Frases de Manoel
Carlos Karam
(1947 − 2007)
Karam por Ramon Ruiz
E há esses caras que ficam de braços cruzados. Mas as pernas
não.
Jack fazia das tripas coração.
O filho ficava sentado à direita do pai, porque à esquerda
não dava, era o fim da mesa.
Muitas vezes quando se quer comprar um gato, pede-se uma lebre.
Inicialmente, o Dr. Guilhotin pensava em inventar um
aparelho de barbear.
Calma, Nero não pôs fogo em Roma num único dia.
As pessoas só descobrem que dois mais dois não são quatro quando
vão calcular os juros.
Na natureza nada se perde, tudo se manufatura.
O crime não compensa para os Irmãos Metralha, mas compensa
para o Tio Patinhas.
O craque de futebol era tão rico que usava um dublê nas
jogadas perigosas.
Uma andorinha só não faz verão. Duas fazem uma terceira.
A coisa já ficou feia quando de livre não se encontra nem táxi.
Existem aquelas pessoas que mesmo presentes são uma lacuna.
É conversando que a gente se entedia.
O grande problema dos homens públicos é que eles costumam
ser excessivamente privados.
Meu cachorro está no mato sem mim.
Faz poemas com que preenche cheques. Poemas sem métrica, sem
rimas e sem fundos.
Tem gente que não sabe botar ovos, mas cacareja muito bem.
Quem não tiver pecado que atire a primeira maçã.
Desaforismos
A gente ganha o pão de cada dia
com o suor do rosto. Na verdade, a gente sua o corpo inteiro, mas só ganha o pão
referente ao suor do rosto.
Para se ter uma ideia de como vai
a inflação, faça as contas. Antigamente se conseguia um traidor por trinta
dinheiros. Hoje eles cobrando quanto?
Aí o homem resolveu usar tanga
para esconder aquilo que chamava de “minhas vergonhas”. Mas hoje em dia aquilo
já é chamado por muitos de “meus orgulhos”.
O drama do funcionário: tinha
direito de ir e vir e o dever de ficar sentado.
Colocaram uma bomba-relógio
debaixo do trono do rei. As últimas palavras de sua majestade dificilmente
entrarão para a História: “Estou ouvindo um tique-taque.”
(Do livro “Antologia
Brasileira de Humor. 2)
*****
Manoel Carlos Karam (Rio do Sul,
25 de Abril de 1947 − Curitiba,
1º de
dezembro de 2007)
foi um escritor
e jornalista
brasileiro.
Viveu em Curitiba, no Paraná,
desde 1966.
Escreveu e dirigiu vinte peças de teatro na década de
1970 e, a partir dos anos 1980,
passou a dedicar-se aos livros, vencendo o Prêmio Cruz e Souza de Literatura,
da Fundação Catarinense de Cultura,
em 1995, com a obra Cebola.
Como jornalista, trabalhou na RPC TV,
nos jornais O Estado do Paraná, Tribuna do Paraná e na prefeitura de Curitiba.
Trabalhou também em campanhas políticas, como a do ex-governador Jaime Lerner.
Deixou crônicas inéditas, e outros textos a serem publicados.
Em 2008 foi lançado Jornal da guerra contra os taedos. A obra Mesmas coisas,
obra inacabada procura recursos para a sua edição, por meio de financiamento coletivo e deve ser
publicada no primeiro semestre de 2018.
No dia 2 de dezembro de 2008, a Casa da Leitura do Parque
Barigui, mantida pela prefeitura de Curitiba, foi batizada com o
nome do escritor. O espaço agora abriga a biblioteca particular de Manoel
Carlos Karam, composta de mais de três mil volumes
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