Marietta Baderna
Nascida na Itália, em 1828, na
cidade de Piacenza, filha do médico e músico Antônio Baderna, Marietta foi
aluna do coreógrafo Carlo Blasis. Estreou aos 12 anos em sua cidade natal, e
logo integrava a companhia de dança do teatro Scala de Milão. Nessa época a
Itália estava fervendo politicamente, buscando a unificação, e ocupada pela
Áustria. Marietta era militante, seguidora de Giuseppe Mazzini, e obedecia a
ordem da diretiva revolucionária de não participar da vida artística enquanto
os austríacos estivessem na Itália.
Por perseguição política,
exilou-se com o pai no Brasil, em 1849. Estabeleceram-se no Rio imperial, e
Marietta fez um sucesso danado no palco, conquistando o público do Teatro São
Pedro de Alcântara. Talentosa, de espírito rebelde e contestador, arrebatava o
coração dos jovens “badernistas”, que era um grupo criado por fãs em homenagem
a ela.
Segundo biógrafos, no início os
cariocas usavam o termo baderna para indicar coisas muito belas. Somente depois
da dança ser considerada fator de corrupção da juventude, a palavra assume os
significados atuais.
Sempre à frente de seu tempo, Marietta
Baderna se interessou pelos ritmos afro-brasileiros e saiu às ruas para ver o
requebrar das mulatas. Em pouco tempo foi considerada a musa do lundum, da
cachuca e da umbigada, danças com movimentos bastante ousados para a época de
dom Pedro 2º. Era uma estrela de grande porte, rivalizando até com as divas do
canto lírico.
Interessante que sempre que os
moralistas tentavam boicotá-la (diminuindo seu tempo no palco, ou a colocando
em segundo plano), os badernistas protestavam, batendo os pés no chão e
interrompendo o espetáculo. Ao término da apresentação, saíam do teatro batendo
os pés e gritando o nome da musa: Baderna.
Havia quem dissesse que Marietta
bebia demais e era viciada em absinto, além de ser muito namoradeira. Triste
que seu estilo transgressor e libertário tenha perdido para o conservadorismo.
Voltou com o pai para a Itália, e sua carreira entrou em decadência.
Morreu em 1870
Hoje seu nome é sinônimo de
bagunça, confusão, desordem pública, rolo, briga, pândega, estúrdia, súcia, farra.
(Mulheres Que Honram
o Rolê)
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