quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Os homens e seus segredos...

 

Numa convenção de homens de negócios, reuniram-se, num quarto de hotel,  cinco velhos amigos, todos esteios da mesma comunidade. Daí a pouco, estavam falando sobre seus defeitos.

- Quanto a mim - disse um deles, grande comerciante, conhecido por ser abstêmio – confesso que tenho uma fraqueza. Gosto de beber. Mas nunca deixo que isso prejudique o meu trabalho. De tempos em tempos saio para outra cidade, alugo um quarto num hotel vagabundo, faço uma farrinha. Bebo tudo a que tenho direito. Bebo uísque, vodka, conhaque, cachaça. Fico doidão, vomito tudo, e continuo bebendo até amanhecer. Depois tomo um banho, dois engov e volto para casa, em perfeitas condições. 

- Pois devo confessar que minha fraqueza são as mulheres – disse outro. - De vez em quando, vou para uma cidade um pouco distante, procuro um bordel e traço tudo: loura, morena, mulata. Como até o traveco que cuida da limpeza e, para terminar, como até a dona do bordel, uma velhota que pesa 150 quilos. Volto para casa tranquilo e ninguém fica sabendo de nada. 

- A minha fraqueza é o jogo − disse o banqueiro mais importante da cidade. - Quando tenho a oportunidade de viajar, aposto alguma coisa em cavalos. Entro em mesa de pôker, jogo dadinhos até com vagabundos de rua. Eu já perdi, uma vez, até a roupa do corpo. Voltei só de cueca para casa. 

- Eu vou contar uma coisa, mas que fique só entre nós, pois pertenço a Liga da Decência desta comunidade, e sou um homem casado e tenho quatro filhos. Quando vou a uma cidade, onde ninguém me conhece, me dá uma vontade incrível de queimar a rosca, isto é, dar o brioco. Encaro qualquer sujeito na rua. Chego a ser enrabado umas cinco vezes numa noite. Volto pra casa numa boa, como se nada tivesse acontecido. 

E então todos olharam com um ar de expectativa para o quinto membro do grupo, mas ele não parecia disposto a contar coisa alguma. 

- Como é? Vá falando... – disseram os outros. – E você? 

- Eu... eu... não posso dizer... estou até com vergonha – esquivou-se ele. 

Todos ficaram interessados. Que sinistro vício estaria ele encobrindo? 

Pediram, insistiram, e afinal disseram que ele não estava sendo correto, uma vez que todos tinham sido francos. 

- Muito bem – disse o homem afinal, com relutância. – Se vocês fazem questão de saber... A minha fraqueza é falar mal da vida alheia. Sou um tremendo linguarudo! E estou louco para sair deste quarto!...

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