sexta-feira, 12 de junho de 2020

Folclore jurídico



Ver para crer

No interior do estado do Rio, o juiz interrogava uma vítima de sedução. Era a imagem da inocência. Indagada sobre o que houve, respondeu que o suspeito a havia encostado num muro perto do matagal, forçando-a a ter com ele relações íntimas.
O magistrado, sempre prudente, indagou:
− Quer dizer, minha filha, que o acusado prendeu seu braço esquerdo com a mão direita dele?
− Sim senhor!
− E prendeu seu braço direito com a mão esquerda dele, prendendo com força nas suas costas?
− Sim, doutor juiz.
− E você ficou com ambos os braços preso às costas?
− Isso mesmo, meritíssimo.
− Então absolvo o réu. Minha filha, se tudo foi assim, me diga uma coisa: quem guiou o ceguinho?

Último recurso

O réu estava sendo julgado por assassinato. Havia fortes evidências sobre sua culpa, mas o cadáver ainda não aparecera. Sem muita esperança, o advogado arrisca:
− Tenho uma surpresa. Dentro de um minuto, a pessoa presumivelmente assassinada entrará neste tribunal.
E olha para a porta. Os jurados, surpresos, repetem o gesto. Findado o prazo, o advogado retoma:
− Realmente, ninguém entrou. No entanto, por vossa expectativa, depreende-se que o júri não tenha certeza alguma de que alguém foi morto. Se não há morto, não há assassino.
Os jurados retiram-se para a decisão final. E vem o veredicto: culpado.
− Culpado? Mas como? − pergunta o advogado. − Vocês estavam em dúvida, eu vi todos olharem para a porta!
E o juiz, para arrematar:
− É verdade. Todos olhamos para a porta. Menos o seu cliente.

(Do “Almanaque de Cultura Popular”, da TAM)


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