Por Lilan Campos
Corriqueiramente falamos para aqueles que nos são caros: eu
te amo.
Mas por que falamos ‘eu te amo’ ao invés de dizer,
simplesmente: eu gosto de você?
Dizemos ‘eu te amo’ porque
queremos demonstrar o sentimento mais sagrado, nós associamos o amor ao que é
divino, às virtudes perfeitas e puras do espírito e é isso que queremos
demonstrar.
No entanto, falamos muito, mas
pouco refletimos sobre a importância de vivenciar o amor, e, dessa maneira, ele
tem se tornado banal, vazio, praticamente apartado do seu real significado. Muitas
vezes, estrategicamente, usamos o amor como arma de manipulação, de realização
pessoal; transformamos o amor em grades que aprisionam, em ferramentas que
moldam; e, assim, nos distanciamos cada vez mais do seu real significado.
Quando dizemos ‘eu te amo’
estamos evocando e invocando o que existe de mais perfeito, bom e belo, mas é
isso que estamos praticando?
amor respeita
O amor aceita
O amor não fere
O amor não se importa em disputar a razão
O amor é compreensivo e paciente
O amor não barganha
O amor não manipula
O amor não julga
O amor não condena
O amor não aprisiona e nem tenta dominar
O amor não se exibe.
O amor não faz distinção
O amor aceita
O amor não fere
O amor não se importa em disputar a razão
O amor é compreensivo e paciente
O amor não barganha
O amor não manipula
O amor não julga
O amor não condena
O amor não aprisiona e nem tenta dominar
O amor não se exibe.
O amor não faz distinção
O amor se manifesta não por
palavras, mas em nossas atitudes por meio de sua essência pura e verdadeira,
ainda distante da nossa compreensão.
Dizemos ‘eu te amo’ para, em
seguida, exigir a mudança, criticar, acusar, julgar, condenar; só amamos quem
nos ama, só amamos se fazem nossos gostos, só amamos se atingem o nosso ideal
de perfeição, amamos se, se, se e se… Não sabemos amar sem uma condição, e o
amor em essência é incondicional!
Está tudo certo, essa é nossa
condição de consciência no momento, e é assim que entendemos o amor, contudo,
isso não precisa anular nossa capacidade de avaliação, não nos exime da
responsabilidade sobre aquilo que cativamos, não nos impede de refletir sobre
como estamos usando essa palavra pequena, mas grandiosa em significado.
Então por que não falar ‘eu te amo’ com mais consciência?
Por que não viver esse amor no
sentido divino, lembrar do seu real significado e praticá-lo? Se falamos ‘eu te
amo’, é porque queremos mostrar o sagrado, então por que não vivenciar e
praticar as virtudes desse sagrado?
É difícil? Sim, não é fácil, mas se não estamos dispostos a
tentar, então não seria mais honesto e verdadeiro apenas dizer: gosto muito de
você?
Dessa maneira, estaríamos
mostrando os sentimentos coerentes e relativos a nossa condição humana, e não
estaríamos tentando divinizar um sentimento que ainda não conhecemos.
Ou falamos e praticamos, ou
corremos o risco de banalizar o amor, transformá-lo em palavras vazias e sem
essência.
O amor é o que é, é perfeito em
si, não precisa dos nossos critérios e exigências para existir. Ele é e sempre
foi o começo, o meio e o fim, e jamais será verdadeiro enquanto for usado
apenas como um meio.
(Do Blog
eusemfronteiras)
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