-1234. Se não mudou.
  
(Do livro “O Homem ao Meio”, de Leon Eliachar) 

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