Ver para crer
No
interior do estado do Rio, o juiz interrogava uma vítima de sedução. Era a
imagem da inocência. Indagada sobre o que houve, respondeu que o suspeito a
havia encostado num muro perto do matagal, forçando-a a ter com ele relações
íntimas.
O
magistrado, sempre prudente, indagou:
−
Quer dizer, minha filha, que o acusado prendeu seu braço esquerdo com a mão
direita dele?
−
Sim senhor!
−
E prendeu seu braço direito com a mão esquerda dele, prendendo com força nas
suas costas?
−
Sim, doutor juiz.
−
E você ficou com ambos os braços preso às costas?
−
Isso mesmo, meritíssimo.
−
Então absolvo o réu. Minha filha, se tudo foi assim, me diga uma coisa: quem
guiou o ceguinho?
Último recurso
O
réu estava sendo julgado por assassinato. Havia fortes evidências sobre sua
culpa, mas o cadáver ainda não aparecera. Sem muita esperança, o advogado
arrisca:
−
Tenho uma surpresa. Dentro de um minuto, a pessoa presumivelmente assassinada
entrará neste tribunal.
E
olha para a porta. Os jurados, surpresos, repetem o gesto. Findado o prazo, o
advogado retoma:
−
Realmente, ninguém entrou. No entanto, por vossa expectativa, depreende-se que
o júri não tenha certeza alguma de que alguém foi morto. Se não há morto, não
há assassino.
Os
jurados retiram-se para a decisão final. E vem o veredicto: culpado.
−
Culpado? Mas como? − pergunta o advogado. − Vocês estavam em dúvida, eu vi
todos olharem para a porta!
E
o juiz, para arrematar:
−
É verdade. Todos olhamos para a porta. Menos o seu cliente.
(Do “Almanaque de Cultura Popular”, da TAM)
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