(...) Muitas mulheres iam aos jogos
nos albores do futebol no estado. Gritavam, torciam e coloriam os grounds. A ponto de, em 1915, o
cavalheiro Ivan Ney, do Olympic Foot-Ball Club, tecer estes versos para as apreciadoras
do esporte bretão:
Chácara do Eucaliptos
na rua Arlindo
É elegante e é chic,
é distincto, é de escól
rir nervosa, ter chilique
por causa do foot-ball.
Vermelhinha, como encanta
ouvir-lhe palmas bater,
é nossa alegria tanta,
que brilhamos sem querer.
Fazemos passes certeiros,
jogamos com mais ardor
quando seus olhos brejeiros
torcem por nós com fervor.
Em meio à pugna, que bello!
Como o delírio é sem par!
Vê-la, rouquinha, um apello
fazer-nos para ganhar!
E todo o team animado
capricha por merecer.
Um torcedor apaixonado
dʼuns olhinhos de mulher.
Há corações pendulando,
gritinhos mil, aflições
enquanto vão uns driblando
e vão outros aos trambolhões.
É elegante e é chic
é distincto, é de escól,
morder os lábios por tic
num match
de foot-ball.
(Do livro “A História
dos Grenais”)
P.S. Foi mantido no poema a grafia da época; e foi colocado
algumas pontuações.
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