sexta-feira, 18 de junho de 2021

Algumas Trovas

 (do humorista e compositor Jorge Murad)

O teu modo de viver,

criticá-lo a mim não cabe:

não sei, não quero saber,

tenho raiva de quem sabe...

Você, terceira pessoa?

Parece até brincadeira!

Para mim, ora, essa é boa.

Você, é sempre a primeira. 

Eu, que já fui coroinha,

em alto e bom som proclamo:

não troco qualquer rainha

pela “coroa” que eu amo...

Se o amor é um sacrifício,

não duvides nem um pouco:

iria até para o hospício,

para amar-te como um louco. 

Os teus cílios, tua cor,

tuas unhas, teus feitiços,

e até mesmo o teu amor

são todos eles postiços...

Joias desaparecidas.

Não se encontram nunca mais,

mas as mulheres perdidas

a gente encontra demais... 

Se amor se paga com amor,

como diz ditado antigo,

meu benzinho, por favor,

acerte as contas comigo!

Dançou um baião-de-dois

num forró a Dona Inês,

e nove meses depois

o baião era de três... 

E o alfaiate explicou,

com palavras ressentidas:

Já que o senhor não pagou,

tomarei outras medidas.

Um pau d'água renitente

diz, sobre o álcool: ora essa,

se ele mata lentamente,

não faz mal... Não tenho pressa. 

Que a mulher tem duas caras,

isto não é mais segredo:

a primeira mostra às claras,

e a outra... de manhã cedo.

A piada é uma desgraça,

quando a graça não contém;

a gente até acha graça,

da graça que ela não tem.

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